Published November 1, 2005 | Version 2005
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Influências do Género na Inserção Laboral em Portugal: expectativas e contingências

  • 1. CEAS / CRIA

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A presente pesquisa teve como objectivo analisar as implicações do género na inserção laboral em Portugal em quatro domínios profissionais: enfermagem, educação de infância, engenharia informática e engenharia electrotécnica. Face a uma legislação laboral que prevê igualdade de oportunidades constatamos que a pertença de género é ainda uma categoria importante na participação dos cidadãos em diferentes domínios profissionais, nomeadamente nas áreas profissionais abordadas neste estudo.

O projecto iniciou-se com um levantamento bibliográfico e documental que serviu de base para a avaliação do estado da arte em Portugal e no estrangeiro. Verificamos que é sobretudo nos Estados Unidos da América que os trabalhos em torno desta temática se encontram mais desenvolvidos e sistematizados em várias áreas das ciências sociais. Foram ainda, sempre que possível, consideradas nesta pesquisa a documentação produzida pelas associações sócio-profissionais. 

A este trabalho preliminar de pesquisa documental seguiu-se um levantamento geral da oferta de formação disponível no ensino superior para as áreas profissionais abordadas. Foram também consultadas várias entidades no sentido de obter a sua colaboração para a condução de pesquisa empírica em contextos de trabalho. 

Para explorar a questão fundamental colocada inicialmente – as implicações do género na inserção laboral – centrámo-nos no papel desempenhado pela socialização primária no desenvolvimento de vocações e competências, e também nas escolhas de formação e nos percursos profissionais dos indivíduos.

Para os domínios da informática e da electrotecnia estabelecemos três grupos de análise: a) os alunos; b) os docentes e os investigadores; e c) os profissionais. Para os domínios da enfermagem (especialidade Saúde Materna e Obstetrícia) e da educação de infância os grupos de análise compreenderam também: a) os profissionais (enfermeiros e educadores de infância); e b) os alunos (de enfermagem e de educação de infância). 

No que respeita a recolha de informação junto dos grupos definidos utilizámos dois métodos em paralelo: por um lado a realização de entrevistas semi-estruturadas e individualizadas a alguns dos inquiridos; por outro lado a aplicação de curto inquérito por questionário exploratório, de auto-preenchimento. Foram inquiridos, no total, mais de 600 indivíduos: especificamente, 271 indivíduos na área da informática e da electrotecnia; 375 indivíduos nas áreas da enfermagem e da educação de infância.

O trabalho de pesquisa empírica foi conduzido nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto por duas investigadoras antropólogas, especializando-se cada uma delas numa área profissional: por um lado, uma abordagem dos domínios da engenharia informática e electrotécnica; por outro, uma abordagem aos domínios da enfermagem (especialidade de Saúde Materna e Obstetrícia) e da educação de infância. 

Relativamente aos indicadores de realização física este projecto cumpriu em larga medida as expectativas iniciais de produção científica. Converteu-se, até à data, na publicação de dois textos com potencial de difusão a nível internacional (Ver Anexos). Também decorrente dos trabalhos aqui desenvolvidos é a publicação de duas recensões em revistas reputadas na área da Antropologia e dos Estudos de Género. Os resultados preliminares de uma parte significativa deste projecto foram apresentados no X Congresso de Antropologia, em Sevilha (Setembro de 2005). Encontra-se em fase de desenvolvimento um terceiro texto a publicar numa revista de âmbito nacional. A equipa deste projecto pretende ainda, a curto prazo, conduzir a organização de um colóquio internacional que permita reunir investigadores de várias áreas das ciências sociais e lançar um debate mais aprofundado sobre o processo de sociabilização infantil por referência aos papéis de género.

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