Expedition report: Photo-identification and surveys of cetaceans in the central group of the Azores islands (March/April 2023)

ABSTRACT

In 2023 Biosphere Expeditions concluded its 17th year of cetacean photo-identification and distribution studies in the Azores. The expedition was based in Horta on the island of Faial and work was conducted around the three islands of Faial, Pico and São Jorge. The expedition ran from 20 March to 20 April 2023. 172 sightings of ten different species of cetacean and eight loggerhead turtles were recorded during the expedition period.

Baleen whale photo-ID
Blue Whale: The expedition recorded six blue whales in four encounters. Photos of individuals were shared with catalogues in Spain, Iceland and Canada. One blue whale matched to Pico, 2009, another to Pico, 2008. There were no international matches. Matches were made by Richard Sears of Mingan Island Cetacean Society. Fin whale: Three fin whales were recorded in two encounters. Identification photos were shared with catalogues in Spain, Iceland & Canada. No matches were found. Sei whale: Fourteen sei whales were recorded in eight encounters. There is no coordinated sei whale catalogue to share ID photos with, so photos were shared with sei whale researchers. Humpback whale: Three humpback whales were recorded during the expedition in seven encounters. One whale was seen four times on three different days. Another whale was seen twice on the same day. No international matches were found. The North Atlantic Humpback Whale Catalogue currently holds over 11,000 individuals and plays an important role in discovering long-range matches. Since 2004 the expedition has contributed 28 ID photos, helping to elucidate movements of the eastern Atlantic humpback whales, about which little is known. Summary: While still not as abundant as in previous years (2014-2017), more baleen whales were seen during the 2023 expedition than in 2022. There were further blue, fin, sei and humpback whales seen after the expedition. It is thought that this is connected to chlorophyll density in the water and therefore food availability.  

Sperm whale photo-ID
Sperm whales were seen multiple times during the expedition. Sperm whale photo-identification, ongoing since 1987 in the Azores, continued. Forty-six identifiable individuals were photographed from 87 encounters, including 16 animals seen in previous years in the Azores, 27 new individuals and three flukes that were unidentifiable. There were no long-range matches. Photo-ID now indicates that most of the males we observe migrate to Norway and that females spend their whole lives together, and undertake at least a limited migration. In addition, sperm whale groups observed in the Azores are more stable and associations between individuals last for a much longer period of time than they do in the Pacific. This is most likely due to food availability in the different oceans.

Dolphins
Dolphin photo-identification, which began in 1987, also continued. Two of our main dolphin photo-ID target species were encountered: Two groups of Risso’s dolphin and ten groups of bottlenose dolphin were recorded. In addition, a group of false killer whales, which are encountered rarely, was observed. Both the bottlenose and Risso’s dolphin groups had some known individuals from resident groups. The false killer whale group also had several known individuals. Common and striped dolphin were also recorded, although they not photographed as they are not target species for photo-identification.

Europhlukes & Happywhale
Sperm whale fluke shape extractions were made from the photos taken during the expedition and compared with those of sperm whales sighted in previous years and in other areas of the Atlantic. No matches were found to any other regions.

POPA
Data for the Department of Oceanography and Fisheries (DOP) of the University of the Azores, for the Tuna Boat Observer programme, POPA, was successfully collected for an 18th year. The expedition vessel “Physeter” is the only non-fishing vessel in the programme. Information was collected for random cetacean sightings along transects, as well as designated turtle and bird count attempts and marine debris sightings.

Turtles
Loggerhead turtle data have been collected and animals tagged in the Azores since 1988 for a joint venture between the University of Florida and the University of the Azores. During this expedition eight loggerhead turtles were seen, but none were caught and tagged due to weather conditions, other research priorities or the turtles diving.  

RESUMO

Em 2023, a Biosphere Expeditions, concluiu o seu 17º ano de recolha de dados sobre a distribuição de cetáceos nos Açores. A cidade da Horta, na ilha do Faial, foi a base da expedição e o trabalho foi conduzido em redor das ilhas do Faial, Pico e São Jorge. Esta expedição decorreu entre 20 de Março e 20 de Abril de 2023. Foram registados 172 avistamentos de 10 espécies diferentes de cetáceos e 8 tartarugas-careta durante o período da expedição.

