A coexistência do online e do impresso nos arquivos do Diário da Peste, de Gonçalo Tavares

Jacques Derrida, em Mal de arquivo: uma impressão freudiana, afirma que “O arquivo sempre foi um penhor e, como todo penhor, um penhor do futuro. Mais trivialmente: não se vive mais da mesma maneira aquilo que não se arquiva da mesma maneira”. Partindo da relação do arquivo com os suportes da escrita, este trabalho visa a pensar a transposição dos noventa textos do escritor Gonçalo Tavares, publicados online, durante a pandemia de 2020, e reunidos com o título de Diário da Peste, para o livro impresso em 2021. Pretende-se, através de exemplos, mostrar como essa operação impacta a experiência de leitura nos dois suportes e como isso afeta uma determinada concepção de livro, considerando-se o texto de Tavares e o pensamento sobre o arquivo de Derrida.