Lynn Hunt e a história dos Direitos Humanos

O presente artigo busca expor o surgimento dos Direitos Humanos, na visão da norte-americana Lynn Hunt, historiadora, professora na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, e especialista em história da Europa do século XVIII, sobretudo, em temas relacionados à Revolução Francesa, Estudos de Gênero, História Cultural e Historiografia.  Dentre as principais obras de Hunt publicadas em português, temos "A nova história cultural (1992)" e "A invenção da pornografia (1993)". Neste texto iremos nos dedicar a análise da obra "Inventing Human Rights (2007)', publicado no Brasil com o nome de "A invenção dos Direitos Humanos: uma história".

Nesse livro, "A invenção dos Direitos Humanos", Lynn Hunt se compromete em trazer um estudo histórico do trajeto que os Direitos Humanos percorreu desde a sua formação, até a sua consolidação, passando por todos os conflitos que este conceito e sua prática sofreram nesse caminho. Para tanto, a autora seleciona três documentos históricos fundamentais para construir essa análise no seu estudo, são eles: a famosa Declaração de Independência dos Estados Unidos da América (1776), que teve Thomas Jefferson como principal autor; a Declaração dos Direitos do Homem (1789), documento fruto da Revolução Francesa; e a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), promulgada pelas Nações Unidas.

Inicialmente, a norte-americana Lynn Hunt nos lembra do quão celebre foram as contribuições trazidas pelo seu conterrâneo, terceiro presidente dos Estados Unidos, Thomas Jefferson, também no ramo dos Direitos Humanos ao escrever a Declaração de Independência dos Estados Unidos da América em 4 de julho de 1776. A autora destaca que o conteúdo dessa declaração, nascida muito antes da queda da bastilha, e consequentemente da Declaração de Paris, fez com que aquele, que poderia vir a ser um importante documento de caráter político, também se transformasse em uma importante manifestação dos Direitos Humanos.