Baleias de barbas photo-ID: Baleia-azul: A expedição registou oito baleias-azuis em quatro encontros. Fotos dos indivíduos foram partilhadas com catálogos em Espanha, Islândia e Canadá. Uma baleia-azul foi identificada como sendo do Pico, 2009, outra do Pico, 2008. Não houve correspondências internacionais. As identificações foram feitas por Richard Sears da Sociedade Cetácea da Ilha Mingan. Baleia comum: Três baleias comuns foram registadas em dois encontros. Fotos da identificação foram partilhadas com catálogos em Espanha, Islândia e Canadá. Não foram encontradas correspondências. Sardinheiras: Catorze sardinheiras foram registadas em oito encontros. Não existe um catálogo coordenado de baleias-sardinheiras para partilhar fotos de identificação, por isso as fotos foram partilhadas com investigadores de sardinheiras. Baleia-de-bossa: Três baleias-de-bossa foram registadas durante a expedição em sete encontros. Uma baleia foi vista quatro vezes em três dias diferentes. Outra baleia foi vista duas vezes no mesmo dia. Não foram encontradas correspondências internacionais. O Catálogo de Baleias-de-bossa do Atlântico Norte atualmente possui mais de 11.000 indivíduos e desempenha um papel importante na descoberta de correspondências a longa distância. Desde 2004, a expedição contribuiu com 28 fotos de identificação, ajudando a esclarecer os movimentos das baleias-de-bossa no leste do Atlântico, sobre as quais pouco se sabe. Resumo: Embora ainda não tão abundantes como em anos anteriores (2014-2017), foram avistadas mais baleias de barbas durante a expedição de 2023 do que em 2022. Houve mais avistamentos de baleias-azuis, de baleias comuns, de sardinheiras e de bossa após a expedição. Acredita-se que isso esteja relacionado com a densidade de clorofila na água e, portanto, a disponibilidade de comida.

Cachalote: Cachalotes foram vistos várias vezes durante a expedição. Desde 1987 que está em curso nos Açores um programa de foto-identificação de cachalotes. Foram fotografados 46 indivíduos identificáveis em 87 encontros, incluindo reavistamentos de 16 animais vistos em anos anteriores e 27 novos animais. Não houve correspondências de longo alcance. As reavistamentos detectados agora indicam que a maioria dos machos que observamos migra para as águas da Noruega e as fêmeas passam a vida em grupos e efectuam migração/movimentações mais limitadas. Para além disso, os grupos de cachalotes observados nos Açores são mais estáveis e as associações entre indivíduos permanecem por períodos mais longos do que as que ocorrem no Pacífico. Este facto deve-se, provavelmente, à diferença de disponibilidade de alimento entre ambas as áreas.

Golfinhos: A foto-identificação de golfinhos, que se iniciou em 1987, tem continuado. Duas das nossas principais espécies-alvo de identificação de golfinhos foram encontradas: foram registados 2 grupos de grampos e 10 grupos de roaz. Além disso, tínhamos um grupo de falsas orcas, que não são encontradas com tanta frequência. Embora os roaz e os grampos sejam grupos conhecidos. O grupo de falsas orcas também tinha alguns indivíduos conhecidos. Golfinhos comuns e riscados também foram avistados, mas eles não fazem parte da foto-identificação.

Europhlukes & Happywhale: As extrações da forma da cauda de cachalote foram feitas a partir das fotografias tiradas durante a expedição e comparadas com as de cachalotes avistados em anos anteriores e em outras áreas do Atlântico. Nenhum dos cachalotes fotografados nos Açores foi reavistado noutras áreas.

POPA: Pelo 18º ano foram recolhidos dados para o Programa de Observação das Pescas nos Açores (POPA) coordenado pelo Centro do Instituto do Mar da Universidade dos Açores. O “Physeter” é a única embarcação que não se dedica à pesca comercial e que contribui para o POPA. A informação foi recolhida aleatoriamente ao longo de trajetos de observação de cetáceos. Foram também efetuadas tentativas de contagem de tartarugas, aves marinhas e avistamentos de lixo marinho.

Tartarugas: As tartarugas Caretta caretta são capturadas e marcadas nos Açores desde 1988, para um projecto conjunto entre a Universidade da Flórida e a Universidade dos Açores. Durante esta expedição, 8 tartarugas-boba foram avistadas, mas nenhuma foi capturada ou marcada devido às condições meteorológicas, outras prioridades ou mergulho das mesmas.