MonID,CompilerOrg,CompilerPers,CompilationDate,LastUpdate,MonName,MonDescription 0,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-03-15 15:44,2016-03-14 12:04,Mérida,"A capital da Lusitania desempenha um importante papel na rede viária da Hispania. Tradicionalmente considera-se que esta posição central na rede viária deriva da preexistência de uma passagem do Guadiana a vau e de um caminho ancestral que o cruzava de N-S, que se materializará em época romana naquilo a que hoje chamamos Via da Prata. No entanto, sendo a cidade uma criação ex novo, a sua localização poderá exatamente refletir a intenção de alterar a antiga estrutura do território, fazendo convergir as antigas rotas e assumindo-se como novo ponto central estruturante (Rodríguez Martín, 2010, pp. 128–134).No que diz respeito às ligações viárias para ocidente, elas são fundamentais por garantirem o acesso aos portos atlânticos, com especial relevo para Olisipo. Três vias principais saiam de Emerita Augusta nessa direção, duas delas pela margem direita do Guadiana ao encontro do vale do Tejo (unindo-se aí ao importante eixo Olisipo – Bracara) e uma terceira, mais meridional, dirigia-se por Ebora ao baixo Sado e daí a Olisipo. Esta última saía de Emerita pela monumental ponte que hoje ainda conserva a sua funcionalidade, sendo a mais relevante obra de arte neste itinerário (Álvarez Martínez, 1983, 2015).Nenhum dos miliários encontrados na cidade ou envolvente próxima pode ser claramente atribuído à via XII. Regista-se apenas o exemplar que terá sido recolhido em contexto de reutilização na Calle de Baños e se encontra em depósito no MNAR. C. Puerta Torres (1995, p. 284) considera que é provável que pertença à Via da Prata, embora a argumentação utilizada não seja conclusiva. O contexto de reutilização não facilita a atribuição de proveniência e, caso tenha pertencido à via XII, a indicação miliária implicaria o transporte para a área urbana atravessando o Guadiana. Não sendo o mais plausível não é de todo impossível, pelo que se deixa em aberto esta possibilidade." 1,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-03-17 15:08,2016-03-14 12:05,Évora,"As características geográficas do local de implantação da cidade de Évora colocam-na numa posição privilegiada no que às redes de transporte e comunicações dizem respeito. A afirmação como lugar central data de época romana e prolonga-se até à contemporaneidade (Gaspar, 1981). Esta característica faz com que não seja fácil distinguir, entre os numerosos caminhos antigos que irradiam da cidade, quais aqueles que correspondem a vias principais e quais os que as complementam, numa imbricada rede de caminhos secundários e de ligação (Bilou, 2005). Sabemos que terá sido caput uiarum tanto no que diz respeito às ligações de sentido N-S (cf. miliário IRCP664a na via Ebora-Pax Iulia, cuja contagem de milhas [11] se faz a partir da cidade), bem como nas ligações E-W (cf. sítio n.º 15, em que novamente a contagem de milhas [12] se faz a partir da cidade). A via que se dirigia a Emerita provavelmente entraria na cidade na atual Porta do Raimundo, dirigindo-se ao forum pelo decumanus, que seguia o alinhamento da antiga rua da Sellaria, hoje rua 5 de Outubro (Plana-Mallart, 2002). A saída desta via em direção a oriente não é tão clara, mas a identificação de uma área de necrópole aquando da reabilitação da escola Gabriel Pereira (n.º 320) pode dar algumas pistas nestes sentido: é provável que se esteja em presença de uma necrópole associada uma das vias principais que atravessa a cidade. As estruturas de produção identificadas no local poderão ter estado em funcionamento em época distinta, mas também se enquadram nas ocupações prováveis nos arrabaldes da cidade junto a uma via principal." 2,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-03-17 15:09,2016-03-14 12:05,Alcácer do Sal,"A posição de Alcácer do Sal do estuário do Sado determina a sua importância importância na rede de comunicações do sudoeste peninsular. Embora o rio fosse navegável até pelo menos Porto Rei, a cerca de 55 km da foz, as características geográficas do estuário na zona de Alcácer acentuam a sua vocação portuária, permitindo um contacto directo do interior com o oceano (Blot, 2003, pp. 264–269). A articulação deste porto com as vias terrestres é assim um traço fundamental durante toda a longa diacronia de ocupação do local, que se afirma como importante entreposto comercial (V. G. Mantas, 2010). No que diz respeito à via XII, Salacia representa o primeiro porto marítimo para quem chega da capital provincial ou, no sentido inverso, o local de desembarque antes de iniciar a viagem terrestre até Emerita Augusta.A área urbana de Salacia coincidiria, grosso modo, com a alcáçova medieval de al-Qaṣr/Alcácer, onde foi posto a descoberto um conjunto de estruturas que devem corresponder a parte do forum (Faria, 1998, 2002, pp. 87–119). É verosímil que existisse um núcleo ribeirinho portuário, embora a ausência de informação arqueológica na zona baixa junto ao Sado, à excepção da Horta das Ponces (n.º 275), não permita confirmar essa suposição. A passagem da via XII por esta área portuária é inferida a partir da interpretação de fontes históricas e do presumível alinhamento com o decumanus, estando as necrópoles do Bairro do Crespo (n.º 271) e Azinhaga do Senhor dos Mártires (n.º 270) também localizadas em função desse eixo." 3,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-03-17 15:09,2016-07-07 09:52,Lisboa,"A cidade de Lisboa sobrepõe-se a Olisipo, que sabemos ter sido um importante nó na rede de comunicações terrestres e marítimas, não só da Lusitania como de toda a fachada atlântica da Hispania. Em termos viários, é o ponto de origem do itinerário que se dirige a Bracara Augusta que, até Scallabis, partilharia o percurso com os dois itinerários que se dirigem à capital provincial pelo vale do Tejo. Todas as infraestruturas viárias de Olisipo até hoje identificadas parecem estar relacionadas com estes três itinerários ou com vias periurbanas.O grande tabuleiro viário posto a descoberto na Praça da Figueira, em torno do qual se estruturava um espaço de necrópole monumentalizada, faria parte de um eixo que atravessava longitudinalmente o vale da antiga ribeira de Valverde pela Corredoura medieval (atual ruas das Portas de Santo Antão e São José), seguindo em direção aos campos de Alvalade para daí atingir a várzea de Loures e seguir pelo vale do Tejo até Santarém. Na rua da Regueira, em Alfama, também foi identificado um troço de via que se integraria num a estrada com o mesmo destino mas que saía da cidade pela área oriental (R. B. Silva, 2012, pp. 83–84). Já a infraestrutura descoberta no atual Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (Bugalhão, 2001), que acompanharia a orientação do decumanus, faria parte da estrutura viária periurbana de Olisipo, servindo a circulação de pessoas e bens na área industrial e portuária que existia na margem esquerda do esteiro do Tejo, fazendo a ligação à zona ocidental eventualmente através de uma ponte, que se encontra documentada em época medieval (Bugalhão, 2001, pp. 57–58).A ligação viária com o sul tinha a travessia do rio como ponto inicial ou final, sendo pois natural que as únicas infraestruturas que se lhe possam associar sejam as portuárias. J. Cardim Ribeiro propôs que esse ponto de embarque/desembarque, atribuível à via XII, se localizasse na Casa dos Bicos, considerando que o miliário aí descoberto marcaria o início da travessia em direção a Cacilhas (1982, nn. 44, p. 431–438). Na realidade, o monumento foi encontrado em claro contexto de reutilização, não sendo certa a sua localização original (Amaro & Miranda, 2002, pp. 16–18). Mesmo que se admita que tenha sido deslocado de um local próximo, fará mais sentido que estivesse integrado na estrada que saía de Olisipo em direção a Ierabriga pela zona oriental da cidade, na qual estaria também integrado o miliário referenciado no mosteiro de Chelas, ainda que também este em contexto de deposição secundária (V. Mantas, 2012a, pp. 16–17).Por outro lado, dados recentes sobre a ocupação ribeirinha de Olisipo (Fabião, Filipe, Dias, Gabriel, & Coelho, 2008; Parreira, Macedo, Sarrazola, & Braga, 2013), parecem demonstrar que toda a frente estuarina – pelo menos desde Belém até ao Campo das Cebolas – seria intensamente ocupada por infraestruturas portuárias e industriais não existindo provavelmente um ponto único de acostagem de embarcações." 4,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-03-17 16:19,2016-03-14 12:09,Torre Águila,"Villa de grandes dimensões que terá sido ocupada ao longo de uma larga diacronia, desde o séc. I ao séc. VIII. Situada no vale médio do Guadiana, numa área onde o curso do rio terá sofrido profundas e frequentes alterações durante o período de ocupação do sítio, ficava encaixada entre os traçados das vias XII e XIV/XV.Na primeira fase de ocupação, a pars urbana organizava-se em torno de três grandes blocos: um grande peristilo central, um segundo de mais reduzidas dimensões e a área termal. Durante os séc. II e III acentua-se a vocação agrícola da propriedade, com testemunhos de produção de azeite em grande escala. O início do séc. IV representa um momento de reformulação do complexo, com uma monumentalização da pars urbana e reforço das estruturas de apoio à produção agrícola e fabrico de azeite. A partir do final do séc. V e, sobretudo, no séc. VI, verifica-se um progressivo abandono das estruturas habitacionais anteriores, construindo-se um grande edifício na área noroeste onde também se vai implantar uma necrópole. Já no séc. VI há evidências da utilização deste grande edifício como espaço religioso e a extensão da área da necrópole. Durante o séc. VII e VIII atesta-se o sucessivo abandono e/ou reutilização de áreas habitacionais bem como a contínua expansão da necrópole. O sítio continua a ter ocupações esporádicas em época medieval islâmica até ao abandono definitivo em momento cronologicamente impreciso.Reutilizado como material de construção, mas muito provavelmente pouco afastado da sua posição original, foi encontrado um marco miliário, com pelo menos duas inscrições (atribuíveis aos reinados de Constantino e Magnencio, respetivamente), a mais recente com a menção à contagem miliária (16) que corresponde à distância a que o sítio se encontra de Mérida." 6,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-03-17 21:14,2016-03-30 19:52,Herdade de Alcobaça,"Da herdade de Alcobaça são provenientes dois marcos miliários (IRCP 670 e 679) que comprovam a existência de um itinerário romano nesta área. Infelizmente não são conhecidas as circunstâncias do achamento destes monumentos epigráficos, um dos quais se encontra depositado no MNA em Lisboa desde o início do séc. XX e o outro no Museu de Vila Viçosa. Ambos terão sido recolhidos na propriedade designada como Herdade de Alcobaça, um deles com a indicação toponímica de “Cabanas” (IRCP 679), que não foi possível identificar. Este último deverá ser o exemplar que Mário Saa ainda viu no terreno (Saa, 1956, vol. 1, p. 293).Um dos monumentos (IRCP 670 = MNA E 6342) tem a menção expressa à contagem miliária (milha 65). O facto de ter sido identificado como proveniente da ""Herdade de Alcobaça, freguesia da Terrugem"" (Vasconcelos, 1914, p. 249) leva a que seja frequente, na bibliografia, localizar este miliário na sede da antiga freguesia da Terrugem (Alarcão, 2006, pp. 233–234), presumivelmente associado ao sítio romano e tardo antigo aí existente (CNS 4599 = 5700). No entanto, tendo em conta que o limite das antigas freguesias de Vila Fernando e da Terrugem passa exatamente a oeste dos edifícios do Monte do Alcobaça e os testemunhos de ocupação romana aí existentes, não se vê razão para esta interpretação. Nas imediações do conjunto edificado do atual monte, trabalhos de prospeção de superfície permitiram identificar manchas de dispersão de materiais arqueológicos romanos em ambos os lados do caminho. Na notícia de achamento de um dos miliários (IRCP 679) afirma-se que este monumento foi encontrado junto com uma coluna e capitel de mármore, numa área ""a poente do monte e, a poucos metros na descida, os arados levantam grossos tijolos do chão de uma casa sobre a qual hoje se semeia o trigo"" (Louro, 1966, pp. 6–7). O caminho entre o monte de Alcarapinha (n.º 41) e as casas do monte de Alcobaça, continuando para ocidente em direção à serra de Aires, conserva características que autorizam a sua identificação como um troço de via antiga. De traçado rectilíneo com orientação E/W, apresenta uma largura superior à dos caminhos rurais habituais nesta área e ainda hoje é usado como caminho público que delimita algumas propriedades. Em algumas zonas é pavimentado com cascalho grosso e noutras é reconhecível o afeiçoamento do substrato rochoso para conseguir um pavimento regular com largura constante.A contagem miliária feita sobre o traçado proposto para a via XII, , com Augusta Emerita como caput viae, coloca a milha 65 a menos de 500m a W das casas do monte. Parece significativo também que no Diccionario Geografico do P.e Luiz Cardoso (1747, p. 173) se refira Alcobaça como “aldeia na província do Alentejo, bispado e comarca da cidade de Elvas, freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Vila Fernando”, depreendendo-se da classificação como aldeia a existência de um aglomerado populacional de alguma dimensão.Não é possível saber a que tipo de ocupação estes vestígios correspondem, podendo tratar-se de uma uilla ou de um estabelecimento de apoio à circulação viária." 7,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-03-18 16:49,2016-03-30 20:17,Monte de Alcobaça,"Necrópole de inumação parcialmente destruída em 1986 em sequência de trabalhos agrícolas, tendo sido identificados vestígios de sete sepulturas de planta rectangular; os trabalhos de escavação de emergência levados a cabo em 1987 efectuaram-se após uma segunda destruição do sítio em que foram levantadas todas as sepulturas visíveis anteriormente. Nas sondagens efectuadas apenas foi possível escavar “3 estruturas de preparação de sepulturas [... que] consistiam no afeiçoamento do xisto de forma a obter um plano horizontal [...] Alguns dos cortes no afloramento podem ter servido também como parede lateral das sepulturas”. As autoras dos trabalhos consideram a hipótese de existência de um espaço habitacional na área escavada, visto ter sido identificado um conjunto de lajes de xisto e fragmentos de tijolos que, “apesar do seu mau estado de conservação, [se pensa poderem] corresponder a um pavimento”. Não são referidos quaisquer elementos que possam caracterizar melhor este sítio do ponto de vista cronológico, sendo o espólio recolhido maioritariamente constituído por material de construção, com escassos fragmentos de cerâmica comum e terra sigillata não classificada. Foi recolhido um denário de Antonino, sem contextualização estratigráfica. " 11,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-03-18 19:48,2016-03-13 19:28,Senhora dos Mártires,"São conhecidos numerosos testemunhos de ocupação romana na localidade dos Mártires. Em torno da capela gótica há notícia sepulturas de inumação e da descoberta de dois túmulos em mármore, por ocasião de obras realizadas na primeira metade do séc. XVIII. São também referido o achado frequente de moedas, bem como de espólio votivo encontrado em sepulturas. Nesta área são visíveis à superfície abundantes restos de cerâmica de construção romana, embora a larga diacronia de ocupação do local e as profundas alterações da topografia causadas pela exploração de pedreiras de mármore dificulte a leitura e interpretação destes vestígios.Um dos testemunhos mais notáveis é uma ara dedicada a Cibele que, embora adquirida num antiquário, terá sido recolhida nos Mártires, em conjunto com fragmentos de pavimentos em mosaico (Almeida e Ferreira, 1967, pp. 47–52). A. Carneiro (2011, vol. 1, p. 82) levanta a possibilidade de esta ara fazer parte de uma estrutura cerimonial mais complexa na qual eventualmente estariam integrada a escultura figurativa também identificada com a mesma proveniência.Infelizmente não é possível conhecer o contexto desta escultura zoomórfica, que foi oferecida em 1875 ao Instituto de Coimbra e hoje se encontra no Museu de Évora. A documentação disponível para a incorporação é escassa, são sendo mesmo certo se se tratariam originalmente de duas figuras (um macaco e um cão, este último desaparecido) ou apenas uma, que foi interpretada de forma diferente em ocasiões distintas. A peça do Museu de Évora apresenta sinais de que se trata de uma peça inacabada, podendo assim ser um testemunho da existência de uma oficina local de produção escultórica. A temática dos animais exóticos é popular nos dois primeiros séculos do império, sendo esta iconografia vocacionada para a decoração de jardins (Gonçalves, 2007, pp. 450–451, 528–529).No final do séc. XVIII foi recolhido, a sul da capela, um marco miliário em honra da nomeação como caesari de Crispo, Licínio-o-jovem e o futuro Constantino II (Encarnação, 1984, p. 758). A fórmula epigráfica é semelhante à dos marcos miliários reaproveitados na igreja matriz de Evoramonte (n.º 477) e na necrópole da Silveirona (IRCP673). Na notícia de achamento diz-se que a descoberta se fez na sequência de trabalhos agrícolas, não sendo possível saber se se encontraria in situ (Carneiro, 2011, vol. 1, p. 148–149). Contudo, considerando as características orográficas do terreno em torno da Senhora dos Mártires, é plausível que não se encontrasse muito afastado do local original.A informação disponível não é suficiente para que possa ser feita uma interpretação segura sobre o tipo ocupação que existiria neste local em época romana, que A. Carneiro (2011, vol. 1, p. 99) considera ser um uicus integrado num eventual pagus marmorarius. A extensa área onde são reportados testemunhos romanos e a diversidade dos mesmos parece indicar a existência de complexos edificados que poderão fazer parte de algum tipo de aglomerado populacional. A proximidade das pedreiras e a ocorrência de um marco miliário parece autorizar a definição de uma relação directa, quer com a passagem da via XII, quer com a exploração de mármores. O Tanque dos Mouros (n.º 475) estará muito provavelmente relacionado com esta ocupação.Na ausência de uma cartografia precisa dos achados, o sítio é representado pelo ponto coincidente com a capela de Nossa Senhora dos Mártires." 13,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-03-18 19:49,2016-04-02 12:00,São Marcos,"Ampla área de dispersão de vestígios arqueológicos de época romana visíveis à superfície em torno da ermida de São Marcos. Embora não tenham sido realizados trabalhos de prospecção intensiva, o sítio parece caracterizar-se pela abundância de cerâmica de construção e de armazenamento (contentores de grande dimensão).A. Carneiro (2011, vols. 1, p. 149; vol. 2, pp. 183–184) atribui a este local a proveniência do marco miliário hoje integrado na pia baptismal da Igreja de Nossa Senhora da Conceição em Evoramonte (n.º 477), baseado na relevância que a ermida de S. Marcos parece ter na rede viária histórica e nas redes de transumância. Efetivamente, este é um ponto de passagem da estrada velha para o Vimieiro, que saia da cerca medieval de Evoramonte, passando também pela Ermida de Santo Estêvão (Espanca 1975, pp. 237–239). Embora este eixo viário muito provavelmente também fosse utilizado em época romana, não se integraria na via XII, já que se afastaria da direção de Ebora, privilegiando a ligação a Arraiolos / Montemor-o-Novo numa rota que tivesse o estuário do Tejo como destino final." 14,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-03-18 19:53,2016-05-14 16:16,Cabida 2,"Marco miliário fragmentado identificado por Francisco Bilou em 1997, eventualmente in situ. Fundamenta-se esta suposição na posição relativa do miliário anepígrafo do Barrocal 5 (n.º 29), localizado 1 milha a SW, ficando assim o miliário da Cabida 2 na milha 6 a contar de Évora, distância coerente com o local de achamento (Bilou, 2005, pp. 48–49).A inscrição foi inicialmente considerada como dedicada ao ao imperador Décio , embora J. Alarcão (2006, p. 218) colocasse dúvidas a esta leitura. Já em 2013, o achador e J. d’Encarnação apontam a hipótese de estarem mencionados dois imperadores, considerando a fórmula epigráfica. Não é claro quais seriam os imperadores (eventualmente Diocleciano e Maximiano, com reservas) mas pode genericamente considerar-se que será uma homenagem a dois imperadores dos finais do séc. III / princípios do séc. IV (Bilou & Encarnação, 2013a)Será também proveniente deste local uma placa funerária que foi deslocada posteriormente para a Herdade da Comenda Grande, no município de Arraiolos. Desconhecem-se contudo as condições do achado, sendo esta proveniência baseada em informação oral recolhida no atual local de depósito (Barbosa & Encarnação, 2014). Pode tratar-se da mesma peça que terá sido identificada por técnicos dos antigos Serviços Regionais de Arqueologia do Sul no sítio do Pomarinho 2 (n.º 298), a cerca de 1800m a ocidente do ponto que representa o local de achamento deste miliário. O miliário aparece referido também como sendo proveniente do Monte das Flores, já que se encontrou próximo da albufeira com o mesmo nome." 15,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-03-18 19:53,2016-05-15 19:01,Tabuleiros,"Dois marcos miliários hoje desaparecidos, cuja primeira referência é de A. de Resende (Resende, 2009, p. 282) que apenas pode ler a inscrição de um deles. M. Saa ainda viu e fotografou no local “uma coluna legionária, ou miliária, de granito, muito cravada no solo […] Alguém tentou, ultimamente arrancar a coluna, mas desistiu, pois que a sua raiz é profunda e a sua altura grande.” (Saa, 1956, vols. 4, p. 81–82) Não é claro se se tratava do miliário a partir do qual Resende fez a transcrição do texto, já que M. Saa remete sempre a leitura para este autor, afirmando apenas como “provável que o miliário da referência de Resende seja o mesmo” por ele avistado (Saa, 1956, vols. 1, p. 112–114; vol. 4, p. 81–82, 84; vol. 6, p. 27).O texto transcrito por A. de Resende apresenta contagem miliária (12), presumivelmente tendo Ebora como caput viae. Hübner (1869) considera-o falso por apresentar uma nomenclatura imperial suspeita, assim como lhe levanta dúvidas a menção a Évora, que habitualmente é tomada como indicadora de falsificação pelo humanista. Contudo, a distância do presumível local do achado e Évora é coerente com as 12 milhas indicadas. A nomenclatura imperial pouco usual pode ficar a dever-se a um erro de transcrição de Resende (J. de Alarcão, 2006, p. 217).A localização proposta baseia-se na informação publicada por M. Saa, fazendo coincidir o local do miliário com um entroncamento de caminhos rurais bem definido na paisagem." 