A sala de aula como laboratório de poéticas artísticas: a linguagem audiovisual e o ensino de artes

O presente trabalho visa analisar a relação entre teoria e prática cinematográfica aplicada ao ensino de Arte, no ensino médio, à luz das reflexões sobre cultura visual encontradas nos textos de Hernández. Nesse sentido serão abordadas construções sobre arte, cinema e educação com considerações sobre a experiência de ensinar, buscando compreender de que forma os alunos se relacionam com a Arte a partir do cinema e das imagens que os cercam diariamente. Para pensar nessa relação de vivência diária, vamos analisar o cotidiano presente em Certeau, compreendendo que, é necessário vivenciar esse processo de (re)invenção do ato de ensinar. Barbosa nos acompanha na reflexão sobre como o educador pode se reinventar em sua prática. A sala de aula é um laboratório excelente para vivenciar experiências artísticas. 

A produção cinematográfica aproxima o aluno de uma linguagem artística repleta de cultura visual, realidade comum em seus cotidianos, mas pouco correlacionada em sala de aula. Migliorim nos conduz pela pesquisa unindo cinema e educação como pares para uma experiência de atuar criativa e criticamente com a câmera. Trata-se de compreender que todo aluno pode fazer cinema e levar a sério a possibilidade de o cinema pensar o mundo, em particular as instituições em que se passa nossa observação (de forma aplicada). O entrecruzamento de fronteiras, incertezas e contradições encontradas no cinema, permite diálogos fecundos entre a Arte, a Educação e a Cultura.