DISTINÇÃO OU CONFORMIDADE? UMA ANÁLISE DO CONSUMO DE PRODUTOS CAPODARTE POR MULHERES EM MARINGÁ-PR

A sociedade líquida proposta por Bauman (2001) nos cerca. Ela é o palco no qual atores sociais desenvolvem seus papéis. A modernidade é considerada líquida porque os indivíduos perdem, ao longo do tempo, a capacidade de responder a instituições duradouras, a verdades e sacralidades de outros tempos. A modernidade líquida nos projeta em uma vida de velocidade sem limite, ao mesmo tempo em que nos convida ao desconforto de se estar sempre em movimento, sempre sozinhos. A resposta para esse desconforto é o consumo, segundo Baudrillard (2011) aquele ato que nos torna seres, o ato de consumir passou a centralizar a ação dos sujeitos. Somos aquilo que compramos? Antes dessa pergunta é indispensável responder uma outra: por que compramos aquilo que compramos? Para responder buscamos nos amparar nos conceitos de gosto e distinção de Bourdieu (2007). Metodologicamente este trabalho de caráter qualitativo, amparado pelo paradigma interpretativo (GEERTZ, 1989), buscou por meio de entrevistas focalizadas com consumidoras da marca Capodarte da cidade de Maringá - PR compreender como se estabelece o gosto. Como principais resultados salientamos a formação do gosto pela marca, a caracterização do processo de distinção, e a noção de dualidade distinção/conformação nas consumidoras da marca.