16,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-03-18 19:53,2016-05-27 16:12,Remourinho,"Miliário hoje desaparecido cuja primeira referência é de André de Resende (Resende, 2009, pp. 280–282), mas que ainda terá sido avistado por J. D. Breval no séc. XVIII (Canto, 2004, pp. 288, 340). Resende refere que o monumento se encontrava numa elevação sobranceira ao rio Mourinho (in colle super flumen), enquanto dois séculos depois poderia já ter sido deslocado para a margem da linha de água (upon the banks of a little river called Rio Maurin). A topografia da área encontra-se profundamente alterada pela barragem do Pego do Altar, pelo que a localização proposta (junto aos edifícios que conservam o topónimo Remourinho) é meramente conjetural.A inscrição foi considerada falsa por E. Hübner (1869) por ser referida exclusivamente por A. Resende e por ser igual à um outro miliário (CIL II 4676 proveniente de Béjar, Salamanca), a partir do qual o humanista teria produzido a cópia. O miliário de Béjar (que Hübner também conheceu através de cópia) foi reencontrado em meados do séc. XX, permitindo verificar que as inscrições são semelhantes mas não idênticas (Puerta Torres, 1995). Por outro lado, a leitura de J.D. Breval, sendo coerente com a de A. de Resende, apresenta diferenças na leitura que fazem pressupor que o autor inglês não se limitou a copiar a informação publicada no séc. XVI. Estas razões levam a que se tenha reabilitado a autenticidade do texto, sendo a existência do miliário tida como comprovativo da passagem da via neste local (J. de Alarcão, 2006, p. 216; Canto, 2004, p. 340; V. Mantas, 2012, p. 152)." 17,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-03-18 19:54,2016-06-01 10:47,Porto da Lama,"Sítio com ocupação romana, habitualmente referido como uma uilla, caracterizado por ampla área de vestígios visíveis à superfície, incluindo um contrapeso de lagar em calcário. As cerâmicas recolhidas e depositadas no museu municipal de Alcácer do Sal são todas de época romana, abrangendo uma cronologia desde o início do império até à antiguidade tardia. Foi recolhido, também no mesmo museu, um marco miliário com uma inscrição em honra de Diocleciano e Maximiano, bem como Constâncio Cloro e Galério. Não se encontram publicadas as condições do achado mas é provável que se encontrasse in situ. O local é referido em várias fontes documentais (Matos, 1980, pp. 77–178) e cartografia histórica (Eça & Almeida, 1808) como ponto de passagem da ribeira de Sítimos em direção a sul, mais precisamente nos itinerários que de Lisboa se dirigiam a Beja. De salientar também que este troço da ribeira seria navegável, desde a confluência com o Sado até Pego do Altar." 23,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-05-14 16:46,2016-05-14 13:04,Esparragosa,"Junto a um moinho de vento de época moderna ou posterior, são visíveis à superfície vestígios de ocupação romana (cerâmica comum e de construção) e um fragmento de coluna ou miliário em granito com cerca de 40 cm de diâmetro. Informações não documentadas “do início do século” dão notícia da existência de uma via calcetada (Mascarenhas & Barata, 1997, p. 68).A identificação como miliário baseia-se na sua posição: para os autores que estudaram o cadastro de Ebora, a Esparragosa situa-se no prolongamento do decumanus maximus no setor sudoeste da cidade (Mascarenhas & Barata, 1997; Plana-Mallart, 2002); já F. Bilou (2005, p. 41) assinala a coincidência deste ponto com a 2ª milha. A morfologia da peça não é conclusiva mas a localização é um argumento válido para esta interpretação funcional.O PDM de Évora identifica três sítios arqueológicos numa área de 5.000m2 a ocidente do moinho (o que é repetido na base de dados Endovélico), distinguidos apenas pela cronologia dos achados. Além dos vestígios de ocupação de época romana, referem-se fragmentos de cerâmica manual atribuídos à pré ou proto-história e uma estrutura circular atribuída à Idade Média ou posterior. Uma quarta entrada duplica o sítio romano, depreendendo-se do tipo de localização assinalado que se trata de uma localização baseada na toponímia da carta militar à escala 1:25 0000. Provavelmente trata-se de um sítio com ampla diacronia de utilização (a última as quais materializada no moinho) pelo que o ponto escolhido para localizar o sítio é o centroide definido pelo polígono convexo cujos vértices são as coordenadas dos três sítios registados na base de dados Endovélico." 24,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-05-14 16:49,2016-05-14 16:46,Alfarrobeira,Marco miliário identificado no âmbito dos trabalhos de caracterização do PDM de Évora a nascente do monte da Alfarrobeira. A identificação deste elemento como marco miliário basea-se na presumível coincidência deste monte com a milha 6 contada apartir de Évora. 25,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-05-14 16:49,2016-05-14 18:39,Monte do Zambujeiro 1,"Marco miliário presumivelmente in situ. F. Bilou admite a possibilidade de existir no local um troço de via empredrado, baseado na existência de pedras soltas que podem corresponder à desagregação desse pavimento (2005, p. 40). A observação no local não confirma esta interpretação, embora recentes trabalhos de conservação do caminho adjacente possam ter alterado a situação descrita por F. Bilou. Este monumento corresponderá um dos dois miliários referidos por M. Saa nas imediações de Valverde e Herdade da Mitra na chamada Estrada dos Almocreves (Saa, 1956, vols. 1, p. 114–115). Nos estudos de caracterização do PDM de Évora são identificadas nas imediações (numa área inferior a 1ha) vestígios de ocupação de época romana, materializada na presença de cerâmica comum e de construção à superfície. Em local não identificado, foi também achada uma estela funerária que se encontrava no Monte do Zambujeiro em 1982 (Encarnação, 1984, pp. 481–482). Embora não seja possível ter certezas quanto à relação que existiria entre estes elementos e o marco miliário, são certamente um indicador da cronologia do caminho ao qual o marco estaria associado.Este sítio é referido também como ""miliário da Herdade da Mitra"" ou ""miliário de Valverde"", tendo-se optado pela designação inscrita no PDME, único inventário onde se encontra referido." 26,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-05-14 16:50,2016-05-14 21:44,Barrocal 5,"Marco miliário anepígrafo, presumivelmente identificado in situ. O monumento encontra-se tombado junto de uma vedação que marca o limite cadastral entre propriedades.F. Bilou (2005, p. 47) aponta a possibilidade de existir sob ele outro miliário parcialmente enterrado; no PDM de Évora referem-se claramente duas “peças” (Câmara Municipal de Évora, 2005, p. 83) Curiosamente, neste documento, o miliário aparece referido duas vezes (e cartografado em sobreposição) com as designações Herdade do Barrocal (sob o n.º 1013) e Barrocal 5 (com o n.º 898). Na descrição do n.º 1013 refere-se também a existência “Nas imediações, restos de pedra solta da antiga calçada e trincheiras.”(Câmara Municipal de Évora, 2005, p. 93) A menos de 300m a nascente do ponto duplamente cartografado, volta a referir-se a existência de uma “trincheira muito escavada” que se atribui a época romana ou posterior (n.º 894 do PDME = CNS 25707). Esta parece ser uma solução construtiva usada em todo o caminho entre a ribeira da Viscosa e o atual monte do Barrocal (Bilou, 2005, p. 47), não havendo elementos que permitam definir a sua cronologia de construção.A identificação deste monumento como miliário não é inequívoca; sendo a Herdade do Barrocal conhecida pela abundância de monumentos megalíticos, é de considerar a hipótese de que o monumento possa ter outra cronologia e/ou funcionalidade. Contudo, a sua posição relativa face ao miliário epigrafado da Cabida 2 (n.º 14) e a sua localização num caminho que parece ser de alguma relevância em época histórica não determinada e que hoje se conserva como um limite de propriedades, levam a que se considere este monumento como um marco miliário." 29,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-06-10 17:10,2016-04-13 10:33,Herdade da Venda,"Em toda a área envolvente das casas de habitação do monte da Venda se encontram vestígios de ocupação romana (cerâmica comum e de construção). Localmente foram recolhidos testemunhos orais de “construções” que ficaram visíveis na sequência de trabalhos agrícolas efetuados nos campos que ladeiam o caminho de acesso ao monte.Este é também o local indicado para a proveniência de uma inscrição funerária, que menciona um indivíduo da tribo Galeria, encontrada “ao fazer-se uma lavoura próximo do monte da herdade da Venda” (Jornal de Évora, 1968). No PDM de Évora refere-se também a existência de uma “ara depositada no Museu de Vila Viçosa”, mas trata-se provavelmente de um equívoco: o único monumento dessa tipologia no acervo desse museu é proveniente de São Bento do Mato (n.º 86), área que integraria a extensa propriedade agrícola da Venda.Junto às casas do monte encontram-se três fragmentos de cilindros em granito que F. Bilou (2005, pp. 38–39) considera pertencerem a dois marcos miliários. As peças estão hoje caiadas de branco o que dificulta a sua interpretação funcional: podem tratar-se de fustes de colunas que estariam integrados em edifícios, mas a classificação como marcos miliários é plausível, tanto pela morfologia como pelo fato de se encontrarem num local onde historicamente se encontra atestada a passagem de uma via principal. A venda a que alude o topónimo é referida nas memórias paroquiais de 1758, indicando a existência de “uma estalagem” na aldeia de “Venda das Brosserans” (morgadio das Brosseiras, cuja menção mais antiga é de 1420). Na mesma memória se diz que a freguesia não tem correio porque se “serve do da Cidade de Évora, capital do Arcebispado, de que dista de que dista trêz legoas e de Lisboa capital do Reino dista vinte e huma legoas dezouto por terra e três por mar.” (Grilo & Segurado, 1758). Além desta indicação de que o local estava integrado nas rotas regulares para Évora e Lisboa (procedentes de Estremoz), também por aqui se encontra a testada a passagem da princesa D. Maria de Portugal em 1543 (Espanca, 1965) ou de J. Cornide nas suas viagens ibéricas entre 1754 e 1801 (Abascal Palazón & Cebrián Fernández, 2009, pp. 382–383).O PDM de Évora considera o conjunto de miliários como um sítio diferente (sob o n.º 1295 e a designação “Monte da Venda”), mas não se vê razão para fazer essa distinção. A localização proposta é o centriode do polígono da área de dispersão de vestígios estimada de acordo com a observação do terreno e as informações orais recolhidas localmente. " 30,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-06-10 17:10,2016-05-01 15:54,Sousa da Sé,"O reconhecimento deste local como um ponto de passagem da via XII deve-se à identificação por F. Bilou (2005, pp. 54–55) de um marco miliário no pátio do actual monte. Alguns autores, contudo, interpretam este monólito de granito como um menir (Câmara Municipal de Évora, 2005, p. 80), ou ainda como um menir reutilizado como marco miliário (Carneiro, 2008, p. 54). A simples observação morfológica da peça é contraproducente e uma sondagem realizada no âmbito do EIA Evora Resort (Herdade da Sousa da Sé) apenas confirmou aquilo que o bom senso fazia suspeitar: quer se trate de um menir ou de um marco miliário, a peça foi deslocada do seu contexto original em época moderna ou contemporânea.Junto ao monte da Herdade de Sousa da Sé, em ambas as margens da ribeira do Freixo, são identificados vários pontos de ocupação romana, reconhecidos pela dispersão à superfície de cerâmica comum e de construção. Em três locais (CNS 33187, 31860 e 31861) foram realizadas sondagens de diagnóstico manuais e com recurso a meios mecânicos. A informação disponível sobre estes trabalhos (A. Gonçalves, Pereira, Matos, Marques, & Ventura, 2009), contudo, não permite caracterizar nem a cronologia nem a funcionalidade dos contextos arqueológicos observados.As sondagens tiveram áreas muito reduzidas pelo que não é possível entender claramente a planta dos edifícios ou complexos edificados dos quais fariam parte as estruturas postas a descoberto. O fato de não terem sido identificados elementos que remetam para alguma monumentalidade ou programa decorativo, leva os autores a considerar que se tratam de estruturas da pars rustica de uma uilla. O achado de um dollium “in situ [sic], um almofariz em mármore e junto da sondagem um bloco de granito afeiçoado que poderá ser interpretado como um contrapeso”, podem contribuir para reforçar esta interpretação funcional.Os materiais arqueológicos apontam para uma ocupação o séc. I e o séc. II, admitindo-se a possibilidade de ter continuado durante o séc. III. Esta cronologia é baseada nos escassos fragmentos de cerâmica romana de importação, mas os exemplares de cerâmica comum incluídos nos relatórios de trabalhos arqueológicos remetem para uma ampla cronologia que poderá incluir a Antiguidade tardia. Aliás, a “presença espólio mais antigo, provavelmente da época republicana romana ou pré-romana (?)” referida pelos autores, parece antes corresponder a exemplares tardo-antigos.Praticamente toda a área sujeita a AIA foi ocupada em época romana, não sendo clara a relação entre os diferentes pontos identificados: tratar-se-iam de vários conjuntos edificados e pertencentes a uma mesma propriedade agrícola ou de uma área intensamente ocupada em regime de pequena propriedade? Os elementos cronológicos disponíveis apontam para uma ampla diacronia de ocupação pelo que também haverá que ter em conta a possibilidade da imagem revelada por estes trabalhos ser um palimpsesto. Os testemunhos de ocupação no Carrascal (nº 371) podem também fazer parte desta mesma realidade arqueológica, bem como os do Freixo (n.º 31).O ponto escolhido para representar o sítio é o centroide definido pelo polígono convexo que tem como vértices os diferentes pontos registados na base de dados Endovélico." 31,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-06-13 16:59,2016-05-01 12:23,Freixo,"A área envolvente do monte do Freixo tem abundantes vestígios de ocupação romana, referenciados nos estudos de caracterização do Plano Director Municipal de Évora. O conhecimento da ocupação antiga desta área foi substancialmente ampliado com o processo de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) do empreendimento turístico “Évora Resort – Herdade de Sousa da Sé”, cuja respectiva Declaração de Impacto ambiental (DIA) foi condicionada à execução de trabalhos de minimização de impactes negativos sobre o património arqueológico identificado.Prospecções intensivas e sondagens revelaram inúmeros pontos de ocupação datável de época romana embora, na maior parte dos casos, insuficientemente caracterizados. A identificação dos locais faz-se pela observação de cerâmica comum e de construção à superfície, considerando a presença de teguale como indicador de cronologia romana. Foram realizadas sondagens em dois locais (CNS 31855 e CNS 26052); no primeiro, a escavação incidiu em 35 m2, embora se estime que a área ocupada se estenda a cerca de 80 m2. Foi identificado um compartimento que os autores dos trabalhos interpretam como parte de uma unidade de produção associada à pars rustica de uma uilla. A cronologia do espólio arqueológico remete a ocupação deste sítio para o século I - II d.C.No segundo local onde foram realizadas escavações (CNS 26052 que, na fase de diagnóstico foi identificado como um sítio distinto – CNS 33396 – embora as coordenadas geográficas coincidam), estima-se que as estruturas edificadas postas a descoberto (numa área escavada de 80m2) possam ocupar cerca de 2.900 m2. Os autores do trabalho referem a existência de um “ marco miliário em granito, que embora não se encontre in situ, terá sido deslocado de outro local próximo”. A observação das imagens do respectivo relatório de trabalhos arqueológicos é inconclusiva, podendo também tratar-se de um fuste de coluna. Os materiais arqueológicos recolhidos permitem uma datação entre os séculos I e II d.C., embora se assinalem “ vestígios anteriores com características pré-romanas, provavelmente de uma fase de fundação na Época Republicana Romana”(A. Gonçalves et al., 2009). Praticamente toda a área sujeita a AIA foi ocupada em época romana, não sendo clara a relação entre os diferentes pontos identificados: tratar-se-iam de vários conjuntos edificados e pertencentes a uma mesma propriedade agrícola ou de uma área intensamente ocupada em regime de pequena propriedade? Os elementos cronológicos disponíveis apontam para uma ampla diacronia de ocupação pelo que também haverá que ter em conta a possibilidade da imagem revelada por estes trabalhos ser um palimpsesto. Os testemunhos de ocupação no Carrascal (nº 371) podem também fazer parte desta mesma realidade arqueológica, bem como os da Sousa da Sé (n.º 30).O ponto escolhido para representar o sítio é o centroide definido pelo polígono convexo que tem como vértices os diferentes pontos registados na base de dados Endovélico." 33,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-06-26 12:01,2016-05-28 18:49,Monte dos Carvalhos de Baixo,"Miliário anepígrafo identificado por J. Carlos Lázaro faria e Marisol Ferreira (1986, p. 49). Trata-se de uma coluna de granito com cerca de 50cm de diâmetro e “e saliente 1m da terra”. Os autores levantam a possibilidade da peça poder estar invertida e haver uma inscrição na parte soterrada. A localização do monumento junto a um eixo viário histórico de acesso a Alcácer do Sal aponta para a possibilidade de se encontrar in situ." 34,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-07-17 09:13,2016-03-21 22:31,Herdade das Caldeiras,"Terá existido “no antigo leito do Caia” uma ponte, cuja primeira referência é de 1926, destacando-se ser “de boa construção, muito antiga, onde deveriam ir dar caminhos.” (Epistolário de José Leite de Vasconcelos, citado por A. Carneiro (2011, vol. 1, p. 144). A ponte já estaria soterrada sob os arrozais em 1982, quando Manuel Justino e Tarcísio Maciel a identificam através de “algumas aduelas de um arco e sinais de um outro” (Maciel e Maciel, 1985). Em 1990 os restos visíveis da ponte terão sido suficientes para que fosse cartografada (Processo IPPAR n.º 4.07.007, citado por A. Carneiro (Carneiro, 2011, vol. 1, p. 144), mas em 1998 já não me foi possível observar qualquer testemunho da estrutura no local (Almeida, 2000, p. 133). A descrição das condições de achamento de uma inscrição funerária, “perto do actual caminho que se dirige ao rio, do lado esquerdo, a cerca de duzentos metros da ponte” (Maciel e Maciel, 1985), reforça a ideia da existência de uma necrópole junto à via. A árula funerária muito provavelmente encontrar-se-ia in situ, tendo sido identificada no decurso de uma terraplanagem.No manuscrito de Victorino de Almada ([s.d.], pt. 4)refere-se a existência de uma atalaia,que poderia ser de cronologia romana, na margem direita do Caia “quasi na confluência com o Guadiana”. À época em que Almada recolheu os dados para o seu dicionário, a herdade situava-se na “freguesia da Ajuda, com parte na de S. Pedro”, inferindo-se que o limite das duas unidades administrativas atravessava a propriedade. Embora as profundas alterações da topografia e paisagem na Herdade das Caldeiras (decorrentes da intensa mecanização da actividade agrícola, mas também da irregularidade histórica dos cursos e caudais do Caia e Guadiana) tenham provavelmente destruído a ponte e outros vestígios de ocupação romana no local, os testemunhos documentais dessas evidências materiais parecem suficientes para identificar este como um ponto importante de atravessamento do rio, situado num itinerário principal." 35,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-07-18 10:56,2016-03-21 23:04,Alfarófia,"São conhecidos abundantes vestígios de ocupação romana na área do actual Monte da Alfarófia, sobretudo em sequência das terraplanagens efectuadas para plantio de arroz, durante o séc. XX. Por esta razão, é difícil estimar a extensão da área ocupada em época romana, bem como a sua tipologia e funcionalidade.O conjunto de materiais arqueológicos observáveis no terreno e recolhidos em várias ocasiões inclui restos de pavimento em mosaico, uma coluna em granito, grandes silhares, além de cerâmica de uso doméstico e de construção. No séc. XIX foi aí identificada também uma sepultura cuja descrição parece indicar ser de incineração (Almada, 1888, p. 292). A cronologia dos materiais arqueológicos aponta para uma longa diacronia de ocupação (cerâmica de paredes finas, terra sigillata sudgálica, hispânica e norte-africana, destacando-se nesta última classe um bordo de recipiente em terra sigillata clara D com a forma Hayes 91).O sítio é habitualmente referido como uilla (Almeida, 2000, pp. 113–115; Carneiro, 2011, vols. 2, p. 153–154) embora não haja dados objetivos que apontem nesse sentido. Mais certa parece ser a estreita ligação com os testemunhos que indiciam a passagem da via XII na Herdade das Caldeiras (n.º 34), podendo fazer parte do mesmo complexo edificado." 36,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-07-19 10:14,2016-03-21 23:29,Nora Úveda,"Em 1998 foram identificados vestígios de ocupação romana na herdade da Nora Úveda, seguindo informações orais locais que apontavam a existência restos de muros e o achado de colunas de mármore aquando de terraplanagens efectuadas para construção de edifícios agrícolas. À data eram observáveis numerosos testemunhos desta ocupação (Almeida, 2000, pp. 112–113) que, em 2007 tinham já sofrido considerável destruição devido à abertura de valas de rega (Carneiro, 2011, vols. 2, p. 152–153).Em 1998 foi localizada também uma estrutura por mim identificada como ponte (e identificado como sítio com o CNS 13649 na base de dados Endovélico) que já não foi possível localizar no decurso dos trabalhos de prospecção levados a cabo por A. Carneiro. A interpretação do arco visível no terreno, parcialmente soterrado, foi ditada pelo micro-topónimo porque era conhecida no local (Ponte Lagarto) e pela posição junto a uma linha de água secundária afluente da ribeira da Lã. Contudo a observação crítica das imagens recolhidas em 1998 levam-me hoje a considerar que provavelmente se trataria de um arco incluído numa estrutura edificada, eventualmente parte de um hipocausto. A proximidade da área onde se encontrariam os edifícios principais (cerca de 300m, coincidindo com as actuais edificações) reforça esta interpretação, além do facto de ser dificilmente justificável a construção de uma ponte em alvenaria para fazer a passagem de uma linha de água com aquelas características.A relação deste local com a passagem de um itinerário principal é dada por fontes históricas que referem ser este o lugar em que o exército português assentou arraiais em época moderna junto à passagem do Guadiana (Pires, 1931, pp. 33, 72). As mesmas fontes referem a existência de uma atalaia ou torre, sendo o local referido como Atalaia da Térrinha, Atalaia do Guadiana ou Torre de Úveda. Segundo Victorino de Almada ([s.d.], pt. 56), terá sido aqui que se realizou o casamento do duque de Bragança com D. Luísa de Gusmão (1633) ""numa capella junto à quinta"". Esta informação é posteriormente corrigida por António Tomás Pires que indica “que nos antigos documentos oficiais [a capela] tem a invocação de S.João d'Ubeda, [e aí] se celebrou aos 16 de Junho de 1603 o casamento do Duque de Bragança D. Theodosio com D. Ana de Velasco y Giron, sendo celebrante o Arcebispo de Évora D. Alexandre de Bragança.” Este mesmo autor transcreve as Memórias de Afonso Gama Palha, proprietário da herdade em 1678, dando conta da existência de uma “magnífica vivenda que ali existia [...e] foi completamente arrasada por ocasião das guerras da Independência (Pires, 1931, p. 72)." 