PARA EXPLICAR A TEMPESTADE E SULEAR A BONANÇA

Coisa de engenheiros ou de sociólogos? Ideologia ou Ciência? E a neutralidade, razão de ser da ciência moderna, aonde fica? Essas perguntas que se escutam no cotidiano das instituições de ensino e pesquisa, das agências de fomento, das comunidades tecnocientíficas e, principalmente, das Políticas de CT&I, são aqui enfrentadas e respondidas com intrepidez.

Recorro ao grande Alceu Valença, na bela Anunciação, para afirmar que neste pequeno livro estão expressos os sinais de uma nova pedagogia que vem sendo gestada em diferentes territórios de resistência, e ganhando corpo e se nutrindo, a partir de duas matrizes diacrônicas: de um lado, a indignação movida pela compreensão dos determinantes históricos da realidade labiríntica, opressora e de morte que experimentamos; e, de outro, a necessidade de manter vivo, atualizado, reinventado e em processo permanente de recriação, o pensamento libertador.

Trata-se do que temos chamado de pedagogia da intrepidez, de inspiração freireana, e que está encharcada, como diria o mestre Paulo Freire, de audácia, coragem, obstinação, pertencimento, proeza, transgressão, resistência, decolonialidade e denodo. 8 A obra se alinha aos pressupostos da comunicação dialógica, uma vez que contempla a escuta, o envolvimento e a participação de diferentes atores sociais na construção de acordos, cooperação e militância solidária por um mundo mais justo, humano, sem desigualdades.

O autor também se apoia num princípio disruptivo, ou seja, aquele que representa uma mudança abruta na trajetória de um sistema, que pode se decompor ou imergir em novos estados e se caracteriza pela possibilidade de ruptura, quebra ou descontinuação de um processo já estabelecido. Dito de outro modo, é um movimento que rompe paradigmas, produz transformação velozes, soluções inovadoras, enxerga oportunidades em meio às crises, encara as falhas como um recomeço.

Publicação EDUEPB disponível no site: http://eduepb.uepb.edu.br/e-books/