Published November 15, 2023 | Version v1
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Dois caminhos de leitura dos livros ilustrados: Menina Bonita do Laço de Fita e Niña Bonita, de Ana Maria Machado

  • 1. Universidade Federal da Integração Latino-Americana
  • 2. Universidade Federal Latino-Americana

Description

Este artigo analisa a relação entre as narrativas textuais e visuais propostas em duas versões de uma mesma narrativa Menina Bonita do Laço de Fita (1996), de Ana Maria Machado, editado no Brasil pela Ática e sua tradução Niña Bonita (2004), realizada por Verónica Uribe, publicado por Ediciones Ekaré, Venezuela. Os objetivos de análise são: 1) refletir sobre os contextos da criança negra em dois livros ilustrados publicados em países diferentes da América Latina e 2) discutir sobre a narrativa visual como produtora de sentidos na composição de um livro em português e em sua versão para o espanhol. Tal análise se justifica, pois ambos os países latino-americanos passaram por longos processos de escravidão que provocaram marcas estruturais de racismo nessas sociedades. Assim sendo, considerar os contextos de produção dos livros infantis que compõem o corpus de investigação se torna relevante na medida em que reproduzem diferentes percepções da criança negra como personagem e de seus espaços de circulação. Na narrativa brasileira, a ambientação retrata o lar e a intimidade, enquanto a versão venezuelana insere a história no ambiente rural e comunitário. Pontua-se que no texto verbal não há afastamento do original em português, já as propostas visuais imprimem nos livros ilustrados diferentes espaços sociais, confirmando, portanto, sua característica como manifestação sincrética (NIKOLAJEVA e Scott, 2011). A análise pautou-se em teóricos como Nikolajeva e Scott (2011) e Oliveira (2008) para refletir acerca do livro ilustrado para crianças e em Fanon (2008) e Canclini (2003) para discutir sobre a questão da negritude na América Latina. 

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