37,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-07-20 10:52,2016-03-22 10:13,Herdade da Fonte Branca,"No museu de Elvas encontram-se depositadas duas aras votivas dedicadas a Proserpina que terão sido recolhidas na Herdade da Fonte Branca (Vasconcelos, 1895, pp. 245–246). Três outras inscrições com a mesma dedicatória são conhecidas nesta área regional a partir da descrição de André de Resende (IRCP570 = CILII 143; IRCP571 = CILII 144; IRCP572 = CILII 145), que as viu em Vila Viçosa e aí localiza um santuário a Proserpina, mais precisamente “nos arredores, onde atualmente se encontra a igreja de Santiago” (Resende, 2009, p. 354). Quando dá a notícia das epígrafes da Fonte Branca, J.Leite de Vasconcelos admite que estas últimas poderão ser da área de Elvas já que, embora todas “existentes em Vila Viçosa”, a n.º 143 “consta que fora achada, segundo nota o Sr. Hübner, no aro de Elvas”. Hübner suspeita desta atribuição por considerar que existiu uma confusão entre o antropónimo do dedicante (Q. Helvius Silvanus) e o topónimo Elvas, mas Vasconcelos discorda e atribui todo o conjunto ao “aro de Elvas”, no que é seguido por J. d'Encarnação (1984, pp. 636–638) e, subsequentemente, por toda a bibliografia publicada desde então.A. Carneiro (2009) vai mais longe e considera provável que as cinco epígrafes conhecidas sejam todas elas provenientes da Herdade da Fonte Branca onde existiria um santuário ou outra estrutura cultual de porte significativo (2011, vols. 1, p. 127, 145). Este autor baseia esta interpretação na coincidência do presumível local de achamento das aras com a existência no terreno, na área da actual Quinta da Fonte Branca, de uma estrutura em alvenaria que identifica como a “atalaia” descrita por Victorino de Almada ([s.d.], pt. maço 18) e António Thomaz Pires (1931, p. 18)). As ruínas do edifício incorporam blocos de granito que poderão pertencer a “construções anteriores”, sendo também visíveis à superfície materiais arqueológicos indicadores de ocupação em época romana (Carneiro, 2011, vol. 2, p. 152). A hipótese de A. Carneiro é tentadora mas é importante salientar que é construída sobre suposições sucessivas. Objectivamente não há dados concretos que sustentem que as cinco epígrafes provêm da Herdade da Fonte Branca: apenas as do Museu de Elvas podem ser seguramente atribuídas ao local e as restantes são apenas descritas por André de Resende que as terá observado no Paço de Vila Viçosa. A cronologia do edifício existente hoje no local também não é segura, podendo tratar-se de uma atalaia de época moderna, implantada sobre um sítio de ocupação romana e tendo reaproveitado materiais de construção anteriores.Contudo, mesmo admitindo que não se existiria um “santuário” no local, que as duas aras conhecidas seriam monumentos isolados e que os restos edificados visíveis no terreno são posteriores, é certa a ocupação em época romana e a topografia e posição relativa a outros pontos do percurso da via XII parecem autorizar a interpretação da Herdade da Fonte Branca como um local associado a este itinerário. Verifica-se noutros locais – por exemplo na Torrequebrada (n.º 416) e Alatalaia dos Sapateiros (n.º 40) – a coincidência de atalaias de época medieval e moderna com pontos onde anteriormente houve ocupação romana e que parecem estar relacionados com o controle visual do percurso viário principal." 38,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-08-06 14:13,2016-03-22 15:51,Chafariz d'el Rei,"Trata-se de uma estrutura de época moderna, integrada no Aqueduto da Amoreira, cuja construção se inicia em 1537 e se estende (com interrupções) até 1622. O chafariz corresponderá à fase final da construção, sendo inaugurado em 1622.O local parece estar associado a um ponto de paragem no percurso da “estrada velha” ou “estrada real” entre Lisboa e Badajoz. António Tomas Pires refere que o monumento em alguns documentos da cidade de Elvas é designado Chafariz da Mesa d'El-Rei ou Sítio das Mesas d'El-rei; a tradição popular justificaria esta designação porque “Vindo de Elvas um dos reis de Portugal e passando naquele local, ali se armaram tendas e se estenderam mesas para se lhe oferecer uma refeição.”(Pires, 1931, p. 38).Embora não haja testemunhos directos da associação deste ponto ao percurso da via XII, parece relevante considerá-lo na hipótese de traçado, face à importância que assume na rede viária posterior, na posição que ocupa no traçado proposto e pela disponibilidade água no local. A estrutura moderna destina-se à distribuição de água conduzida pelo aqueduto da Amoreira, mas nas imediações existem abundantes poços e nascentes, recurso essencial a um ponto de paragem em qualquer caminho. Considerando o traçado proposto para a via XII, este local situa-se sensivelmente a meio de uma jornada de viagem que se tivesse iniciado na travessia do Guadiana." 39,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-08-07 10:39,2016-03-22 16:01,Calçadinha,"Não existem elementos documentais que permitam identificar a cronologia de fundação da povoação da Calçadinha, que se terá desenvolvido em torno da herdade com o mesmo nome, referida pela primeira vez em documentos de 1535. O aglomerado populacional desenvolve-se ao longo da chamada “estrada da Calçadinha” que é um troço da “estrada velha” ou “estrada real” entre Lisboa e Badajoz, sendo consagrado na tradição popular que o topónimo se refere a uma via calcetada do tempo dos romanos.O topónimo e a localização no percurso medieval/moderno tem levado a que vários autores considerem ser este um ponto de passagem da via romana, sem que haja contudo nenhum dado objetivo que valide essa hipótese." 40,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-08-07 10:41,2016-03-28 11:43,Atalaia dos Sapateiros,"Sítio destacado na paisagem onde existe uma atalaia de época moderna que terá sido construída sobre edificações romanas. Embora não se identifiquem claramente estruturas romanas, foi recolhida cerâmica comum e de construção desta cronologia. No decurso de escavações conduzidas por A. Viana, e A. Dias de Deus “ num pequeno espaço de terreno” foi recolhida abundante cerâmica de construção romana, cerâmica comum, terra sigillata, pesos de tear e moedas de bronze, de cunhagem emeritense, além de um denário republicano, um bronze de Augusto, um de Cláudio e outro de Domiciano (Deus, Louro, Viana 1955, pp. 571, 577).A referência a materiais de cronologia republicana levou C. Fabião (1998, p. 385) a levantar a possibilidade de se tratar de núcleo de povoamento “principal” durante a idade do ferro, ao qual estaria associada necrópole da Chaminé (n.º 121).Apesar da cota altimétrica não ser muito elevada (469m), a posição relativa na paisagem garante um impressionante domínio visual sobre a zona envolvente onde passaria a via romana. Esta relação da fortificação com a estrada é referida literatura militar e de viagens de época moderna e contemporânea por autores como Erich Lassota de Steblovo (158/0-1584), A. Jouvin (1672), António Henriques da Silveira (1797) ou Joseph de Cornide (1801), bem como nas memórias paroquiais da freguesia de Ciladas (1758).Outro dado importante é a disponibilidade de água: a “Fonte dos Sapateiros” é assinalada nas fontes históricas, escritas e cartográficas, sendo certamente um ponto de paragem e de abastecimento de água de viajantes e animais. A identificação no terreno da fonte dos Sapateiros não foi possível já que existe, no sopé da cumeada dos Sapateiros, uma série de estruturas deste tipo (tanques, poços e fontes de chafurdo) que podem corresponder a esta fonte histórica." 41,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-08-07 10:43,2016-03-28 13:59,Alcarapinha,"A ocupação romana deste local é testemunhada pela existência de uma necrópole identificada por A. Dias de Deus junto de uma anta (Viana, 1950, p. 293). O padre H. Silva Louro refere ainda um marco miliário em granito com a inscrição [incompleta] CAES., “que se encontrava na esquina do monte de Alcarapinha” (Louro, 1966, pp. 5–6). No local coincidente com esta descrição existe um elemento em granito que poderá corresponder ao miliário. Em nenhuma das faces visíveis se identifica a suposta inscrição, mas é visível um entalhe que indica a sua utilização ou reutilização como contrapesopeso de lagar. Na face encostada ao edifício parece adivinhar-se um “C” mas, dadas condições de observação e a impossibilidade de deslocar a peça, esta identificação deve ser considerada com muitas reservas. Assim, continua em aberto a possibilidade de se tratar do miliário descrito pelo P.e Louro e/ou de ser um elemento que testemunha a produção de azeite ou vinho em época romana." 42,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-08-07 10:48,2016-03-13 19:29,Orada,"Não existem evidências de ocupação romana na actual povoação da Orada, embora diversos autores considerem que este seria um ponto de passagem da via XII (Carneiro, 2011, vols. 1, p. 147–158; Rodríguez Martín, 2008, pp. 424–427; Saa, 1956, vols. 1, p. 130; vol. 4, p. 26–27). O caminho de acesso ao atual cemitério é assumido como um provável troço da via romana (assinalado inclusive por um painel de azulejos contemporâneo), mas não é possível determinar a cronologia da sua construção nem a utilização em época romana.São as fontes históricas de época moderna que contribuem para a identificação deste local (designado também como Vendas ou Venda da Alcaraviça) como um ponto importante na estrutura viária antiga. Sabemos que Filipe III, na viagem que faz a Portugal em 1619, passou por aqui no caminho de Elvas para Estremoz (Silva, 2008, p. 282). Este caminho, por Vila Boim e Vendas da Alcaraviça, é um eixo de movimentação de tropas no âmbito das guerras da Restauração, tendo sido nas imediações da povoação que, em 1645, ocorreu o episódio conhecido como “desastre do Terço de Évora” (Espanca, 1978, pp. 149–151). As memórias paroquiais de 1758 referem a existência de “hum correyo de postas com treze cavallos promptos, que o ligam a Estremoz distante duas legoas, e a Elvas distante quatro legoas”, bem como “tres estalages, que ficam na estrada real de Estremoz para Elvas“; menção ainda para “huma ponte de pedraria”, também na citada “estrada real” (Duarte, 1758).Embora não seja possível afirmar com certeza a utilização em época romana, considerando a topografia do traçado da via XII definido até este ponto e as fontes históricas, parece credível que a estrada que atravessa a povoação da Orada possa ter estado integrada neste itinerário." 43,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-08-07 10:50,2016-03-13 21:18,Fonte do Imperador,"Sítio identificado no âmbito de estudos de avaliação de impacto ambiental, tendo sido realizadas sondagens de diagnóstico que confirmaram a ocupação em época romana. Não foram encontradas estruturas na área sondada (cerca de 12m2) e o espólio é sobretudo constituído por cerâmica comum e de construção, tendo sido recolhida uma moeda datada do séc.III.Foram reconhecidas, como sítios distintos, duas manchas de dispersão de materiais à superfície, designadas como Vinha da Fonte do Imperador (CNS 31491) e Monte do Coelho 1 (CNS 33150). O polígono definido por estes dois pontos e o local onde foram realizados as escavações arqueológicas não excede 1ha, pelo que se considera fazerem parte da mesma ocupação em época romana. A localização proposta corresponde ao centroide do referido polígono.A. Carneiro interpreta este local como uma mansio (2011, vol. 1, p. 149; vol. 2 p. 181,185) baseado na relação com o presumível traçado da via XII (o sítio implanta-se numa pequena elevação que dominaria visualmente o percurso) e o facto de não terem sido recolhidos indicadores de monumentalidade numa vasta área de dispersão de vestígios. É importante considerar que este sítio, identificado já no séc. XXI, deverá ter sido bastante afectado pela construção, e sucessivas remodelações, quer da EN 4, quer do caminho-de-ferro. A fonte a que se refere o topónimo é de época moderna e situa-se no traçado antigo da EN 4, desviado já na última metade do séc. XX para evitar a passagem de nível do caminho de ferro. Até este desvio, era um importante ponto de paragem nesta estrada.É difícil arriscar quaisquer interpretações funcionais de acordo com os dados disponíveis mas a passagem destas infraestruturas contemporânea pode ser considerada um indicador da apetência desta área como corredor de passagem entre Estremoz a Évora. Considerando a posição relativa do local com o sítio da Senhora dos Mártires (n.º 11), onde foi identificado um miliário, parece fazer sentido considera-lo como ponto de passagem da via XII. O topónimo é seguramente sugestivo, não sendo contudo argumento consistente para sustentar esta hipótese. Já abundância de recursos hídricos (fontes, poços, nascentes), reforça a importância do local como ponto de paragem num percurso viário de longo curso." 44,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-08-07 11:03,2016-04-02 10:47,Herdade do Marmeleiro,"A. Carneiro sugere que a passagem da ribeira da Tera se fizesse neste local, baseando esta hipótese numa notícia publicada no Arqueólogo Português em que se refere que a existência “em tempos remotos, uma ponte, cujos alicerces ainda se percebem.”(Carneiro 2011, vol. 1, p. 149) O único testemunho de ocupação antiga é de difícil localização: no final do séc. XIX ou início do séc. XX, um funcionário “da repartição dos caminhos de Ferro do Sul” oferece ao Museu Nacional de Arqueologia uma lápide funerária que apareceu “no sítio do Pégo da Ponte, junto do açude do moinho da Sr.ª D. Brígida do Carmo Pinheiro, na Herdade do Marmeleiro, freguesia de Vidigão, concelho de Arraiolos, a 4 kilometros de Evora Monte, na margem da ribeira de Ter.” (Vasconcelos 1905) Sem conhecer os limites da herdade do Marmeleiro à data, sabemos contudo que esta se situa na margem esquerda da ribeira de Tera e que ainda hoje existe um açude, cerca de 200m a montante da ponte do caminho de ferro, que poderá corresponder ao descrito na notícia de achamento. Na folha 25 da Carta Corográfica de Portugal (Folque 1856) está representado um caminho, que atravessa a ribeira, entre o monte do Pego do Sino Pequeno (na margem direita) e o monte da Marmeleira, pelo que a localização proposta se faz coincidir com esse local, onde poderia existir a ponte referida na citada notícia publicada em 1906." 45,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2013-06-06 14:13,2016-04-28 16:31,Herdade da Machoqueira,"A ocupação romana da Herdade da Machoqueira é conhecida através de dois achado isolados: uma lápide funerária e um dolium, publicado por J. Nolen em 1985.Nessa publicação, a autora refere ter feito uma ""pequena pesquisa no local"", tendo encontrado abundante cerâmica de construção (tegulae e imbrices) e de uso doméstico, das quais destaca cerâmica comum ""não datável"" e terra sigillata sud-gálica, hispânica clara C e D. Com base nos materiais arqueológicos a autora admite uma ocupação ""duradoura"" desde meados do séc. I até, pelo menos, finais do séc. III d.C.Não se conhecem as condições do achado da inscrição, apenas referida como estando “no monte da herdade” em agosto de 1982.A georreferenciação do sítio faz-se com base no PDM de Évora, que indica tratar-se de uma localização aproximada." 47,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-08-07 11:57,2016-05-05 15:21,Fonte Boa 4,"Numa área de cerca de 6000 m2 encontram-se dispersos fragmentos de cerâmica muito rolada. Entre estes contam-se fragmentos de cerâmica comum e de construção de época romana, bem como outros que parecem pertencer à idade do ferro. Segundo informação da base de dados Endovélico o sítio encontra-se destruído, referindo-se no relatório de trabalhos arqueológicos que os trabalhos agrícolas contribuíram para a dispersão de materiais no terreno. Dada a proximidade com o sítio da Escola do Degebe (n.º 328), também caracterizado pelo mesmo tipo de materiais dispersos por ações antrópicas contemporâneas, pode tratar-se do mesmo sítio arqueológico. Contudo, por estes vestígios serem detetados em margens opostas do rio Degebe mantém-se como registos individualizados." 55,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-08-08 10:10,2016-05-27 12:28,Herdade da Biscaínha,"J. Leite de Vasconcelos refere este local associando-o a uma lenda popular que identifica uma “pedra com cavidade” a uma “marreta para assentar pedras de uma calçada que ali havia, e de que hoje ainda se observam alguns lanços” Não é claro se o próprio visitou o local ou se se trata de uma das antigualhas “de que apenas [colheu] informação”. A possibilidade de se tratar de uma via romana é deixada como interrogação e é fundamentada sobretudo na associação à lenda, já que é frequente atribuir “ao Diabo e a outras entidades fabulosas ou sobrenaturais as obras de certa importância” (1898, p. 111).Por ser referido por J.L.Vasconcelos o sítio é integrado em inventários posteriores, sem que também seja possível saber se houve trabalhos de localização e observação no terreno (J. de Alarcão, 1988, p. 131; C. J. Ferreira, Tavares da Silva, Lourenço, & Sousa, 1993, p. 69). Em visita ao local pode ser confirmada a existência de um troço de calçada constituída por pedras de pequena dimensão e talhe irregular. Encontra-se conservada em cerca de 800m e tem cerca de 3m de largura. O tipo de pavimento não é conclusivo sobre a cronologia de construção, podendo ser de época moderna ou contemporânea. Assinale-se que o caminho rural atual, onde a calçada foi identificada, faria parte de uma estrada entre Alcácer do Sal e Évora, desativada com a construção da barragem do Pego do Altar na primeira metade do séc. XX." 56,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-08-08 10:12,2016-05-27 14:26,Casa Branca,"Troço de calçada que se encontrava já destruído aquando dos trabalhos no âmbito da realização de uma carta arqueológica do distrito de Setúbal (C. J. Ferreira et al., 1993, p. 59). A única descrição disponível é de finais dos séc. XIX, dando conta da existência de “uns duzentos metros de calçada, feita com grandes pedaços de basalto”, sendo a atribuição à época romana da responsabilidade do autor da sua publicação (Baptista, 1896, p. 8). A topografia da área encontra-se profundamente alterada pela barragem do Pego do Altar, mas a análise de cartografia histórica parece indicar que este troço de via se integraria no eixo de ligação de Alcácer do Sal a Beja." 57,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-08-08 10:15,2016-05-29 16:48,Pedrões,"O sítio foi parcialmente destruído por terraplanagens associadas ao cultivo do arroz, mas os vestígios conservados apontam para um complexo edificado, muito provavelmente uma uilla, embora a ampla área de dispersão de materiais observáveis à superfície possa ser resultado da destruição e não necessariamente um indicador da dimensão do sítio romano. São identificados restos de construções soterradas, cerâmica comum e de construção, ânforas, cerâmica de mesa (terra sigillata clara), bem como restos de pavimento em opus signinum e tesselae. Também foi identificado na ribeira um contrapeso de lagar paralelipipédico que estará relacionado com o sítio." 58,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-08-08 10:27,2016-07-02 14:26,Setúbal,"Os primeiros momentos de ocupação humana em Setúbal estão atestados exclusivamente na colina de Santa Maria, que era limitada a sul e a ocidente pela baía e por um braço de mar que se estendia até ao atual Bairro do Liceu. O núcleo principal da cidade romana situar-se-ia nessa zona alta, tendo sido aí identificada uma estrutura que é interpretada como edifício público, eventualmente parte do forum. No final da idade do ferro terá começado a formar-se um cordão litoral a partir da colina que, em época romana, se estenderia até à atual praça do Bocage. É nessa zona baixa que se vão instalar as atividades industriais, sendo conhecidas fábricas de salga e olarias que se destinavam à produção de ânforas. É provável que na zona pantanosa a norte deste cordão litoral, que ficará colmatada apenas no séc. XVI (Andrade & Silveira, 2007, p. 158), se fizesse a exploração do sal, embora dificilmente possam ser encontradas provas materiais que o atestem. Também não existem evidências materiais da atividade portuária mas são inúmeros os testemunhos indiretos que atestam a importância de Caetobriga como porto comercial em época romana.A única necrópole identificada situava-se na zona oriental da colina de Santa Maria (antiga Ladeira de São Sebastião), podendo eventualmente estar associada à entrada na cidade da via procedente de Salacia. Trata-se de uma necrópole de inumação que terá estado em utilização, pelo menos, entre os séc. II e IV.Na margem direita da ribeira do Livramento ou, se preferirmos, a ocidente do braço de mar / sapal, existia um núcleo de ocupação do qual restam alguns testemunhos detetados sob o atual bairro do Troino. Seria a partir desse núcleo que se atingia a via em direção a Olisipo, da qual a Calçada do Viso (n.º 59) parece ser uma sobrevivência material.A identificação de Setúbal com Caetobriga é consensual entre os investigadores, sobretudo quando, a partir de meados do séc. XX, a investigação arqueológica vem demonstrar claramente a existência de uma ocupação romana de carácter urbano no local e põe fim à discussão sobre a atribuição deste topónimo ao complexo industrial situado em Tróia." 59,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2012-08-08 10:27,2016-07-04 16:13,Calçada do Viso,"Troço de calçada, conservada de uma forma descontínua em cerca de 800m, entre o bairro do Viso (Setúbal) e a povoação do Grelhal. Com uma largura média de 5m, apresenta nas bermas blocos verticais não aparelhados, com cerca de 0,5m de altura. Embora não se conservem todos, estariam colocados em intervalos regulares de 7m de comprimento. Uma sondagem realizada por C.Tavares da Silva em 1966 revelou que o empedrado superficial, constituído por blocos de calcário comum e brecha da Arrábida, atinge uma profundidade de 0,30m nas bermas e de 0,15-0,20m na zona central. Este empedrado assenta sobre uma camada de areia argilosa vermelha com pequenos calhaus que, por sua vez, se sobrepõe a outra de blocos de grés conquífero do Mioceno, assente sobre uma camada de argila cinzenta. Estas camadas foram colocadas como preenchimento de uma caixa aberta sobre o substrato rochoso com uma profundidade de 0,80m (C. T. da Silva & Soares, 1986, pp. 200–201).O traçado tem uma orientação E-W, vencendo um desnível considerável, iniciando-se à quota altimétrica 113,4m no bairro do Viso para atingir os 63,8m na interseção com a rua da Alfarrobeira no Grelhal. A atribuição cronológica faz-se exclusivamente com base na técnica de pavimentação, sendo certo que a calçada foi usada em época medieval e moderna como caminho de acesso a partir de Setúbal à ermida de São Luís da Serra, pertencente à Ordem de Santiago (cf. n.