O texto como imagem na obra "Meu nome também é vermelho"

O imbricamento entre palavra e imagem é inerente às linguagens artísticas. Na literatura, metáforas visuais são convocadas por meio do texto, ao passo que nas artes visuais, confere-se materialidade à palavra, dotando-a de cor e forma. Nessa perspectiva, emerge a produção da artista visual Elida Tessler, cuja poética centraliza-se na escrita, resultando em criações que são um híbrido de arte e literatura. A artista possui um amplo acervo que orbita em torno da palavra, explorando seus atributos tanto verbais quanto pictóricos. Em várias de suas obras, Tessler estabelece relações com a linguagem da literatura, incorporando trechos de livros para construir narrativas visuais. A instalação “Meu nome também é vermelho” está inserida nessa premissa, sua construção poética se constitui por meio da apropriação do livro “Meu nome é vermelho” de Orhan Pamuk. Nesse sentido, o presente artigo explora as conexões entre imagem e palavra, bem como as inter-relações entre visualidade e textualidade, tendo a obra “Meu nome também é vermelho” como ponto focal dessa investigação.