Published January 15, 2022 | Version 1
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AUGUSTO DOS ANJOS: RESQUÍCIO DO DELÍRIO ENTRELAÇADO NOS VERSOS DE O MORCEGO

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A Noite é acolhedora dos medos e ao mesmo tempo narratária de uma consciência que transita por entre os “porões” da inconsistência humana. Neste artigo o delírio, pensando-o freudianamente, é estruturado, exercendo uma função para o sujeito. O repouso é uma tentativa de cura, um reparo diante do mundo mesmo que a organização, significante, por sua vez, não seja partilhada. Estamos diante de uma metáfora: a consciência humana. No poema de Augusto dos Anjos, este em análise, vemos um morcego, a consciência noturna, quando nos recolhemos na escuridão do quarto, à noite, e que por mais tenebrosa que seja nunca deixará de ser caótica em nossas percepções. Dito isso, o objetivo deste artigo é refletir a consciência humana através da metáfora do morcego, cuja experiência nos permite reavaliar a vida e suas narrativas as quais repousam num “caos organizado”. Mesmo que a realidade fique difusa, entre a luz e a as trevas a reparação dos delírios é uma necessidade a qual não dá para controlar e que se torna urgente à manutenção de seu reparo. Para melhor acolher essa consciência convidou-se Freud (2014), Porcher (2018), Stake (2000) e outros para refletirmos conjuntamente sobre esse devaneio que é coletivo na sua essência no sentido de que todos partilham desse processo de imersão em si mesmo quando dentro do medo a luz das trevas em quatro paredes. Desse modo, nosso trabalho, também, não só analisa a consciência humana a partir da metáfora de O Morcego, poema presente na obra “Eu”, de Augusto dos Anjos como sugere uma reflexão sobre a consciência coletiva e seus delírios, devaneios, pois tudo depende da ótica das ideias as quais deformadas pelas formas não lineares da mente.

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v.2, n.1, 2022-36-44.pdf

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