º 206)." 68,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2013-06-05 10:19,2016-03-30 22:04,Aldinha,"Sítio onde se verifica uma grande área de dispersão de vestígios de época romana, normalmente interpretado como uilla (Boaventura, Banha 2006, p. 373; Carneiro 2011, vols. 2, p. 283–284). Destaca-se a presença de abundante cerâmica de construção, placas de mármore, silhares de granito, fragmentos de ânforas, cerâmica comum e dolia, bem como um grande contrapeso de lagar. A aparente dimensão do sítio, cuja memória se conservará no topónimo (também referido como Aldeinha, nomeadamente nas Memórias Paroquiais de 1758) pode indicar tratar-se de um aglomerado populacional de outra natureza.A. Carneiro identifica junto ao Monte da Aldinha um troço de caminho, uma recta com cerca de 700m e orientação N-S (atravessado sensivelmente a meio, no sentido E-W pelo actual limite entre os municípios de Elvas e Monforte), como um diverticulum de ligação entre as vias XIV e XII que iria da Herdade Alcobaça (n.º6) ao Monte das Esquilas (CNS 5735) (Carneiro 2011, vols. 1, p. 147–148). A utilização deste caminho em época romana parece inquestionável, tendo em conta a densidade de ocupação romana nas imediações (a juntar ao sítios referidos, acrescente-se a necrópole dos Serrones n.º 117). A densidade de ocupação na envolvente, associada à dimensão do sítio, podem justificar a “monumentalidade” deste caminho mesmo que se tratasse de uma via secundária de acesso aos complexos edificados da Aldinha." 69,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2013-06-07 09:32,2016-05-28 18:36,Portagem,"Sítio conhecido por uma extensa área de vestígios à superfície, sobretudo cerâmica de comum e de construção, bem como restos de edificações. É habitualmente referido como uilla embora alguns autores admitam que possa tratar-se de uma mansio ou um uicus (J. de Alarcão, 2006, p. 216; Mantas, 2012, p. 151)." 72,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2013-06-07 11:23,2016-05-25 15:01,Monte da Ponte (ou Fonte),"Grande povoado calcolítico com várias linhas de muralhas, bastiões e um torreão central (Kalb & Höck, 1997). Embora os autores que se dedicam ao seu estudo não refiram qualquer ocupação de época romana, a descrição e localização que M. Saa faz do sítio do Curral “entre o M.te de Taboleiros de Baixo e a ribeira das Alcáçovas” parece corresponder à mesma realidade arqueológica: o pequeno outeiro do Curral, [...] dá mostras de ter sido antigamente um castro ou fortaleza de romanos, dada a fragmentação abundante de tegula e imbrex, coexistente com sinais duma forte cerca ou muralha envolvente” (Saa, 1956, vol. 4, p. 82).A ocupação em época romana só pode ser confirmada com a revisão dos dados disponíveis decorrentes dos trabalhos arqueológicos levados a cabo no local mas, dada posição face ao traçado proposto para a via XII e a aparente complementaridade com o sítio da Alcalaínha (n.º 75), mantém-se no conjunto de dados a tratar." 75,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2013-06-07 14:22,2016-05-21 16:42,Alcalainha,"A identificação deste sítio arqueológico deve-se aos autores da folha 40-A da Carta Geológica de Portugal que o incluem na respetiva nota explicativa com referência a uma ocupação de época romana e medieval (Carvalhosa, Carvalho, Alves, & Pina, 1969). Trabalhos de prospeção realizados no âmbito do PDM de Évora confirmam a localização do sítio e assinalam, além da observação de cerâmica comum e de construção de época romana, a existência de um talude e vestígios de exploração mineira antiga. Nas imediações encontra-se registada a ocorrência de filões de cobre que permitiriam a sua exploração a céu aberto (Laboratório Nacional de Energia e Geologia, 2010).O sítio tem também ocupação da pré-história recente, estando muito próximo do grande povoado fortificado do Monte da Ponte (n.º 74) que se situa na margem oposta da ribeira de São Brissos. Com os dados disponíveis, não é possível saber a cronologia desta exploração mineira, presumivelmente se iniciada no calcolítico. A continuidade de exploração em época romana é plausível mas não confirmada.Assinale-se também que um local de passagem da ribeira, conhecido como Porto de Alcalá, se encontra a cerca de 1 km NE do ponto cartografado." 79,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2013-06-07 23:38,2016-03-14 12:10,La Tiesa,"Villa romana identificada em 1933 na sequência da destruição parcial decorrente da construção do Canal de Lobón. O sítio encontra-se junto da antiga estrada Madrid/Badajoz que poderá coincidir com o traçado da via XII, tendo sido identificados restos de calçada (Fernández Corrales, 1987, pp 52-55). A partir da análise dos materiais arqueológicos recolhidos à superfície, a villa terá tido a sua fundação no reinado de Tibério, sendo ocupada até, pelo menos, o séc. IV d.C. (Jerez Linde, 2002)" 80,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2013-06-08 16:36,2016-06-12 18:38,Herdade da Barrosinha II,"O sítio é conhecido sobretudo como centro produtor de ânforas, embora nunca tenham sido realizadas escavações no local. A informação disponível não é muito conclusiva sobre a existência de outros tipos de ocupação para além dos fornos, mas há notícia de uma necrópole de inumação (J. de Alarcão, 1988b, p. 133) e de uma cetária, embora a descrição desta última possa corresponder a um tanque com outra funcionalidade (Faria, 2002, p. 129). No abundante conjunto de material arqueológico publicado, a presença de um peso de tear e um peso de rede pode ser indício de outras atividades produtivas complementares ao fabrico de ânforas (Diogo, Faria, & Ferreira, 1987, p. 90).O sítio é referido muitas vezes desdobrado em duas realidades diferentes – Barrosinha I e II – embora não haja razões objetivas para essa distinção (Fabião, 2004, p. 397), tanto mais quanto ela assenta na análise de materiais depositados em museus e coleções particulares, recolhidos de uma forma mais ou menos fortuita desde o séc. XIX. Provavelmente, como acontece noutros centros oleiros melhor conhecidos, na Barrosinha existiria um complexo edificado, cuja principal vocação era a produção anfórica, mas que contaria com outras áreas funcionais que poderiam incluir habitação, necrópole e/ou áreas de produção complementares. Saliente-se também que o tipo de ocupação pode ter variado e evoluído ao longo do tempo: a cronologia apontada na bibliografia centra-se no séc. I, mas essa conclusão é exclusivamente baseada na análise dos fragmentos de ânfora recolhidos no local, enquadráveis na tipologia Dressel 14.Opta-se pela designação Barrosinha II por ser a que se encontra registada na base de dados Endovélico para o sítio romano, já que a designação Barrosinha I (CNS 1849) é reservada para uma estação de ar livre atribuída ao paleolítico." 81,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2013-06-08 16:42,2016-05-27 17:56,Castelejos,"A identificação do sítio deve-se a J.L. Vasconcelos que dá conta da existência, em dois outeiros, restos de muralhas e cerâmica doméstica, de construção e de armazenamento (incluindo asas de ânfora). Interpreta o sítio como um “castro complexo” com vestígios de “duas civilizações: pré-romana […]e romana” (Vasconcelos, 1895b, p. 90). O sítio nunca foi alvo de trabalhos de escavação, mas observações de superfície confirmam a ocupação a idade do bronze, ferro e época romana (Albergaria, 2006). O ponto cartografado encontra-se neste momento rodeado pela albufeira da barragem do Pego do Altar." 82,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2013-06-08 16:50,2016-06-03 11:53,Herdade de São Braz,"Sítio reconhecido através de existência à superfície de cerâmica comum e de construção, ânforas e moedas. Referência em bibliografia antiga a uma provável necrópole de incineração. As ruínas da capela de São Brás integram dois fuste de coluna e um capitel que poderão ser de época romana." 85,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2013-07-11 21:45,2016-05-02 11:08,Herdade da Manizola,"Este miliário faz parte de uma colecção particular e encontra-se na herdade da Manizola, na escadaria de acesso ao solar (Bilou & Encarnação, 2013).Não é possível determinar com rigor a sua proveniência; o facto do solar ter sido mandado edificar pelo bispo D. Afonso de Portugal, colecionador de antiguidades (Caetano, 2007), bem como as ligações da propriedade a André de Resende (Espanca, 1966), tornam particularmente difíceis quaisquer tentativas de identificação dos locais de achamento e/ou deposição original. Os autores que publicam recentemente a inscrição admitem que o miliário poderá pertencer à via Ebora-Pax Iulia baseando-se apenas na afirmação que “é nela que se conserva o maior conjunto de miliários.” Esta argumentação pode contudo estar condicionada por uma série de fatores que nada tem a ver com o miliário em causa (nomeadamente a geografia e o estado da investigação).Outra proveniência admissível, embora também com as mesmas fragilidades de argumentação, é a que o miliário seja proveniente da Herdade da Sempre Noiva (CNS 3876), local onde terá sido recolhido o torso com couraça que se encontra depositado no mesmo local (Sousa, 1990). Junto a este grande sítio arqueológico de época romana existe um troço de via com 3m de largura calcetada com lajes de granito, visível numa extensão de cerca de 20m (CNS 10208 = CNS 1025). A proveniência do miliário ser da própria Herdade da Manizola é também admissível, sobretudo tendo em conta a proximidade com um troço de calçada, a cerca de 1,54 km a ocidente (já fora da área de estudo (CNS 25675 = PDME 366).A inscrição é dedicada ao imperador Maximiano e não tem indicação miliária, embora o texto não esteja completo, o que faz não descartar completamente a possibilidade de estarem referidas no texto original." 86,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2013-08-27 11:40,2016-04-11 22:35,São Bento do Mato,"Na área de São Bento do Mato são conhecidos vários testemunhos de ocupação antiga, a maioria dos quais datados da pré-história recente e associados ao monumento megalítico ao qual a atual igreja se sobrepõe.A ocupação romana é atestada pela existência de uma ara votiva, hoje depositada no Museu de Vila Viçosa, que terá sido recolhida “junto à igreja de S. Bento do Mato”, de acordo com a notícia publicada no Jornal de Évora em 1968 (Encarnação, 1984, p. 448). É provável que estivesse já deslocada do seu contexto original sendo impossível reconstituir o processo de achamento. A menos de 500m a norte da igreja, é identificado no PDM de Évora um sítio de cronologia romana “ou posterior”, caracterizado pela observação à superfície de cerâmica comum e de construção (Câmara Municipal de Évora, 2005, p. 116). O sítio é designado como Monte da Parroxa 2, não havendo mais elementos que permitam a sua interpretação, embora no seu trabalho sobre antas-capelas J. Oliveira, P. Sarantopoulos e C. Balestero considerem tratar-se de “um importante sítio romano” (Oliveira, Sarantopoulos, & Balesteros, 1994, p. 292)Considerando a proximidade com o presumível local de achamento da ara votiva, poderá corresponder à mesma realidade arqueológica. O ponto escolhido para representar o sítio é o ponto central do segmento de reta definido pelas duas coordenadas publicadas no PDM de Évora." 117,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2013-11-01 09:47,2016-03-30 21:49,Monte dos Serrones,"Necrópole escavada por Abel Viana e A. Dias de Deus, em que se identifica a coexistência de rituais funerários de incineração e inumação. A datação centrada nos séc. I e II é baseada nas sepulturas com espólio datável, mas existe um número significativo de sepulturas sem espólio votivo, algumas das quais de inumação, o que levanta a hipótese desta necrópole ter um período de utilização mais tardio (Frade, Caetano 1993, p. 852). Os dados publicados pelos seus escavadores não são suficientes para determinar se esta utilização se faz em continuidade desde o séc. I ao III-IV ou se os dois ritos correspondem a períodos distintos. Em aberto fica também a possibilidade de terem coexistido no tempo as práticas de incineração e inumação.A informação publicada pelos escavadores não permite uma cartografia rigorosa da área ocupada pela necrópole. A. Carneiro propõe uma localização “confirmad[a] presencialmente pelo proprietário [atual do terreno]” (Carneiro 2011, vol. 2, p. 140), mas também refere a identificação de vestígios a 200m a este e 500m a oeste do ponto cartografado. No âmbito dos trabalhos de prospeção do projeto PNTA/98 - As Comunidades Pré-históricas dos 4º e 3º milénios na Região de Monforte, R. Boaventura dá conta de dois locais próximos (CNS 21462 e 21463) onde terão sido realizadas escavações clandestinas de “várias sepulturas” e onde eram visíveis em 2001 vários materiais de cronologia romana dispersos à superfície. Consideram-se todos estes pontos (que definem um polígono convexo de menos de 1 hectare de área) como parte da necrópole romana, que sabemos ter sido utilizada ao longo de mais de três séculos; muito provavelmente a área ocupada foi variando ao longo do tempo e terá tido uma área considerável.Registe-se ainda a proximidade com a necrópole do Monte de Alcobaça (n.º 6), cerca de 1km a sul em linha reta, que pode de alguma forma também estar relacionada com a área de Serrones, embora os dados disponíveis não autorizem o estabelecimento de uma relação direta entre estas necrópoles." 118,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2013-11-01 09:47,2016-03-28 19:41,Monte do Passo,"Sítio referido pelo Pe Silva Louro, onde seriam visíveis restos de um edifício de época romana, tendo sido achadas “sepulturas da mesma época um pouco mais acima na encosta”. Informações orais dão conta da realização de trabalhos arqueológicos amadores no local, mas não existe qualquer informação disponível sobre o resultados dos mesmos (Carneiro 2011, vol. 2, p. 237). As prospeções de superfície realizadas em diferentes ocasiões não foram conclusivas." 119,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2013-11-01 09:47,2016-03-28 20:12,São Romão,"A primeira referência a este sítio arqueológico deve-se ao P.e Silva Louro que aqui identifica vestígios de edifícios e um “túmulo em mármore sem inscrição alguma.” (Louro 1966, p. 5)Trabalhos agrícolas em 1987 puseram a descoberto vestígios arqueológicos que motivaram uma intervenção de emergência a cargo dos então Serviços Regionais de Arqueologia do Sul. A consulta do respetivo processo dá conta de uma escavação que decorreu durante uma semana em novembro desse ano. Previa-se a continuação dos trabalhos em Abril do ano seguinte que, no entanto, ainda não tinha sido realizada em Fevereiro de 1989. Não há qualquer informação posterior a esta data ou qualquer relatório de trabalhos arqueológicos.Trabalhos de prospeção realizados por A. Carneiro identificaram a área onde terá sido realizada a escavação de sondagem, em que são visíveis dois muros paralelos. Na zona envolvente, em cerca de um hectare, existe uma grande quantidade de cerâmica comum, de construção e de armazenamento, bem como escórias. Este autor levanta a possibilidade de “existir uma barragem no cruzamento das linhas de água.” (Carneiro 2011, vol. 2, p. 137)" 120,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2013-11-01 09:47,2016-03-29 11:51,Carrão,"Villa escavada por A. Luís Agostinho e A. Dias de Deus na década de 40 do séc. XX, na qual foi identificada a pars urbana, “grande construção composta de numerosos compartimentos”. Pela descrição apresentada parece tratar-se de uma uilla de peristilo, com um dos compartimento com uma abside, sendo os restantes de planta retangular. Os pavimentos são maioritariamente em mosaico com motivos geométricos e figurativos. O programa decorativo contaria ainda com escultura já que, aquando da identificação do sítio, foi A. Dias de Deus informado que ""na ocasião da debulha os trabalhadores tinham achado uma cabeça de estátua […] que não voltou a aparecer"".Foram escavadas também parte das termas (Reis, 2004, pp. 131–132) e, numa sondagem a nascente, terá sido identificada um edifício possivelmente pertencente à pars rustica da uilla , uma “casa grande, com pavimento de tijolos quadrados [por baixo do qual] passava um canal de drenagem, feito de tijolos retangulares. Neste ponto apareceram muitos fundos de ânfora (Deus, Louro, & Viana, 1955, p. 577). O complexo contava ainda com um conjunto de estruturas hidráulicas, das quais se destaca uma barragem (Quintela, Cardoso, & Mascarenhas, 1987, pp. 70–71).A cronologia de ocupação parece ser bastante longa, pelo que se depreende dos numismas recolhidos, entre os quais se contam dois denários republicanos, pequenos e médios bronzes de Domiciano e um conjunto baixo-imperial.A necrópole da Chaminé (n.º 121) faz parte desta mesma realidade arqueológica, embora a informação disponível não permita perceber a relação funcional e/ou cronológica entre as áreas edificadas e a espaço funerário. Mantém-se a identificação individual dos dois sítios arqueológicos por essa distinção estar há muito cristalizada na bibliografia da especialidade." 121,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2013-11-01 09:47,2016-03-29 14:09,Chaminé,"Necrópole com uma longa diacronia de utilização, que se inicia na idade do ferro e poderá estender-se até à antiguidade tardia. As particularidades da história de investigação do sítio, escavada em meados do séc. XX e alvo de disputa científica entre M. Heleno e A. Viana, condicionam de alguma forma a documentação disponível que nem sempre é de fácil interpretação.Uma das questões por resolver é a existência de hiatos ou a continuidade de utilização ao longo do tempo, bem como a relação com o(s) local(ais) de povoamento a que a necrópole estaria associada nas suas diferentes fases. A relação de proximidade com a uilla do Carrão (n.º 120) é evidente, constituindo parte do mesmo complexo, pelo menos desde época alto-imperial. No que diz respeito às sepulturas de incineração da idade do ferro, C. Fabião (1998, p. 385) levanta a hipótese de estarem associadas a um hipotético povoado de altura situado na Atalaia dos Sapateiros (n.º 40). As inumações mais tardias podem, à semelhança do que acontece nesta área regional em uillae melhores conhecidas, representar um momento de contração e refuncionalização da área residencial da pars urbana.Mantém-se a identificação individual face à uilla do Carrão (n.º 120) por essa distinção estar há muito cristalizada na bibliografia da especialidade." 122,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2013-11-01 09:47,2016-03-22 16:16,Trinta Alferes,"Sítio de ocupação romana indeterminada, onde foi encontrada cerâmica de construção que deu entrada no Museu de Elvas no final do séc. XIX.A localização é inferida a partir da toponímia referida na notícia de incorporação dos achados no museu de Elvas (Pires, 1901, pp. 218–223)." 125,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2013-11-01 09:47,2016-03-22 12:40,Papulos,"Necrópole de inumação parcialmente [?] destruída em 1897 aquando da reconstrução de uma estrada municipal. Foram recolhidos e doados ao Museu de Elvas restos osteológicos humanos, uma bilha (cerâmica comum), uma lucerna com decoração figurativa e dois anéis em bronze. É também proveniente deste local uma árula funerária em mármore branco, datável epigraficamente da 2ª metade do séc.II." 126,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2013-11-01 09:47,2016-03-31 19:23,Farisoa,"A identificação de uma bilha em cerâmica comum depositada no Museu Nacional de Arqueologia com a indicação de proveniência “Farisoa, Freguesia da Terrugem”, levou à primeira referência ao sítio (Almeida 2000, p. 115). Em trabalhos realizados mais tarde, A. Carneiro recolheu localmente informação sobre escavações arqueológicas amadoras realizadas em meados do séc. XX, com o beneplácito do então diretor do MNA, Manuel Heleno Nessa ocasião foram postos a descoberto “restos de habitações – muros, telhas e louça […] [e] parte de um cemitério romano-visigótico.”No local atribuído à necrópole, A. Carneiro identificou uma grande concentração de cerâmica de construção, comum e uma asa de ânfora e na área; a dispersão de cerâmica de construção repetia-se na área indicada onde o informante indicou terem sido encontradas as “habitações”(Carneiro 2011, vol. 2, p. 141).É provável que se trate de uma uilla ou outro tipo de complexo edificado, associado a uma necrópole que poderá ter tido vários momentos de utilização e em alguns se tenha sobreposto a estruturas habitacionais já em desuso.Registe-se a proximidade com o sítio da Terrugem (n.º 395) onde terá havido uma ocupação de altura materializada numa pequena torre, presumivelmente mais antiga que o complexo edificado e a necrópole, podendo testemunhar uma continuidade de ocupação numa diacronia relativamente longa, registando-se diferentes estratégias de apropriação do território." 133,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2013-11-01 09:47,2016-03-22 16:36,Horta da Serra,"Pequena necrópole de incineração; A. Viana. A. Dias de Deus e o Pe Louro escavaram 15 sepulturas onde recolheram 20 recipientes cerâmicos, um anel, tegulae com marcas, moedas em bronze e alguns pregos. Referem ainda a existência nas proximidades de “alicerces de uma casa provavelmente romana” onde recolheram um fragmento de fíbula em bronze." 134,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2013-11-01 09:47,2016-03-23 17:15,Varche,"Inscrição funerária com paradeiro desconhecido que se conhece apenas a partir da transcrição do texto. A notícia de achamento é lacónica e apenas refere que foi encontrada no sítio de Varche, sede da paróquia de São Brás de Varche desde pelo menos o séc. XIV (Arquivo Ditrital de Portalegre, 2008).No local terá existido uma “antiga ponte que dá passagem pelo antigo caminho de Varche, para a porta da Chousa e outras fazendas. Ignora-se quando foi feita” (Almada, [s.d.]). Poderá estar relacionada com a estrada que faz a ligação de Elvas a Borba por Vila Boim, cuja cronologia inicial não é possível precisar mas que aparece representada na cartografia do séc. XIX.Ainda que a informação disponível seja escassa e de difícil contextualização, mantém-se este ponto no conjunto de dados a considerar, pela referência ao epitáfio romano que pode estar associado a qualquer tipo de ocupação da mesma época. Dada a proximidade (menos de 1km em linha reta) com o sítio da Torre das Arcas (n.º 135) poderá também ser esse o local original do achado, deslocado para a sede da paróquia em época posterior." 135,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2013-11-01 09:47,2016-03-22 23:30,Torre das Arcas,"Desde o final do séc. XIX que são divulgadas notícias de achados de época romana na área da Torre das Arcas. A ocupação mais conhecida é a necrópole escavada por A. Viana e A. Dias de Deus (Viana, Deus 1955a) em meados do séc. XX, mas que terá sido pela primeira vez identificada em 1897 (Pires 1931, p. 114).Numa leitura atenta da informação publicada deduz-se que a necrópole fazia parte de um amplo complexo edificado que incluía os vestígios identificados como Pomarinho da Torre das Arcas (CNS 5704). Aliás, a distinção entre os dois sítios arqueológicos parece ser funcional: quando se refere a ocupação funerária a designação usada é “Torre das Arcas”, ao passo que a descrição de testemunhos de edifícios residenciais ou estruturas hidráulicas é sempre atribuída ao “Pomarinho”.Não existem elementos que permitam georreferenciar com rigor o local onde foram escavadas as sepulturas, habitualmente, se faz coincidir com as atuais edificações da Quinta da Torre das Arcas. A. Carneiro (2011, vol. 2, pp. 142–143)descreve com detalhe a distribuição dos vestígios observados no terreno que se estendem por cerca de um hectare, aproximadamente 500m a norte das construções contemporâneas, e nas imediações da Anta 1 da Torre das Arcas (CNS 7339). Trata-se muito provavelmente de uma uilla, sendo reconhecidos restos de pavimentos em mosaico e elementos decorativos em mármore, dois quais se destaca uma “pedra lavrada com roseta”, recolhida para o museu de Elvas em 1881. Este elemento estaria associada a a um tanque revestido a cimento [opus signinum?] no qual servia “sem dúvida de sumidouro de águas” ([Vestígios de construções enterradas no Foral Torre das Arcas] 1881). A descrição é sugestiva da existência de uma área termal, sobretudo pela semelhança com a descrição das termas na Herdade do Carrão (n.º 120) feita por A. Viana, mas não passa de uma hipótese pouco fundamentada.Já a existência de estruturas hidráulicas é mais certa, sendo ainda observáveis restos de um aqueduto, conservado em cerca de 8m de comprimento (Carneiro 2011, vol. 2, p. 143), e do paredão de uma barragem (Quintela, Cardoso, Mascarenhas 1987, p. 38).Na necrópole são documentados os ritos de incineração e inumação, tendo presumivelmente uma larga diacronia de utilização. O espólio estudado centra-se entre os inícios do séc. II e o final do séc. III, mas algumas das sepulturas de inumação sem qualquer espólio podem ser mais tardias. De acordo com a informação disponível, não é possível saber que tipo de relação tem a necrópole com a área edificada.Um documento de 1517 refere uma torre ou atalaia “que ao tempo se erguia nesta herdade - torre de que já não se encontram vestígios, mas que ainda estava em pé em 1667” (Almada [s.d.])." 138,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2013-11-01 09:47,2016-03-22 11:43,Ovelheira,"Villa conhecida através dos trabalhos de escavação que A. Viana e A. Dias de Deus aí realizaram na década de 50 do séc. XX (Deus, Louro e Viana, 1955, pp. 572–573). Embora os autores não tenham publicado nenhuma planta das estruturas identificadas, os vestígios ainda visíveis no local apontam para a existência de uma área termal (Reis, 2004, pp. 130–131), bem como de estruturas edificadas que poderão pertencer quer à pars urbana quer à pars rustica (Almeida, 2000, pp. 126–127; Carneiro, 2011, vols. 2, p. 155–156).A referência à recolha de cerâmica de paredes finas nos trabalhos de escavação aponta para uma cronologia de ocupação que se terá iniciado, grosso modo, no séc. I, sendo provável, à semelhança das uillae conhecidas na mesma área regional, que tenha sido ocupada até à antiguidade tardia. Os escavadores identificaram ainda uma sepultura coberta por “três lâminas de mármore polido”, num compartimento com planta absidal, que parece indicar um abandono da área residencial em época tardia e refuncionalização como necrópole, mais uma vez à semelhança do que acontece com outras uillae próximas.Situada já no extremo sul do corredor considerado como área de estudo, representará um exemplo dos grandes estabelecimentos agrícolas que se distribuem ao longo do percurso da via XII, beneficiando da proximidade relativa a esta infraestrutura mas guardando a distância recomendada segundo os preceitos dos autores clássicos." 169,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2014-02-12 10:32,2016-03-14 12:21,El Prado,"Sítio de ocupação romana identificado por muitos autores como uilla, onde foram encontradas as bases de um mausoléu datado de meados do séc. I. Escavações arqueológicas no local permitiram a identificação de um forno de época alto-imperial, bem como uma área de necrópole. A proximidade com o traçado proposto da via XII pode indiciar uma estreita relação com a utilização da mesma, embora as informações disponíveis não sejam suficientes para melhor caracterizar a ocupação neste local." 170,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2014-02-12 11:43,2016-03-14 13:50,Puente de Guadajira,"A atual ponte de Guadajira terá sido construída num ponto de passagem favorável do rio, provavelmente usado pela via XII (F. Germán Rodríguez Martín, 2008, p. 426). A construção contemporânea da ponte neste local vem ao encontro da necessidade documentada, desde época moderna, de uma infraestrutura que facilitasse o trânsito entre Mérida e Badajoz, sobretudo no inverno (Jerez Linde, 2004). Ainda que não haja testemunhos diretos da utilização deste local de passagem em época romana, as características geográficas e a proximidade com o sítio nº 171 (onde alguns autores localizam Dipo) levam a que se considere como ponto integrado na via XII." 171,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2014-02-12 12:16,2016-03-14 13:51,Guadajira,"O local onde se implantou a colónia de Guadajira, nos terrenos da propriedade conhecida como El Cotorillo designação pela qual também é referido na bibliografia arqueológica, tem testemunhos de ocupação desde a Idade do Bronze (Hurtado Pérez & García Sanjuán, 1994). A ocupação de época romana é conhecida através de achados fortuitos revelados em obras de construção na área urbana, entre os quais uma urna cinerária à qual estariam associadas duas fíbulas em bronze, bem como cerâmica comum ou cerâmica de paredes finas. Além de objetos, foram também observados restos de construções datáveis de época romana (José Manuel Jerez Linde, 2009, pp. 51–58).Existem também registos de achados dispersos nas encostas e na área baixa junto ao rio, destacando-se nestes o conjunto de moedas, muitas com a ceca de Dipo (mas também de Salacia, Castulo, Obulco e Carbula). Convém chamar a atenção que todos estes achados são descontextualizados e muitos reconhecidos em coleções particulares resultantes da atividade de detetoristas de metais. São sobretudo os achados numismáticos que sustentam a proposta de localização de Dipo neste local, bem como é a feição orientalizante dos materiais arqueológicos associados a sepulturas proto-históricas que avaliza a possibilidade da existência de um centro urbano “tartéssico-turdetano” no extremo ocidental do Balcón de Extrmadura, onde hoje se implanta Guadajira (Almagro-Gorbea, Ripollès i Alegre, & Rodríguez Martín, 2009).A passagem da via por Guadajira parece evidente por razões topográficas e encontra-se atestada em época moderna e contemporânea (Ponz, 1988, pp. 600–607; Rodríguez Amaya, 1948, p. 238). Os vestígios identificados de época romana apontam para a existência de um complexo edificado, eventualmente associado à rede viária, sem que seja possível determinar nem a sua tipologia ou cronologia precisa de ocupação." 172,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2014-06-28 15:00,2016-05-15 15:30,Tourega,"Villa romana da qual foi escavado o complexo termal, que ocuparia cerca de 500m2. Embora seja apenas conhecida a área das termas, o conjunto de vestígios postos a descoberto faz supor a existência de uma grande propriedade agrícola que terá sido ocupada desde meados do séc.I aos finais do séc. IV. A igreja existente junto das ruínas é sede paroquial e albergou, até à sua incorporação na colecção do Museu do Cenáculo, uma inscrição provavelmente pertencente a um cenotáfio familiar de Quinto Júlio Máximo. Este cidadão teve uma carreira senatorial, sendo questor da província da Sicília, tribuno da plebe legado da província Narbonense da Gália. Referem-se também os seus filhos, que iniciavam a sua carreira como quattuorviri viarum curandarum. O relevo social da família proprietária desta uilla é coerente com a importância que a mesma terá tido no séc. III, data inscrição segundo fórmula epigráfica. Embora a uilla não se situasse sobre o eixo da via, teria certamente uma relação muito próxima com a mesma. A cerâmica de importação parece mostrar uma relação privilegiada com a área do estuário do Sado (Pinto & Lopes, 2006; Pinto, Viegas, & Dias, 2004), o que reforça esta presunção. F. Bilou (2005, p. 47) levanta a hipótese de se conservar um marco miliário junto à igreja paroquial da Senhora da Tourega, hipótese também aceite por V. Mantas (2012, p. 152). A morfologia da peça, com entalhes que sugerem a utilização ou reutilização com outra funcionalidade (contrapeso?), não confirma esta possibilidade, sendo mais verosímil tratar-se de parte de um fuste de coluna ou outro elemento arquitectónico da pars urbana da uilla.Cerca de 350m a NE, o PDM de Évora identifica dois sítios distintos, caracterizados pela presença à superfície de cerâmica comum e de construção. Considerando a proximidade das localizações indicadas com a área escavada e a expectável área ocupada pelos complexos edificados de uma uilla desta relevância, são integrados no presente registo. O ponto escolhido para representar o sítio é o centroide da área escavada, correspondendo assim ao complexo termal." 173,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2014-06-28 16:01,2016-04-29 17:14,Herdade da Calada,Lápide funerária de indivíduo de onomástica indígena. Não se conhecem as condições do achado pelo que não é possível tecer considerações sobre o contexto arqueológico em que estaria inserida. 175,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2014-06-29 15:29,2016-03-22 10:34,Penedos,"No ano 2000, técnicos do então Instituto Português de Arqueologia identificaram uma área de cerca de 1.000m2 com abundantes vestígios de ocupação romana à superfície (sobretudo cerâmica de construção). Na sequência de um desaterro para instalação de habitações pré-fabricadas, detectou-se um pavimento em opus signinum e uma base de coluna in situ, composta por embasamento em granito e fragmento inferior de coluna em mármore. O sítio terá sido destruído na ocasião em cerca de 1/3. O sítio é referenciado na base de dados endovelico como uilla, possivelmente pela presença do elemento construtivo em mármore.Faz-se coincidir conjeturalmente a passagem da via XII por este local por razões topográficas." 178,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2014-06-29 16:49,2016-03-31 21:07,Serra de Aires,"Vestígios de ocupação romana junto ao Monte da Serra de Aire foram identificados por A. Carneiro (Carneiro 2011, vols. 2, pp. 282–283) e também por R. Boaventura, este último no âmbito do projecto “PNTA/98 - As Comunidades Pré-históricas dos 4º e 3º milénios na Região de Monforte”. É referida por ambos os autores a dispersão de cerâmica de construção e armazenamento em áreas relativamente pequenas e não muito distantes umas das outras (cerca de 500m em linha reta entre os pontos mais distantes). R. Boaventura regista informação oral prestada por António Abrantes, segundo o qual num dos pontos (CNS 24156) se encontrava uma “laje com letras”, que entretanto desapareceu e, no outro (CNS 24157) um “pote enterrrado e oco que se desfez”.Não parece haver razões para considerar que se tratam de sítios arqueológicos diferentes: a descrição feita pelos dois autores aponta para a dispersão de elementos de uma mesma realidade arqueológica, provavelmente em sequência de trabalhos agrícolas em épocas posteriores ao abandono do sítio romano. Não existe mais informação que permita melhor caracterizar que tipo ocupação terá tido.O ponto escolhido para representar o sítio é o centroide definido pelo polígono convexo que tem como vértices os diferentes pontos registados pelos dois autores." 180,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2014-06-29 17:54,2016-03-13 19:29,Vale do Zebro,Sitio identificado no PDM de Borba caracterizado pela dispersão de cerâmica de construção numa área reduzida. A. Carneiro (2011) assinala a abundância de lajes de xisto com sinais de utilização como material de construção. 181,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2014-06-29 18:26,2016-03-13 19:29,Monte da Igrejinha,"Embora a descrição de T. Espanca (1975, p. 221) se refira a existência de “alicerces de um balneário, sepulturas, fragmentos de colunas de mármore, cerâmica e outros elementos arqueológicos” e da tradição oral assinalar “uma antiga povoação” no monte, no local A. Carneiro (2011, vol. 2, p. 184) apenas identificou escassos materiais incaracterísticos. A localização inferida para o sítio arqueológico é coincidente com a ermida de Nossa Senhora da Assunção, templo de meados do séc. XVIII pertencente ao hospício dos frades oratorianos de Estremoz." 189,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2014-06-29 18:44,2016-03-13 19:29,Senhora da Conceição,"Junto à Ermida de Nossa Senhora da Conceição foram observados materiais arqueológicos de época romana (Oliveira, Sarantopoulos e Balesteros, 1994, p. 296). Esta ermida terá sido utilizada como quartel das forças armadas portuguesas durante as Guerras da Restauração, albergando temporariamente soldados e armamento e servido de refúgio a feridos durante a batalha contra as tropas espanholas em 1663, na Batalha do Ameixial (Mendeiros, 2001, p. 93). faz-se no local uma concorrida romaria anual, por ocasião da festa de Nossa senhora da Conceição (8 de Dezembro). O sítio tem ainda uma ocupação pré-histórica, muito provavelmente relacionada com a anta existente nas imediações." 190,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2014-06-29 19:09,2016-03-13 19:29,Monte da Horta,"Sítio identificado no âmbito dos trabalhos do EIA - Sondagens Arqueológicas - Auto-estrada A6 (Sublanços Estremoz/Borba e Borba/Elvas). Foram efectuadas sondagens de diagnóstico com recurso a meios mecânicos que não revelaram estruturas ou espólio significativo, embora fosse possível identificar alguns fragmentos de cerâmica comum e de construção atribuíveis à época romana." 191,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2014-06-29 19:14,2016-03-13 19:29,Monte da Boa Vista,"Vestígios não especificados de ocupação romana que terão sido objeto de “investigação arqueológica [por Manuel Heleno]” (Machado, 1965, pp. 111–112). Não existe mais informação que permita caracterizar este sítio arqueológico, localizado através da toponímia." 192,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-02-14 14:35,2016-03-14 12:21,Los Hornos,"Sítio reconhecido pela existência de restos de construções de funcionalidade indeterminada. São ainda visíveis estruturas hidráulicas, estas possivelmente relacionados com o aqueduto de Los Milagros. À superfície são visíveis abundantes fragmentos de cerâmica de construção e rara cerâmica de mesa (nomeadamente sigillata). Embora integrado no corredor de 2 milhas em torno do eixo da via XII, a sua posição na margem direita do Guadiana aponta para que não tenha uma relação direta com este traçado." 193,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-02-14 15:19,2016-07-05 15:45,Fábrica Romana de Salga de Peixe de Cacilhas - Largo Alfredo Dinis,"Conjunto de cetárias que fariam parte de um complexo industrial de salga de peixe e produção de garum. No largo Alfredo Diniz foi escavado um conjunto sete tanques de dimensões diferentes aparentemente organizados em torno de um pátio central, no qual existiriam duas tinas de limpeza. Os dados disponíveis apontam para uma cronologia de exploração que se terá iniciado no final do séc. I a.C. com um abandono no final da dinastia julio claudia. Embora não haja testemunhos diretos, é muito provável que a fábrica de salga estivesse em estreita relação com estruturas portuárias que se presumem ter existido no local, sobretudo quando se identificou parte de uma estrutura interpretada como cais associada a materiais pré-romanos (Blot, 2003, pp. 246–248).Além deste núcleo, foram identificados em trabalhos arqueológicos de acompanhamento de obra ou escavações de emergência outros restos de cetárias que se consideram parte do mesmo complexo, sem prejuízo de poderem corresponder a diferentes fases de laboração assíncrona. O ponto escolhido para representar o sítio é o centróide do polígono convexo cujos vértices são os diferentes pontos onde foram encontrados restos de cetárias na baixa de Cacilhas." 194,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-02-14 15:38,2016-07-05 19:52,Quinta do Almaraz,"Povoado fortificado situado num esporão sobranceiro ao Tejo, com um excelente domínio visual da paisagem quer na direção do estuário, quer dos caminhos terrestres de acesso à zona ribeirinha a partir de sul. Os trabalhos arqueológicos realizados revelam uma uma ampla diacronia de ocupação que se inicia na pré-história recente e se estende até ao início da época romana. A informação publicada não é muito elucidativa sobre o momento final de ocupação e subsequente abandono, pelo que não é certo que relação teria, ou mesmo se coexistiu, com a ocupação romana industrial e portuária da zona baixa de Cacilhas (n.º 193)." 195,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-02-14 15:51,2016-07-06 11:01,Quinta do Rouxinol,"Olaria que funcionou entre as últimas décadas do séc. II e os meados do séc. V, dedicada à produção de cerâmica comum e, principalmente, de ânforas para transporte de preparados de peixe e, provavelmente, de vinho. A recolha de moldes em argila atesta também o fabrico local de lucernas.No local preservam-se parcialmente dois fornos, vestígios de um eventual terceiro e outra estrutura de combustão de menores dimensões. Nas proximidades detectaram-se duas fossas de despejo de materiais rejeitados durante o processo de fabrico.A presença de materiais cerâmicos importados atesta a integração do centro produtor numa rede comercial no espaço alargado do sul da Hispania e das províncias norte africanas. O sítio encontrava-se num ponto de fácil acesso quer à navegação estuarina, quer ao tráfego terrestre procedente do interior da Lusitania." 196,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-02-14 15:59,2016-07-07 10:05,Vale de Gatos,"No local foram identificados testemunhos de uma exploração mineira que se presume datar de época romana. Trata-se de um conjunto de galerias das quais foi possível referenciar seis núcleos, distribuídos por uma área superior a 2000 m2 e com acesso por poços verticais. As galerias têm seção circular ou ovóide e preservam as marcas dos instrumentos utilizados pelos mineiros, sendo visíveis também alguns dos nichos abertos nas paredes, destinados à iluminação. Trabalhos de prospeção geofísica revelaram a existência de mais galerias para além das que foram objeto de intervenção arqueológica, tendo os sítio sido parcialmente destruído pela construção do complexo municipal de atletismo.A análise mineralógica de amostra sedimentar recolhida no local atesta a presença de ouro em percentagem que justificaria plenamente a extracção desse minério na antiguidade. A atribuição da cronologia romana à exploração destas galerias faz-se atendendo a este facto e à tipologia das galerias, já que não foi recolhido qualquer espólio arqueológico." 197,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-02-14 16:07,2016-07-06 11:43,Quinta de São João,"Sítio conhecido desde meados do séc.XX, quando foi identificada uma necrópole de inumação através da recolha de espólio osteológico humano e de cerâmicas de construção que estruturaram as sepulturas (tegulae, imbrices). Contudo, essas recolhas foram descontextualizadas já que o sítio se encontrava profundamente perturbado por trabalhos agrícolas.Em 2002-2003, uma escavação arqueológica de emergência realizada em consequência da urbanização da Quinta de S. João, permitiu identificar estruturas de edifícios com fundações em pedra seca e paredes em tijolos de adobe. Foi recolhido abundante espólio, nomeadamente uma estatueta de bronze que representa o deus Mercúrio, uma candeia em vidro, moedas, agulhas de rede de pesca, acompanhadas de grande quantidade de ânforas, cerâmica de uso comum e de mesa (terra sigillata). Este espólio permite datar a ocupação do sítio desde o século I até à segunda metade do século V d.C. Trata-se muito provavelmente de uma uilla ou outro complexo edificado de índole rural.O sítio implanta-se na margem do esteiro da Arrentela, de onde sabemos que em época moderna existia “um barco de carreira, que todos os dias vai a Lisboa com passageiros, que vão a seus negócios” (Cosme & Varandas, 2009, vols. 5, p. 34–38). Esta implantação pode estar associada a algum tipo de relação do sítio com o transporte fluvial e a recolha de testemunhos associados à pesca indica uma vocação de exploração de recursos estuarinos. Igualmente a presença da representação de Mercúrio, eventualmente integrada num depósito votivo e cujo epíteto se propõe Gubernator, pode simbolizar a relação do sítio com as viagens comerciais por meio fluvial e marítimo (C. Santos, 2011, pp. 536–539). " 198,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-02-19 11:03,2016-07-07 10:07,Foros da Catrapona,"No local foram identificados testemunhos de uma exploração mineira que se presume datar de época romana. Trata-se de um conjunto de galerias de secção circular ou ovóide e um poços de acesso vertical. Observaram-se as marcas dos instrumentos utilizados pelos mineiros na sua abertura, bem como alguns dos nichos de colocação de iluminação, com evidentes sinais de combustão. Estas galerias deveriam destinar-se à exploração das areias auríferas, tal como no sítio de Vale de Gatos (n. 196). A atribuição da cronologia romana à exploração destas galerias faz-se atendendo à tipologia das galerias, já que não foi recolhido qualquer espólio arqueológico.O sítio é denominado como ""Galerias de Silha do Alferes II"" na Carta do Património do Seixal." 199,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-02-19 11:39,2016-07-05 11:00,Coina-a-Velha,"Pequena fortificação de época medieval islâmica, ocupada também após a conquista cristã. Terá sido precedida por uma ocupação de época romana insuficientemente caracterizada, já que apenas são conhecidas referências a “cerâmicas romanas” recolhidas no local no âmbito de um trabalho vocacionado para o estudo de outros períodos históricos (Isabel Cristina F. Fernandes, 2004, p. 149).Alguns autores, com maior ou menor grau de certeza na afirmação, identificam o local com Aquabona (Faria, 2002, pp. 72–73; V. Mantas, 2014, pp. 252–256; Roldán Hervás & Caballero Casado, 2014, p. 65). Esta identificação é baseada exclusivamente na presumida relação toponímica e no facto de serem praticamente inexistentes as referências à ocupação romana da actual Coina.O sítio encontra-se duplicado na base de dados Endovélico, com a designação “Casal do Bispo”. Trata-se de um erro decorrente do local ser frequentemente identificado também pelo topónimo da propriedade fundiária em que se insere. Na ausência de informações mais precisas sobre a recolha de materiais de época romana, a localização escolhida corresponde ao ponto central da fortaleza medieval." 200,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-02-19 14:06,2016-07-05 12:48,Painel das Almas,"São conhecidas referências à existência de um sítio arqueológico neste local desde o séc. XIX, confundindo-se muitas vezes com as descrições dos achados na área urbana de Vila Nogueira de Azeitão (n.º 201). Em 1996 foi realizada uma intervenção arqueológica de emergência, na sequência de obras de urbanização, que revelou espólio romanos, datáveis do séc.I ao séc.V. Embora as notícia bibliográficas antigas dessem conta de restos de construções e sepulturas, os materiais romanos encontravam-se em contexto de deposição secundária na sequência de movimentos de terra.O topónimo refere-se a um painel de azulejos de época contemporânea, a cerca de 700m da área escavada, colocado num ponto de grande domínio visual do estuário do Tejo, na chegada à vila da chamada “Estrada dos Picheleiros” ou “Estrada do Hospício”, atual EM 528." 202,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-02-19 14:19,2016-07-04 17:39,Cruz da Légua,"Sítio insuficientemente caracterizado onde seriam visíveis à superfície “vestígios bem acentuados” de uma “villa rústica romana” (A. I. M. da Costa, 1907, p. 207 + carta desdobr.). Na realidade, apesar de na base de dados Endovélico se fazer menção à existência de “imbrices, tegulas, ânforas”, nada mais conhecemos do sítio do que esta referência marginal publicada por Marques da Costa. O topónimo é sugestivo da existência de algum tipo de marcação viária em época histórica, sendo que o traçado da atual EN 10 neste ponto coincide com a cartografia viária do séc. XIX consultada. Por esta relação com um eixo viário antigo, ainda que conjetural, mantém-se no conjunto de dados a tratar." 204,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-02-20 11:37,2016-07-04 17:39,Esteval,Sítio identificado no início do séc. XX a partir da recolha à superfície de cerâmica romana e uma moeda datada do reinado de Cláudio. 206,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-02-20 11:37,2016-07-02 16:55,São Luís Velho,"A identificação deste sítio arqueológico deve-se a A.I. Marques da Costa que refere ter encontrado “um edículo de construção romana, inscrustado na rocha e rebocado interiormente com opus signinum, onde para ornamentação se traçaram desenhos geométricos muito simples” (1907, pp. 207–208). Junto desta estrutura seriam ainda visíveis as ruínas de uma ermida cujo topónimo São Luís Velho se usaria para distinguir da atual ermida de São Luís, situada cerca de 700m a SE. Numa leitura atenta das visitações da Ordem de Santiago de 1510 e 1534, a descrição da ermida de São Luís parece coincidir com a realidade vista por Marques da Costa em São Luís Velho, referindo-se claramente que estava “encostada aos penedos do lado da serra” e se mencionam obras de beneficiação necessárias pelos danos decorrentes da “humidade do penedo” sobre a “imagem e ornamentos que se punham no dito altar”, situação que já não se refere em 1552 (Lucas, 2011, pp. 35–36). A autora do estudo sobre as ermidas da Ordem de Santiago nestes documentos, considera que o facto da ermida não se encontrar atualmente “encostada à serra” se deve a “significativas campanhas de obras” (Idem, 2011, n. 59). No entanto, poderá ter-se dado uma deslocalização do edifício e do culto (eventualmente entre 1534 e 1552 ou mesmo em data posterior) para a zona do sopé da serra, mais próxima da estrada entre Setúbal e Coina também referida na mesma documentação.Os vestígios observados por Marques da Costa podem corresponder à primitiva ermida medieval que, eventualmente, se sobrepôs e/ou reaproveitou estruturas romanas pré-existentes. Com a informação disponível é impossível confirmar estas interpretações. Considerando a dúvida na cronologia e o facto de se tratar de um sítio associado romarias sazonais, mantém-se no conjunto de dados a considerar no conjunto em análise." 207,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-02-20 11:48,2016-06-27 19:41,Comenda,"Complexo edificado do qual se conhecem duas áreas funcionais: um conjunto de cetárias e um edifício termal. Embora o sítio nunca tenha sido alvo de escavações arqueológicas, a atenção mais ou menos contínua que recebeu dos investigadores desde o séc. XIX permite considerar com alguma segurança a informação publicada.Além da vocação industrial associada à salga de peixe, o sítio teria também uma componente agrícola, já que se identificam alguns elementos associados à transformação de cereais (C. T. da Silva & Cabrita, 1964, p. 24). É contudo a existência de uma barragem associada ao complexo, com uma bacia hidrográfica de cerca de 2,6 km2, que atesta de uma forma mais evidente a possibilidade de se combinarem as atividades industriais com a produção agrícola (Quintela et al., 1987, pp. 71–73). O canal de que liga a barragem ao complexo edificado parece estar associado ao abastecimento das termas mas também à irrigação dos campos conhecidos atualmente como várzea da Comenda (Idem, 1987, p. 148).O ponto escolhido para representar o sítio é o centroide do polígono definido pela área de dispersão de vestígios romanos conforme publicada nos diferentes trabalhos citados." 209,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-02-20 11:57,2016-07-04 10:43,Alferrar,"Na encosta SE da Serra de São Luís são conhecidos vários testemunhos de ocupação romana, que incluem alicerces de construções, pavimentos em opus signinum, um fuste de coluna em mármore, cerâmica de construção e de mesa (incluindo terra sigillata), lucernas e moedas dos sécs. I a IV d.C. Todos estes vestígios são conhecidos através de recolhas de superfície e concentram-se em torno do lugar de Alferrare. O sítio é referido como uilla em algumas fontes e A.I. Marques da Costa chega a considerá-lo uma povoação que pode corresponder à Caetobriga referida no Itinerário de Antonino (1903, p. 62).É impossível com a informação disponível saber se todos os vestígios conhecidos pertencem à mesma realidade arqueológica e/ou a vários momentos de ocupação do espaço. Parece contudo que se trata de uma ocupação rural que se terá consolidado na encosta e vales das linhas de água afluentes da margem direita da ribeira do Livramento, após o abandono de povoados de altura como o Pedrão (n.º 210). Na ausência de informação mais concreta, considera-se como parte integrante do sítio de Alferrar a informação arqueológica registada em várias fontes com as designações Casal do Boino, Casal do Pedro, Casalinho, Quinta das Machadas de Baixo, Quinta de São Romão e Vinha Grande. O ponto escolhido para representar o sítio é o centroide do polígono convexo definido pelos vários pontos cartografados." 210,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-02-20 11:58,2016-07-04 12:20,Pedrão,"Povoado fortificado, implantado num ponte de forte domínio da paisagem, que terá tido a sua ocupação inicial no Calcolítico e conhecido posteriores ocupações na Idade do Ferro e Época Romana. Os dados disponíveis relativos à época romana remetem para uma ocupação precoce no momento de conquista e um provável abandono no séc.I a.C quando se consolida o povoamento nas zonas baixas, numa primeira fase de ocupação relativamente curta. Haverá um momento de reocupação já no séc.I d.C. sem grande expressão populacional, eventualmente de grupos ligados à pastorícia." 211,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-02-20 11:58,2016-07-04 12:42,Cabeço Gordo,"O sítio é conhecido pela dispersão à superfície de cerâmica de construção, cerâmica de mesa (sigillata) e ânforas. Sem nunca terem sido feitas escavações arqueológicas no local, é referido em alguma bibliografia como uilla ou casal agrícola. Situado num retalho planáltico da Serra de São Luís, poderá ter tido uma vocação agrícola, integrada no complexo de Alferrar (n.º 209), mas também outras complementares do povoado do Pedrão (n.º 210) com o qual goza de uma relação de visibilidade privilegiada. Na ausência de informação mais concreta, e dada a implantação topográfica, opta-se por considerá-lo como uma realidade arqueológica distinta." 228,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-02-22 18:38,2016-06-22 18:15,Arrábidas,Sítio bastante destruído por trabalhos agrícolas e pela erosão natural do estuário com materiais arqueológicos pouco abundantes: cerâmica de construção (imbrices) e de armazenamento (dolia e ânforas). 229,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-02-22 18:51,2016-06-26 12:53,Zambujalinho,"O sítio foi objeto de trabalhos arqueológicos entre 1989 e 2005 que permitiram identificar um complexo edificado com três áreas funcionais: núcleo habitacional, olaria e necrópole.A maior parte da informação disponível diz respeito à olaria onde foram escavados três fornos de produção de ânforas e outros contentores de uso comum e de mesa. Uma destas estruturas foi reutilizada num momento mais tardio como forno de cal. Também foram identificadas áreas de depósito de argilas, armazéns e entulheiras. O núcleo habitacional corresponderá à área residencial dos artesãos da olaria não se encontrando publicada informação específica sobre a necrópole. O complexo terá sido ocupado desde o séc. I ao séc. V.O sítio localiza-se na foz da ribeira da Marateca, numa paisagem bastante alterada no séc. XX quer pelas obras de hidráulica agrícola, quer pela construção do caminho de ferro." 236,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-03-18 18:35,2016-06-26 19:10,Quinta da Alegria (Cachofarra),"Centro produtor de ânforas destruído no séc. XX pela construção de um complexo industria e pela central termoeléctrica de Setúbal. As informações disponíveis resultam de relatos da destruição e da análise de espólio recolhido sem metodologia arqueológica, depositado no Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal. Da análise tipológica das ânforas, supõe-se que a olaria terá terá laborado entre o séc. I e o séc. IV.F. Bandeira Ferreira refere a presença de cetárias (1959a, p. 15), sendo esse o “tipo” escolhido para classificar o sítio na base de dados Endovélico, mas essa indicação pode dizer respeito ao sítio da Pedra Furada (n.º 238), onde a bibliografia cristalizou a existência de cetárias a partir de uma referência marginal de A.I. Marques da Costa (1905, p. 187)." 238,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-03-18 18:36,2016-06-27 17:41,Pedra Furada,"Não existem muitas informações disponíveis sobre o local, referido pela primeira vez por A.I. Marques da Costa numa lista de diferentes sítios onde encontrou “muitos vestígios de cetárias e numerosos fragmentos de utensílios, que pelos seus caracteres atestam o muito desenvolvimento que tinha nesta localidade a industria da pesca no tempo dos Romanos” (1905, p. 187). No inventário de sítios romanos em Portugal publicado por J. de Alarcão (1988b, p. 131), foi registada a existência de “cetárias” e partir daí o sítio é incluído em várias enumerações de fábricas de salga na península de Setúbal (por exemplo, Lagóstena Barrios, 2001, pp. 66, 89), ainda que haja autores que ponham em causa a sua existência (Étienne, Makroun, & Mayet, 1994, pp. 101–103).Já com maior certeza, sabemos que C. Tavares da Silva e M. Gonçalves Cabrita visitaram o local e aí realizaram “um corte de reconhecimento” onde identificaram uma “camada de maior densidade de material arqueológico, quase todo de construção como fragmentos de imbrices, tegulae e tijolos” (1964, p. 19). Não fazem menção a cetárias, ficando por esclarecer a que poderia corresponder o nível observado, parecendo ser o derrube de uma construção de funcionalidade indeterminada." 251,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-03-25 19:33,2016-06-22 10:20,Herdade do Pinheiro,"Grande olaria que fabricou ânforas, contentores de uso comum e material de construção. Alternando períodos de maior com menor actividade, terá estado em laboração contínua desde os inícios do séc. I ao séc. V.Durante uma primeira fase (datável dos séc. I a II) parece não ter tido qualquer função além da produtiva, sendo possível que já no baixo império acumulasse também funções residenciais. No entanto, dessa fase de ocupação, não foram identificadas até ao momento quaisquer estruturas além das destinadas ao fabrico cerâmico, baseando-se essa interpretação no padrão de materiais de importação, que atestaria a permanência de habitantes no local. Um edifício interpretado como “cozinha coletiva”, pertence à primeira fase, é tido como um testemunho da ocupação sazonal do complexo. Igualmente os trabalhos arqueológicos realizados entre 1990 e 1992 não confirmaram a existência da necrópole de que é dada notícia em trabalhos bibliográficos mais antigos (Mayet & Silva, 1998).As primeiras referências à ocupação romana do local são de A. de Resende que regista a existência de ruínas de uma povoação (Oppidi ruinae supersunt) e também um cipo epigrafado cuja inscrição transcreve (2009, pp. 280–281). E. Hübner começa por considerar a inscrição como fidedigna (1871, p. 24) mas vai reputa-la como falsa na publicação do Corpus Inscriptionum Latinarum (1869, CIL II 8*), baseando-se na na estranheza da titulatura imperial. Admitindo que possa a inscrição não seja falsa, tal como acontece com transcrições de marcos miliários na obra de Resende que tem vindo a ser reabilitadas pela investigação recente (cf. n.º 15 e 16), as anomalias da fórmula epigráfica podem resultar de erros de leitura do próprio Resende ou de quem lhe copiou a inscrição.Fica contudo em aberto a interpretação funcional do monumento: a peça encontra-se referida no capítulo dedicado às vias militares (Livro Terceiro) mas a palavra usada por Resende para a designar é cippus e não columna, como acontece com os marcos miliários que transcreve. O texto parece ter um carácter honorífico, sendo aliás próximo do texto de uma placa honorífica depositada na Câmara Municipal de Beja (IRCP 291), cuja leitura de A. de Resende também foi questionada por Hübner, mas comprovada mais recentemente (Canto, 2004, p. 336)." 252,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-03-25 19:35,2016-06-21 12:20,Abul,"A primeira ocupação do sítio data da Idade do Ferro, constituindo-se no local uma feitoria fenícia. O sítio volta a ser ocupado em época romana, quando a feitoria já está abandonada, não se registando nas escavações realizadas qualquer traço de continuidade entre estes dois momentos.Aqui é construída uma olaria da qual se conhecem fornos e edifícios associados, entre os quais um armazém. Foi posta a descoberto uma bateria de cinco fornos de planta circular, com canal central e grelha suportada por arcos. Os fornos estavam alinhados com uma fachada comum e destinavam-se à produção de ânforas (Dressel 14 e Almagro 51c), contentores de uso comum e de mesa. Um dos fornos foi convertido em forno de cal, ainda na primeira fase de laboração do centro produtor. A instalação da olaria faz-se no séc. I, tendo sofrido uma quebra de produção na transição do séc. II para o séc. III. Durante o séc. III existe um novo período de intensificação da produção cerâmica mas o local será abandonado ainda durante essa centúria, presumivelmente devido a alterações no leito e nível médio das águas do Sado. A produção terá sido transferida outros fornos na área designada como Abul D pelos autores dos trabalhos arqueológicos. Neste local, correspondente à última fase do complexo, não foram realizadas escavações mas admite-se a sua laboração até ao séc. V.Na primeira notícia de identificação da olaria, o sítio é referido como “Herdade do Monte Novo a caminho do Monte da Abula” (F. de Almeida, Zbyzesky, & Ferreira, 1971, p. 159); provavelmente por essa razão foi considerado um sítio arqueológico distinto, cartografado no local das casas da Herdade de Monte Novo. O equívoco levou a que se realizassem trabalhos arqueológicos de carácter preventivo no local (prospeção e acompanhamento de obra) que confirmaram a inexistência de ocupação romana no ponto cartografado (Perdigão, Pires, & Salgado, 2007)." 254,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-03-26 18:15,2016-06-15 16:00,Monte do Rapa,À superfície foram identificados vestígios que são interpretados como uma entulheira de forno de produção de ânforas do tipo Dressel 14. 255,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-03-26 18:19,2016-06-15 16:32,Casas Novas,"O sítio foi identificado acidentalmente aquando da abertura de uma vala para escoamento de água, sendo recolhido abundante material cerâmico que se encontra à guarda do Museu Municipal de Alcácer do Sal (Diogo et al., 1987, pp. 99–104). Da informação publicada depreende-se que os autores admitem a existência de um ou mais fornos de produção cerâmica, embora não seja claro em que dados fundamentam essa opinião (Diogo et al., 1987, p. 104; Faria, 2002, p. 67). A caracterização cronológica faz-se através da tipologia dos materiais recolhidos.Em 2003, trabalhos de prospeção na área não lograram a identificação do sítio, admitindo-se que tal se tenha ficado a dever às condições do terreno, sujeito a plantio intensivo de arroz (Perdigão, 2004)." 258,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-03-26 18:20,2016-06-15 15:16,Monte do Bugio,"Centro oleiro produtor de material de construção e ânforas que terá sido bastante destruído quer pela construção da linha de caminho de ferro, nas primeiras décadas do séc. XX, quer por sucessivas obras de hidráulica agrícola em época posterior. A primeira identificação do sítio é feita entre 1976 e 1979 (G. Cardoso, 1986; Diogo, 1980), nunca tendo havido trabalhos arqueológicos no local para além de recolhas superficiais. Há referência à existência de quatro fornos e várias áreas de entulheira que estariam associadas à produção oleira, embora não seja fácil com a informação disponível contextualizar os vestígios referenciados nem articulá-los de um ponto de vista cronológico e/ou funcional (Mayet et al., 1996).Os fragmentos de ânfora recolhidos enquadram-se todos no tipo Dressel 14, pelo que a fase de laboração dos fornos é habitualmente centrada nos séc. I e II (Fabião, 2004, p. 396).A georreferenciação é feita através do ponto médio do segmento de reta definido pelas coordenadas conhecidas dos sítios registados na base de dados Endovélico com as designações Monte do Bugio 1 e Monte do Bugio II (ou Monte da Faia)." 259,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-03-26 18:20,2016-06-15 18:55,Monte da Enchurrasqueira,"Na margem direita do Sado, a jusante da foz da ribeira do Alberginho, existiria um centro produtor oleiro que se conhece exclusivamente a partir de recolhas ocasionais e/ou motivadas por alterações topográficas recentes decorrentes de trabalhos agrícolas. Trata-se de uma paisagem fortemente alterada pela construção da linha do Sado, entre 1911 e 1920 (Caminhos de Ferro de Portugal, 1952), e pelo plantio intensivo de arroz.A primeira notícia da existência de fornos de cerâmica no local é anterior a estas transformações mas apenas refere que “parece que houve aí, como na Barrosinha, vários fornos” (Baptista, 1896, p. 7). Tal como a Barrosinha (n.º 80), provavelmente tratar-se-ia de um amplo complexo edificado, cuja principal vocação era a produção cerâmica, mas que incluiria outras áreas funcionais e complementares dispersas numa área relativamente extensa e que poderá ter conhecido várias morfologias de implantação no espaço durante o seu período de funcionamento. Em 2003, trabalhos de prospeção na área não lograram a identificação do sítio, admitindo-se que tal se tenha ficado a dever às condições do terreno, sujeito a plantio intensivo de arroz (Perdigão, 2004).Tal como já foi proposto por outros autores (Fabião, 2004, p. 396; Mayet et al., 1996), considera-se que os sítios habitualmente designados como Monte da Enchurrasqueira e Vale da Cepa fazem parte da mesma realidade arqueológica, sendo o ponto escolhido para o representar o ponto médio do segmento de reta definido pelas coordenadas publicadas para ambos.A cronologia proposta baseia-se nos materiais recolhidos, sobretudo nas ânforas enquadráveis na tipologia Dressel 14." 260,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-03-26 18:20,2016-06-15 19:00,Monte da Batalha,À superfície foram identificados vestígios que são interpretados como uma entulheira de forno de produção de ânforas do tipo Dressel 14. 262,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-03-26 18:20,2016-06-15 11:21,Ameira,À superfície foram identificados vestígios que são interpretados como uma entulheira de forno de produção de ânforas do tipo Dressel 14. 263,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-03-26 18:31,2016-06-15 10:21,Moinho da Ordem,À superfície foram identificados vestígios que são interpretados como uma entulheira de forno de produção de ânforas do tipo Dressel 14. 264,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-03-26 18:59,2016-06-15 11:12,Telhada,À superfície foram identificados vestígios que são interpretados como uma entulheira de forno de produção de ânforas do tipo Dressel 14 e Almagro 51c. 265,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-03-26 18:59,2016-06-14 16:09,Olival de São João,"Cisterna circular, com cerca de 2,5m de diâmetro e 4m de altura conservada, revestida a opus signinum. Seria coberta por uma abóbada de que se conservam os arranques. A estrutura foi alvo de trabalhos de limpeza e foram realizadas sondagens arqueológicas a cerca de 20m da cisterna. Os materiais recolhidos no decurso desses trabalhos tem uma cronologia centrada no séc. I d.C. mas não existem publicados dados que permitam contextualizar esta informação nem saber se a estrutura hidráulica estaria associada a qualquer complexo edificado ou isolada na periferia de Salacia." 266,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-03-26 18:59,2016-06-14 16:46,Horta do Crespo,"O sítio foi identificado inicialmente através de prospeções de superfície e, face à expectativa de urbanização do local, foram realizadas sondagens de diagnóstico em 1991 (Faria & Ferreira, 1993). O sítio já se encontrava bastante destruído à data da realização dos trabalhos arqueológicos, quer por atividades agrícolas quer pelos trabalhos de construção e reparação da EN 5. Foram postos a descoberto restos de edifícios que os autores interpretam como pertencentes à pars rustica de uma uilla suburbana. Para esta interpretação concorre a identificação, num dos quatro compartimentos escavados, de um conjunto significativo de pesos alinhados que fariam parte de um tear. O espólio recolhido tem uma ampla cronologia, desde o séc. I ao séc. IV d.C." 267,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-03-26 18:59,2016-06-14 17:05,Parvoíce,"Fornos de produção cerâmica identificados desde a década de 80 do séc. XX. O local foi alvo de intervenções arqueológicas em data posterior a 2009, sob responsabilidade de Marisol Aires Ferreira e Ana Catarina Vieira da Silva Cabrita (informação da base de dados Endovélico), mas apenas se encontra disponível uma breve referência a algumas ânforas recolhidas, enquadradas pelos autores no tipo “ovoide lusitana”. Segundo a mesma fonte, não existem elementos que permitam aferir cronologicamente estas produções (Pimenta, Sepúlveda, & Ferreira, 2015, p. 160)." 268,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-03-26 19:00,2016-06-14 17:15,Olival da Pedreira,Sítio caracterizado pela recolha de cerâmica comum e de construção numa área não muito vasta. Foram recolhidos dois fragmentos de imbrex com a mesma marca de oleiro: VAERNAS ou AVERNAS (considerando o nexo AV ou VA). 270,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-03-26 21:02,2016-06-14 14:40,Azinhaga do Senhor dos Mártires,"Necrópole cujo primeiro momento de ocupação data da Idade do Ferro, sendo conhecido um importante espólio de cariz orientalizante. A utilização em época romana como necrópole de incineração encontra-se atestada pelos dados recolhidos nas escavações de preventivas realizadas no local em nas últimas décadas do séc. XX, bem como pela epigrafia: embora das três epígrafes conhecidas com esta proveniência apenas possa ser inequivocamente classificada como um epitáfio, é muito provável que todas pertençam ao contexto da utilização da necrópole em época romana.Trabalhos arqueológicos realizados no âmbito do Projetto Parque Escolar (2009/2010), permitiram detectar a continuação do espaço de necrópole para a área onde se implanta a Escola Secundária, revelando deste modo uma área de enterramentos consideravelmente extensa. Nesta intervenção foram identificados enterramentos de inumação, atribuíveis à época romana, atestando este tipo de ritual não reconhecido nas escavações arqueológicas anteriores. Também os materiais descritos por A. Viana que terão sido recolhidos “próximo da estação do caminho de ferro” (Viana, 1948, pp. 9–10), parecem ser provenientes do mesmo contexto.Embora os trabalhos de intervenção arqueológica não estejam sistematicamente publicados, os dados dos respetivos relatórios de escavação apontam para uma utilização durante todo o período a que convencionalmente chamamos época romana, não sendo contudo possível saber se em continuidade (Paixão, 1979, 1981; Santos & Mata, 2010). O ponto escolhido para representar o sítio é o centroide do polígono convexo cujos vértices são definidos pelos pontos onde houve trabalhos arqueológicos e recolhas superficiais de espólio enquadrável no contexto da necrópole (num raio de 200m em torno do Santuário de Santo Cristo dos Mártires).Situada no que seria a saída do núcleo urbano em direcção a NW, é provável que tenha uma relação directa com a via XII." 271,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-03-26 21:02,2016-06-13 19:13,Bairro do Crespo,"Necrópole de inumação baixo imperial, que teve uma escavação de emergência na sequência da sua destruição aquando da construção do Bairro do Crespo." 273,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-03-26 21:02,2016-06-13 21:40,Alcácer do Sal - São Francisco / EN 5,"Durante os trabalhos de colocação de um colector de águas pluviais e esgoto em 2003 detectou-se a presença do que foi interpretado como pavimento romano em opus signinum com probabilidade de estar associado a uma estrutura hidráulica. Considerando a orientação dos troços de aqueduto identificados no Bairro do Rio dos Clérigos (n.º 277) e a posição desta estrutura relativamente àqueles, deixa-se em aberto a hipótese de ser parte do mesmo aqueduto ou estrutura associada na entrada da cidade. A exiguidade da área observada limita contudo esta interpretação." 274,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-03-26 21:04,2016-06-13 22:11,Alcácer do Sal - Necrópole de São Francisco,"Necrópole escavada na sequência de trabalhos arqueológicos preventivos decorrentes do projeto de construção do Centro de Saúde de Alcácer do Sal. A intervenção arqueológica permitiu determinar que esta necrópole terá tido o seu início na Idade do Ferro, foi utilizada durante o período romano e a existência de uma sepultura de inumação enquadrável em rito muçulmano atesta a continuidade pelo menos até época medieval." 275,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-03-26 21:04,2016-06-14 10:54,Horta das Ponces,"Sítio reconhecido pela dispersão de cerâmica romana à superfície, bem como pavimentos em opus signinum e paredes de pedra e lateres." 277,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-03-26 21:05,2016-06-13 20:28,Bairro do Rio de Clérigos,"Restos de um aqueduto conservado em dois troços descontínuos (36+2,5m). O canal, revestido a opus signinum, assenta sobre um muro em opus incertum construído com blocos da chamada “brecha da Arrábida” o que implica o transporte desta matéria prima desde a península de Setúbal (Quintela et al., 1987, p. 156). Situando-se a uma cota altimétrica mais elevada que Salacia, deveria destinar-se ao abastecimento da cidade, percorrendo uma distância de cerca de 1200m desde o ponto onde foi identificado.A origem da captação é deduzida através da toponímia (“Águas Pousadas” e “Água Derramada”) existente cerca de 1000m a norte. No entanto, a referência no Aquilégio Medicinal à Fonte do Rio dos Clérigos, “que lança grande cópia de água”, sendo uma das que, no limite de Alácer, “levam para seu uso” a água para a cidade porque esta não tem “dentro em si fonte de água de beber” (Henriques, 1726, p. 181), pode indicar que a origem do aqueduto estaria mais próxima do troço identificado. Esta fonte situar-se-ia no atual Bairro do Rio dos Clérigos, estando atualmente destruída e sendo a nascente utilizada para regas (Bastos, Quintela, & Matos, 2002) .Os autores da publicação do aqueduto individualizam, a 100m do troço conservado, uma “estação arqueológica que se nos afigura pobre e ocupando área restrita” que designam como Olival do José Lince (Faria & Ferreira, 1986a, p. 47). Considerando a proximidade com o aqueduto, e com a eventual área de captação, e a escassa informação disponível, considera-se que os vestígios observados estarão associados à construção e/ou utilização desta estrutura hidráulica. A estrutura identificada na EN 5 Junto ao Convento de S. Francisco (n.º 273) pode fazer parte deste aqueduto, na zona de entrada na cidade." 278,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-03-26 21:25,2016-06-14 15:26,Morgada,"Neste local foram identificados à superfície vestígios que devem corresponder às entulheiras de um forno de ânforas. Os fragmentos recuperados apontam para a produção de contentores da tipologia Dressel 14, mas são também identificadas cerâmicas de uso comum, fragmentos de tegulae e outras cerâmicas de construção. No âmbito do projeto de investigação Caçadores-recolectores e sociedades agro-pastoris: territórios e paisagens culturais no vale do Sado, na primeira metade do Holocénico, sob responsabilidade de Mariana Diniz, foram identificados dois sítios, com a designação Horta Velha 2 e 4, cuja caracterização se enquadra num contexto de centro produtor oleiro e época romana. Considerando que o polígono convexo definido por estes pontos, e a coordenada publicada para o sítio da Morgada, tem uma área de cerca de 0,5ha, o ponto escolhido para representar o sítio é o centroide do mesmo." 280,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-03-26 21:25,2016-06-13 13:50,Olival de Nossa Senhora d'Aires,"Necrópole de inumação identificada durante a construção de habitações no Bairro do Crespo. Terão sido postas a descoberto várias sepulturas em caixa retangular de tijolo, sendo que apenas uma se encontrava intacta. Os restos osteológicos encontravam-se muito deteriorados e o espólio era escasso. Os autores da intervenção de emergência dataram a necrópole do séc. III, baseados na tipologia das sepulturas e ritual utilizado (Faria & Ferreira, 1986a, pp. 45–46)." 281,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-03-26 21:58,2016-05-31 11:49,Santa Catarina de Sítimos,"Na sequência de trabalhos de renovação de arruamentos, levados a cabo na povoação de Santa Catarina de Sítimos em 1977, foi posta a descoberto uma ânfora praticamente inteira, o que levou à deslocação ao local dos arqueólogos do município. Nessa ocasião, identificaram um conjunto significativo de vestígios de ocupação romana na povoação e no “terreno situado entre Santa Catarina de Baixo e Santa Catarina de Cima, denominado Pedrões”. Dão conta ainda de elementos arquitectónicos recolhidos em sequência de trabalhos agrícolas – colunas, uma das quais com capitel decorado com folhas de acanto –, bem como de um dolium, uma mó e duas moedas romanas. Na encosta, junto ao monte de Fanais (também grafado como Famais em algumas fontes), foi descoberta uma sepultura de incineração e uma estela em calcário, sem vestígios de inscrição mas que os autores consideram que poderia ter sido originalmente epigrafada (Faria & Ferreira, 1986, pp. 48–49).O sítio foi objeto de escavações arqueológicas em 1986 e 2006-2007 com o objetivo de delimitar a área onde se encontravam conservadas estruturas. Os trabalhos não se encontram ainda publicados mas a informação disponível aponta para a existência de dois núcleos de ocupação, um dos quais será um complexo termal do qual foi escavada uma natatio com a respetiva escadaria de acesso ao interior. A referência a uma “grande construção circular” – junto do edifício da escola primária e que teria sido destruída pela construção da rua – pode apontar para a existência de um edifício com compartimentos(s) de planta abisdada. Os materiais arqueológicos recolhidos apontam para uma longa ocupação, desde meados do séc. I a.C ao séc.V/VI, e atestam a importância do sítio em época romana. Existem também elementos que indicam a ocupação em período medieval islâmico e cristão, em moldes pouco definidos. Embora a informação disponível sobre o sítio seja escassa, parece tratar-se de uma uilla ocupada em continuidade, dando origem à atual povoação de Santa Catarina de Sítimos, cuja igreja aparece referida em documentação do séc. XIII. Saliente-se ainda a implantação junto à ribeira de Sítimos que seria navegável até ao Pego do Altar em época romana, mantendo essa condição até meados do séc.XVII (Carvalho, 2007). A grande extensão de dispersão de vestígios, nomeadamente a referência de que se pode estender até ao sítio de Pedrões (n.º 57), pode ser uma consequência da mobilização de terrenos decorrentes da agricultura intensiva que é praticada no local desde a construção da barragem do Pego do Altar em meados do séc. XX. O ponto escolhido para representar o sítio é o centroide do polígono convexo que tem como vértices os diferentes pontos onde foram identificados e escavados vestígios de ocupação romana entre Santa Catarina de Sítimos e Fanais." 282,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-03-30 18:30,2016-05-21 19:06,Água d'Elvira dos Padres,"Sítio identificado por Frederico Carvalho no âmbito da sua investigação no município de Viana do Alentejo, caracterizado por uma grande mancha de dispersão de materiais arqueológicos à superfície, dos quais se destacam cerâmica comum e de construção. Existem também vestígios do que pode ser interpretado como uma calçada. O sítio é classificado com uilla na base de dados Endovélico, deduz-se que pela extensão da área de vestígios." 283,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-03-30 18:45,2016-05-15 11:18,Barragem do Ruivo,"Sítio identificado no âmbito do PDM de Évora, caracterizado pela observação à superfície de cerâmica comum e de construção de época romana. São distinguidos três sítios arqueológicos diferentes na área envolvente da albufeira da Barragem do Ruivo, um deles de cronologia indeterminada e constituído por duas estruturas de forma circular interpretadas como recinto. A caracterização dos dois sítios atribuídos à época romana é feita exclusivamente através da observação de cerâmica comum e de construção à superfície.Considerando que se trata de uma área cuja topografia terá sido significativamente alterada pela construção contemporânea da barragem, inclui-se a informação disponível para estes três locais num único registo, sendo o ponto escolhido para o representar o centroide do polígono convexo que tem os pontos publicados como vértice." 285,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-03-30 18:49,2016-05-15 14:20,Albardeiras,"Sítio identificado no âmbito do PDM de Évora, caracterizado pela observação à superfície de cerâmica comum e de construção de época romana." 286,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-03-30 18:55,2016-05-15 10:38,Misericórdia,"Sítio identificado no âmbito do PDM de Évora, caracterizado pela observação à superfície de cerâmica comum e de construção de época romana. Dada a proximidade com a área escavada da uilla da Tourega (n.º 172), trata-se muito provavelmente de um sítio na sua dependência." 291,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-04-01 17:39,2016-05-15 08:17,Anta da Herdade do Álamo 2,Junto do monumento megalítico é observável cerâmica comum e de construção. 297,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-04-01 18:09,2016-05-15 08:55,Almedrões,"Junto ao vértice geodésico de Almedrões foi identificada cerâmica comum e de construção de época romana. Na vertente norte do cabeço, e na zona baixa junto ao atual caminho rural que liga o monte do Álamo ao monte do Barrocal, num raio de cerca de 600m a partir do marco geodésico, são registados mais cinco sítios arqueológicos distintos com a mesma descrição. Apenas em um deles (PDM de Évora n.º 884 = CNS 25423) se refere a existência de estruturas não especificadas.Considerando a topografia e a proximidade dos achados, provavelmente trata-se da mesma realidade arqueológica pelo que o ponto escolhido para a cartografar é o centroide do polígono convexo definido pelas diferentes coordenadas publicadas." 298,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-04-01 18:18,2016-05-15 08:02,Pomarinho 2,"Ara funerária que terá sido identificada por técnicos dos antigos Serviços Regionais de Arqueologia do Sul. Desconhece-se a sua localização bem como a transcrição da inscrição que seria legível ao momento do achado. Este é o único elemento de cronologia romana referido, sendo que a observação de materiais arqueológicos à superfície indicava duas ocupações espacialmente distintas de época pré-histórica e medieval.Poderá tratar-se da placa funerária localizada por R. Barbosa e J. d'Encarnação (2014) na herdade da Comenda Grande em Arraiolos: embora considerem a sua proveniência desconhecida, os autores dão conta de “relatos da sua transferência desde o Monte das Flores, no concelho de Évora, perto da antiga via de ligação entre Ebora (Évora) e Salacia (Alcácer do Sal), onde foi identificado um importante miliário fragmentado em dois”, referindo-se ao miliário da Cabida 2 (n.º 14) situado a cerca de 1800m a nascente. Na ausência de informação concreta que permita confirmar esta proveniência, opta-se por manter a localização cartografada no PDM de Évora." 299,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-04-01 18:24,2016-05-14 15:03,Moita da Carne 5,"Calçada de lajes de granito na passagem a vau do Xarrama, assinalado no PDM de Évora como sendo de cronologia romana ou posterior. Pode corresponder ao troço de calçada descrito e fotografado por M. Saa “à beira do Xarrama, à distância de 7 km da cidade”, depois do “apeadeiro ferroviário do Monte das Flores” .(1956, vols. 4, p.250). Este autor identifica esta calçada como parte da “Estrada dos Diabos” que segue em direção ao Porto da Camoeira, onde foi recolhido um marco miliário (IRCP 664a = CNS 26029) com referência à contagem de milhas a partir de Évora (Sillières, 1984). Estando integrado neste eixo, este troço de calçada pertencerá assim à via Eboar-Pax-Iulia." 300,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-04-01 20:29,2016-05-14 15:09,Monte das Flores 3,"Sítio identificado no âmbito do PDM de Évora, caracterizado pela observação à superfície de vestígios não especificados de época romana." 303,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-04-01 21:17,2016-05-09 21:46,Monte da Barbarrala Nova,"Lajeado no vau da ribeira, delimitado em toda a sua largura (3,5m) por alinhamentos de blocos maiores. É assinalado no PDM de Évora como sendo de cronologia romana ou posterior sem que seja apresentada justificação para essa cronologia." 305,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-04-01 21:19,2016-05-02 12:07,Bairro de Almeirim 2,Troço de calçada de pequenas lajes de granito conservado junto da actual rua. É assinalado no PDM de Évora como sendo de cronologia romana ou posterior sem que seja apresentada justificação para essa cronologia. 306,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-04-01 21:26,2016-05-02 12:28,Horta do Bispo 2,"Notícias do final do séc. XIX dão conta da existência de uma necópole e de vestígios de uma estrada romana. Não é possível hoje localizar com rigor os achados, pelo que a localização é a proposta pelo PDM Évora, baseada na descrição bibliográfica." 307,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-04-01 21:31,2016-05-09 21:30,Quinta do Cruzeiro,"Sítio identificado pela presença à superfície de cerâmica comum e de construção de época romana (tegulae e imbricis). A mesma descrição é usada no PDM de Évora para um sítio a menos de 250m (n.º 248 do PDME - Quinta do Padre Martinho 1) e é também cartografada nas proximidades a “referência imprecisa a uma uilla” (n.º 245 do PDME – Martelinha) na obra de A.F. Barata (1909). Considerando que os três pontos definem um polígono convexo de menos de 2ha, entende-se que todos fazem parte da mesma realidade arqueológica, tendo sido escolhido o centroide do mesmo para o representar." 308,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-04-01 21:36,2016-05-09 21:55,Quinta do Padre Martinho 3,"Sítio identificado no âmbito do PDM de Évora, caracterizado pela observação à superfície de cerâmica comum e de construção de época romana." 309,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-04-01 21:45,2016-05-02 11:44,Tapada do Ramalho,"Sítio identificado no âmbito do PDM de Évora, caracterizado pela observação à superfície de cerâmica comum e de construção de época romana, bem como grandes lajes de granito de funcionalidade indeterminada." 314,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-04-05 16:03,2016-05-21 17:56,Carrascal 2,"Pequena elevação com vestígios de estruturas soterradas. À superfície é visível cerâmica de construção e de armazenagem de cronologia indeterminada (romana, medieval ou moderna). Parece corresponder a um pequeno edifício. Junto às casas do monte do Carrascal encontram-se depositados vários elementos de construção que podem ser de época romana: pedras aparelhadas de grandes dimensões em granito, placas de mármore molduradas e uma decorada. A morfologia não é suficiente para esclarecer a sua cronologia, que poderá ser de época moderna: é igualmente plausível que sejam elementos de edifício(s) de traça renascentista." 318,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-04-05 18:42,2016-06-15 12:03,Monte do Pinhal,"Sítio identificado em trabalhos de prospeção no âmbito do projeto de investigação Caçadores-recolectores e sociedades agro-pastoris: territórios e paisagens culturais no vale do Sado, na primeira metade do Holocénico, sob responsabilidade de Mariana Diniz. Os vestígios de ocupação em época romana materializam-se na existência de cerâmica de construção (incluindo tegulae), cerâmica de uso comum produzida a torno, com de pastas alaranjadas claras, e terra sigillata. " 320,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-04-06 18:59,2016-05-02 18:32,Évora - Escola Secundária Gabriel Pereira,"No âmbito de trabalhos de minimização de impactes negativos da remodelação do edifício escolar foram realizados trabalhos arqueológicos que revelaram a ocupação do local desde época romana. Foi escavada uma necrópole datada, através de numismas recolhidos na área, do 3º quartel do século I d.C. e o 2º quartel do século II d.C. A escavação foi parcial, tendo sido identificadas 11 estruturas funerárias de cremação e uma de inumação. Predominam os não adultos, quase todos abaixo de um ano de idade. Contudo, este dado pode não ser significativo de uma elevada mortalidade infantil mas da “possibilidade de seccionamento dos padrões funerários da área e/ou distribuição desigual dos indivíduos em termos de caracteres demográficos ou outros.” (Fernandes, Paredes, Rebocho, Lopes, & Janeirinho, 2012, p. 193). Noutra área de intervenção foi identificado um complexo edificado que terá incorporado estruturas de um lagar.Dada a localização do sítio face à cidade de Ebora, faz sentido que se esteja em presença de uma necrópole na saída de uma das principais vias que a atravessa. As estruturas de produção poderão ter estado em funcionamento em época distinta, mas também se enquadram nas ocupações prováveis nos arrabaldes da cidade junto a uma via principal." 328,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-04-08 17:12,2016-05-04 17:45,Escola do Degebe,"Sítio identificado no âmbito do PDM de Évora, caracterizado pela observação à superfície de cerâmica comum e de construção em área reduzida." 329,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-04-08 17:41,2016-05-02 09:07,Pedra de Albarda,"Sítio identificado no âmbito do PDM de Évora, caracterizado pela observação à superfície de cerâmica comum e de construção de época romana." 330,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-04-08 17:44,2016-05-02 09:32,Quinta do Brigadeiro 1,"Trincheira alta (2m) de antiga estrada, apresentando ainda vestígios de calçada. É assinalado no PDM de Évora como sendo de cronologia romana ou posterior sem que seja apresentada justificação para essa cronologia. Poderá fazer parte da estrada entre Évora e São Miguel de Machede representada na cartografia do séc. XIX (Folque, 1856, fol. 29), tal como outros testemunhos de via pavimentada identificados a norte do atual Bairro do Degebe (cf. n.º 337)." 331,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-04-08 17:46,2016-05-02 18:55,Monte do Evaristo,"Sítio identificado no âmbito do PDM de Évora, caracterizado pela observação à superfície de cerâmica comum e de construção de época romana. A menos de 200m a sudoeste é identificado um sítio arqueológico com descrição idêntica, referido como Monte do Esquinaleiro. Não se vê razão para diferenciar as duas ocorrências que provavelmente fariam parte da mesma realidade arqueológica.Opta-se pela denominação “Monte do Evaristo” por ser a que se encontra registada no repertório toponímico da DGT, enquanto ao outra toponímia só se encontra referida em edições antigas da Carta Militar de Portugal (série M888). O ponto escolhido para representar o sítio é o ponto médio do segmento de reta definido pelas duas coordenadas." 333,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-04-08 17:46,2016-05-02 11:53,Monte Rei,"Sítio identificado no âmbito do PDM de Évora, caracterizado pela observação à superfície de cerâmica comum e de construção de época romana." 337,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-04-08 18:52,2016-05-01 21:29,Quinta dos Altos 1,"Sítio identificado no âmbito do PDM de Évora, caracterizado pela observação à superfície de cerâmica comum e de construção de época romana, associada a alguns blocos de granito aparelhados.É identificado como um sítio distinto o conjunto de “vestígios de enrocamento de pedra miúda de granito numa extensão de 20 m e com cerca de 2,5m de lado”. Embora se afirme que esse enrocamento passa “junto do sítio romano Quinta dos Altos 1, o ponto cartografado encontra-se a cerca de 200m de distância a SW. Na ausência de mais informação, considera-se que se trata de um erro de cartografia, optando-se por representar o sítio pelo ponto indicado para o sítio com o n.º 441 no PDM de Évora. A mesma descrição e dimensões são usadas para descrever uma estrutura semelhante na Quinta da Velha 1 (n.º 434 do PDME) a cerca de 1 km a Este: a linha definida por estes dois pontos coincide com um caminho rural atual que corresponde ao traçado da estrada Évora – São Miguel de Machede representada na cartografia do séc. XIX (Folque, 1856). Em ambos os casos se considera que a cronologia desta pavimentação, constituída pela compactação da pedra miúda em grantito, é “romana ou posterior”. A mesma expressão é usada para caracterizar cronologicamente o calcetamento, com lajes de granito, de pontos próximos de atravessamento do Degebe também situados sobre a antiga estrada para São Miguel de Machede (n.ºs 442, 526 e 529 do PDME). Trabalhos de prospeção realiazdos na mesma área, no âmbito do EIA na Herdade da Fonte Boa - Projecto de Ocupação Turística Royal - Évora reconhecem o mesmo tipo de pavimentação nos “principais caminhos internos da herdade”, com cronologia “provavelmente medieval, com sinais de reabilitações efetuadas em épocas posteriores” (Ramos, 2004).Sem prejuízo de se tratar de um caminho também usado em época romana, a documentação histórica parece autorizar que se considerem estes pavimentos como modernos e contemporâneos. O sítio da Quinta do Brigadeiro 1 (n.º 330) poderá também fazer parte desta infraestrutura viária." 341,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-04-08 19:14,2016-05-01 19:58,Montinho 1,"Troço de via calcetada, com 2,5m de largura. É assinalado no PDM de Évora como sendo de cronologia romana ou posterior sem que seja apresentada justificação para essa cronologia. A proximidade de uma área onde se registam várias ocorrências de cerâmica comum e de construção de época romana (n.º 342) poderá ser um argumento a favor desta cronologia." 342,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-04-08 19:19,2016-05-01 20:05,Montinho 2,"Na envolvente das casas do Montinho e do vértice geodésico do Paço das Vinhas são identificados no PDM de Évora sete sítios (Montinho 2 a 6 e Paço das Vinhas 1 e 3) caracterizados pela observação à superfície de cerâmica comum e de construção de época romana, sendo apenas num dos locais (Paço das Vinhas 1) referidos “vestígios de muros”.Na ausência de mais informação que permita caracterizar esta ocupação antiga, considera-se que todos os sítios fazem parte da mesma realidade arqueológica sendo o ponto escolhido para a representar o polígono convexo definido pelas coordenadas publicadas." 358,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-04-17 21:13,2016-05-01 19:11,Algraveos,"Junto ao vértice geodésico e monte dos Algraveos são identificadas quatro áreas com ocorrência de cerâmica comum e de construção de época romana (Algarveos 1, 2, 4 e 6). A descrição dos sítios é semelhante e distribuem-se numa área relativamente pequena no topo e vertentes do cabeço. Sem mais informação disponível, pensa-se que se poderá tratar da mesma realidade arqueológica, presumivelmente afetada por mecanismos pós deposicionais de movimentação de terrenos, causados por agentes naturais e antrópicos.O ponto escolhido para representar o sítio é o centroide do polígono convexo que tem como vértices os pontos publicados no PDM de Évora e na base de dados Endovelico." 361,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-04-17 21:14,2016-05-01 19:23,Monte do Álamo do Degebe 6,"Sítio identificado no âmbito do PDM de Évora, caracterizado pela observação à superfície de cerâmica comum e de construção de época romana. No mesmo local é identificada uma ocupação pré-histórica." 363,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-04-17 21:30,2016-05-01 18:33,Vale de Figueirinha,"Sítio identificado no âmbito do PDM de Évora, caracterizado pela observação à superfície de cerâmica comum e de construção de cronologia romana." 364,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-04-17 21:39,2016-05-01 17:02,Algraveos 5,"O sítio é identificado por Manuel Calado (1995) como uma mancha de ocupação com achados cerâmicos de superfície de época romana, nomeadamente tegulae, imbrices e dollia, distribuídos por uma área de cerca de 1 hectare. Mais tarde, no âmbito do EIA - Subconcessão da Auto-Estrada do Baixo Alentejo - Lanço E - IP2-Évora/ São Manços os trabalhos de prospeção realizados em 2009 não revelam vestígios à superfície. Admitindo que isso pode ser indício de um bom grau de preservação, são realizadas no ano seguinte duas sondagens manuais e duas por meios mecânicos que não revelam quaisquer vestígios de ocupação antiga.Na base de dados Endovélico, a menos de 50m deste local está cartografado outro sítio com a designação Correia 2 que foi prospetado em 2007, para os trabalhos do EIA - Évora Resort - Herdade de Sousa da Sé, Évora (A. Gonçalves et al., 2009), tendo sido identificado apenas um fragmento de tegula. O Plano Director Municipal de Évora (2005, pp. 40–41) também tem esta dupla identificação. Tratando-se de uma área de exploração agrícola contemporânea pode dar-se o caso do sítio identificado em 1995 ter sido completamente destruído por lavras mecânicas ou, também presumivelmente, tratar-se de um erro da georreferenciação original (ou da sua transposição). Sem que haja dados conclusivos sobre a destruição ou inexistência do sítio arqueológico neste local, mantém-se a georreferenciação da base de dados Endovélico (CNS 25446)." 371,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-04-29 17:28,2016-05-01 10:22,Carrascal,"A SE do vértice geodésico e do monte do Carrascal são identificados, quer na base de dados Endovélico quer no Plano Director Municipal de Évora, um conjunto de sítios de cronologia romana caracterizados pela presença à superfície de cerâmica comum e de construção, nomeadamente tegulae. Também são registados vários pontos de ocupação de outras cronologias (da pré-história recente à época moderna), existindo nas imediações um monumento megalítico (CNS 25636).Trata-se de uma área de encosta suave na margem da ribeira do Freixo, que terá sido bastante alterada pela construção da linha de caminho de ferro em meados do séc. XIX. Provavelmente a ocupação humana no local fez-se de forma continuada sendo os testemunhos arqueológicos identificados em prospeção um palimpsesto de informação que não é possível interpretar com os dados disponíveis. Também não é possível perceber a relação destes vestígios com a ocupação identificada no Monte do Freixo (n.º 31), mas a proximidade deixa antever algum tipo de interdependência destes locais no contexto da ocupação do espaço rural em época romana.A localização proposta corresponde ao centróide do polígono definido pelos pontos de ocupação romana cartografados na base de dados Endovélico." 377,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-04-29 17:30,2016-04-28 14:58,Borrazeiro de S. Bento,Sítio caracterizado pela observação à superfície de cerâmica comum e de construção. 383,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-06 19:45,2016-04-14 10:55,Juncal,"Sítio identificado no âmbito do PDM de Évora, caracterizado pela observação à superfície de cerâmica comum e de construção de época romana. A mesma descrição é utilizada para dois pontos cartografados a cerca de 200m um do outro (Juncal e Juncal 2) que se consideram parte do mesmo sítio arqueológico, como aliás o faz a base de dados Endovélico. A localização proposta é o ponto médio do segmento de reta definido pelas duas coordenadas publicadas no PDM de Évora, já que na base de dados Endovélico o sítio não está georreferenciado." 385,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-06 19:57,2016-04-28 15:40,Monte do Almo,"Sítio identificado no âmbito do PDM de Évora, caracterizado pela observação à superfície de vestígios não especificados de época romana. A mesma descrição é utilizada para três ocorrências numa área de menos de 3 hectares (designadas como Almo 1, 2 e 3), duas das quais com cronologia romana e uma terceira (Almo 2) de época medieval. Provavelmente trata-se do mesmo sítio arqueológico, ocupado desde época romana à medieval, pelo que a localização proposta é o centroide do polígono definido pelas coordenadas dos três pontos publicados." 387,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-06 20:04,2016-04-13 11:50,Monte da Pedregosa 1,"Sítio identificado no âmbito do PDM de Évora, caracterizado pela observação à superfície de uma extensa mancha de cerâmica de construção e comum." 392,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-08 18:29,2016-03-13 19:29,Monte do Reguengo,"Embora nunca tenha havido trabalhos arqueológicos sistemáticos no local, são abundantes as referências à ocupação romana da área circundante da igreja de São Domingos de Ana Loura, centradas na área do Monte do Reguengo, microtopónimo não registado no repertório toponímico do IGeoE. As descrições dos achados, a partir de notícias de âmbito local bem como de informações orais recolhidas por A. Carneiro, apontam para a provável existência de uma uilla, ou outro tipo de complexo edificado, tendo sido recolhidos abundantes materiais de construção, dos quais se destacam capiteis e colunas em mármore. Foram ainda observadas canalizações e construções de grande porte. Na área também terão sido identificadas sepulturas de incineração e inumação e recolhida uma inscrição funerária (IRCP 646). De assinalar também a presumível existência, na margem oposta da ribeira de Ana Loura e já fora da área de estudo, de uma forja no Monte das Ferrarias e de um fortim de época romano-republicana no Outeiro do Castelo (Carneiro, 2011, vols. 2, p. 179–181).O sítio é também referido como São Domingos de Ana Loura, sendo cartografado na sede da antiga freguesia. Também a notícia em bibliografia antiga de ""ruínas de povoação antiga, sepulturas e medalhas do tempo dos romanos"", junto ao Monte da Marinela (cerca de 700m a nascente) deve corresponder à descrição da mesma realidade arqueológica." 395,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-08 18:55,2016-03-14 21:55,Terrugem,"Pequena torre com planta subquadrangular (19,5x17,5m), implantada sobre um afloramento de xisto onde foram recolhidos materiais arqueológicos de época romana, nomeadamente terra sigillata hispânica. Num corte efectuado junto à ribeira numa das vertentes existem vestígios de estruturas com a sobreposição de vários pisos de opus signinum. Esta sobreposição é interpretada por R. Mataloto como resultado de remodelações em sequência de alterações do curso da ribeira em época romana.A cerca de 200m a SW, foi identificada por A. Carneiro uma área de dispersão de materiais de construção de época romana que designou como Farisoa 2. Tendo em conta a proximidade dos dois locais, a topografia do terreno e o tipo de materiais arqueológicos observados, considera-se que muito provavelmente fazem parte da mesma realidade arqueológica. O ponto escolhido para representar o sítio é o ponto central do segmento de reta definido pelas coordenadas publicadas pelos dois autores." 398,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-09 17:25,2016-03-21 15:54,La Rocilla (villa),"Sítio identificado no âmbito de trabalhos avaliação ambiental da construção da Plataforma Logística del Suroeste Peninsular, caracterizado pela dispersão, numa área de 2.230m2, de cerâmica comum e de construção de cronologia romana. Ao sítio estaria associada uma área de necrópole (foi identificada acidentalmente uma tampa de sarcófago e restos de ossadas e cal), cerca de 1km a norte, já fora do corredor considerado.Embora esteja registado na Carta Arquológica da Extremadura como uilla, não existe informação disponível que confirme esta classificação." 399,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-09 17:26,2016-03-21 16:05,Yacimiento Plataforma Logística 2,"Sítio identificado no âmbito de trabalhos avaliação ambiental da construção da Plataforma Logística del Suroeste Peninsular, caracterizado pela dispersão de materiais romanos numa área de 4.780m2. É apontada a possibilidade de se tratar de uma uilla, sem que sejam especificados os elementos que contribuíram para essa interpretação dos vestígios observados à superfície." 401,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-09 17:34,2016-03-14 13:52,Cortijo del Terrón,"Sítio arqueológico cuja existência apenas é inferida através da toponímia, incluído num estudo de impacto ambiental. Não se conhecem quaisquer elementos que permitam caracterizar qualquer tipo de ocupação antiga, embora seja registado na bibliografia como sendo de época romana." 402,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-09 17:35,2016-03-14 13:52,Malos Caminos,Vestígios de época romana não especificados em local onde também se identifica uma ocupação paleolítica. 403,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-09 17:36,2016-03-21 16:16,El Plantío,Vestígios de época romana não especificados em local onde também se identifica uma ocupação paleolítica. 404,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-09 17:37,2016-03-21 16:41,Granja Céspedes,"O sítio arqueológico era conhecido pela sua ocupação pré-histórica desde os anos 60 do séc. XX, razão que ditou a realização de trabalhos arqueológicos preventivos em 1999 por ocasião da intenção de ampliação do Recinto Ferial de Badajoz. Foi escavada uma necrópole de inumação, datada do séc.VI ao séc. VIII. Embora o espólio funerário seja escasso, recolheu-se uma fíbula que imita as tipologias bizantinas, introduzidas na península entre os séc.VI e VII mas cuja produção pode estender-se até ao séc. VIII (Cordero Ruiz, 2013, p. 142).Os autores dos trabalhos de escavação assinalam a reutilização nas sepulturas de materiais de construção que poderão ter pertencido a uma calçada, que indicaria a passagem próxima de uma via principal que - no momento de utilização da necrópole – estivesse em desuso, passando a ser apenas um troço em terra batida (Matesanz Vera e Sánchez Hernández, 2007, p. 142)." 406,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-09 17:39,2016-03-14 13:52,La Tarasca,Sítio arqueológico referenciado por T. Cordero Ruiz 2013 (p. 113) como local de ocupação em época romana alto-imperial. 407,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-09 17:55,2016-03-14 13:53,El Albercón,"Tanque ou cisterna com 32 x 32m e 1,3m de altura conservada, cujos muros são suportados por contrafortes. Na área observam-se vários muros de contenção e elementos de nora possivelmente relacionados com esta estrutura. Nas imediações terão existido vestígios de ocupação romana, conhecidos a partir de referências bibliográficas, o que leva a que também seja atribuída essa cronologia a esta estrutura hidráulica. " 408,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-09 18:00,2016-03-14 13:53,Badajoz,"A ocupação antiga da cidade de Badajoz, ou mais precisamente da zona da alcáçova ou Cerro de la Muela, encontra-se atestada desde o 3º milénio a.C., tendo assumido um papel de relevância durante a proto-história (Berrocal-Rangel, 1994, 2008). Já não é tão claro o tipo de ocupação que terá tido a partir do séc. II-I a.C, sendo certo que não terá tido estatuto urbano em época romana e, muito menos, que se possa identificar com a “invenção humanista” de Pax Augusta (Ramírez Sádaba, 2009). Todos os achados de cronologia romana atribuídos à alcáçova de Badajoz ou envolvente próxima são resultado de reaproveitamento posterior de materiais de construção ou encontram-se insuficientemente caracterizados pela informação de que dispomos. A única exceção é constituída por uma necrópole escavada no âmbito da construção de um parque de estacionamento na calle Montesinos, na qual foram identificadas sepulturas de incineração datadas do séc. I-II e de inumação, do séc. III. Não se conhecem contudo estruturas habitacionais que possam estar relacionadas com estes enterramentos, ficando em aberto a possibilidade da existência de um aglomerado populacional em época romana na parte alta da atual cidade, sem que seja possível caracterizá-lo (Pérez Picado, 2007). Também a ocupação tardo-antiga é conhecida através de achados de peças escultóricas que, embora numerosas, se encontram descontextualizadas: alguns autores consideram que se tratam de materiais deslocados de Mérida, enquanto outros nelas vêm a prova da existência de um aglomerado populacional em época visigoda que precederia a fundação almóada da cidade (Cordero Ruiz, 2013, pp. 133–134).O ponto escolhido para representar o sítio é o centroide definido pelo polígono convexo que tem como vértices os diferentes pontos onde foram registados vestígios de ocupação romana na zona alta onde se implanta o casco histórico da cidade de Badajoz." 413,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-09 18:09,2016-03-14 13:53,Barrio de San Roque,"Resto de um edifício, com técnica construtiva romana, ao qual se associam fragmentos de cerâmica da mesma cronologia. Foram reliazdos trabalhos arqueológicos no local na década de 70 do séc. XX, no entanto a informação publicada é insuficiente para esclarecer melhor a cronologia e funcionalidade deste edifício." 414,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-09 18:10,2016-03-14 13:53,"Picuriña, La","Necrópole de inumação identificada na sequência de trabalhos de construção de um pavilhão polidesportivo em 1982. Apenas dois dos catorze sepulcros apresentavam espólio: quatro aneis e uma fivela de cinturão datáveis do séc. VI. Também foram identificados silos, sem mateiriais arqueológicos que pudessem contextualizar a sua cronologia. " 415,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-09 18:13,2016-03-14 13:53,Las Tomas,"Grande uilla à qual está associada uma barragem e uma necrópole. Os trabalhos de escavação arqueológica realizados em 1983 e 1998, em sequência de acções de emergência, incidiram sobre a necrópole. Os sepulcros são maioritariamente de incineração, tendo sido também identificadas algumas sepulturas de inumação, sendo o espólio datável do séc. II.A área da uilla é conhecida através de sondagens realizadas na década de 80 do séc.XX, que revelaram compartimentos com pavimentos em mosaico, que corresponderão à pars urbana, e estruturas hidráulicas associadas provavelmente à pars rustica." 416,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-09 18:17,2016-03-14 13:53,Torrequebrada,"Sítio com uma ampla diacronia de ocupação que se terá iniciado no calcolítico. Hoje é visível no local uma atalaia almóada, com planta octogonal, mas existirão também vestígios de ocupação romana não especificados, embora o sítio seja apontado na Carta Arqueológica da Extremadura como uilla e listado por T. Cordero Ruiz no conjunto de sítios com ocupação alto-imperial.A atalaia medieval continuou a manter funções de controle dos caminhos de acesso a Badajoz até às guerras da restauração, como atesta o papel desempenhado durante o cerco a Badajoz em 1658 (Villalón, 1988, p. 123)." 418,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-09 18:22,2016-03-14 13:53,Las Machucas,"Sítio identificado no âmbito de prospeções arqueológicas realizadas no âmbito de um projeto de infraestruturas hidráulicas. É visível à superfície uma ampla área de dispersão de vestígios de época romana (silhares de granito, cerâmica de construção, comum e de mesa).Embora se encontre dentro do corredor definido como área de estudo, estando na margem direita do Guadiana, a sua relação preferencial com a rede viária deverá ter sido com as vias XIV/XV." 419,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-09 19:22,2016-03-14 13:54,Balboa,"Sítio conhecido através da recolha à superfície de material de construção (incluindo placas de mármore), moedas, cerâmica comum e de mesa. A cronologia dos materiais recolhidos centra-se nos séc. I e II." 420,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-09 19:26,2016-03-14 13:54,Los Olivares,No local existe um túmulo orientalizante da Idade do Ferro. Na Carta Arqueológica de Extremadura assinala-se também a existência de uma uilla romana sem contudo ser apresentada qualquer descrição desta ocupação. 421,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-09 19:28,2016-03-14 13:54,Villa del Camino de la Estación,"Sítio identificado aquando da construção de um canal de rega que deixou à vista restos de muros e abundante material de construção, entre os quais se contam elementos em mármore. Além destes materiais, são visíveis à superfície fragmentos de cerâmica de mesa e moedas. A cronologia proposta baseia-se nestas recolhas de superfície." 422,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-09 19:29,2016-03-14 13:54,Villa del Cementerio,"Local de recolha de estatuária romana estudada por J.M. Álvarez Martínez e T. Nogales Basarrate (1992-93, p. 291-293). Os restos visíveis à superfície (silhares de granito, cerâmica de construção, comum e de mesa) não são elucidativos sobre o tipo de ocupação em época romana, embora a presença de escultura leve à sua classificação na biliografia como uilla." 423,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-09 19:31,2016-03-14 13:54,Talavera la Real,"Além dos achados epigráficos descontextualizados, que poderão não corresponder ao espaço ocupado pela povoação medieval mas à sua envolvente, não se conhecem evidências arqueológicas diretas da ocupação romana da atual povoação de Talavera la Real. A associação deste local a Dipo vem da tradição humanista, tendo sido pela primeira vez formulada por Ambrosio de Morales em 1575 (Morales, 2012, p. 120). Repetida sistematicamente por académicos até ao séc. XX, ganha autoridade no âmbito disciplinar da arqueologia com os trabalhos de J.G. Gorges e F.G. Rodríguez Martín (Gorges, 2007, pp. 58–59; Gorges & Rodríguez Martín, 1999, 2000, p. 131). Mais tarde, este último propõe a localização de Dipo em Guadajira (nº 171), cerca de 5 milhas a nascente, baseado sobretudo nos achados numismáticos nas imediações da atual colónia.Fontes históricas, desde os geógrafos árabes à época contemporânea, referem sistematicamente este local como um nó viário na ligação de Mérida a Badajoz (Abascal Palazón & Cebrián Fernández, 2009, pp. 366–371; Bronseval, 1970, pp. 655–670; García Mercadal, 1999, vols. 2, p. 117–214, 411–451, vol.3, 579–666; vol.4. 443–496; Laborde, 1997, pp. 42–53; Perez Alvarez, 1992, pp. 27–29; Ponz, 1988, vols. 2, p. 600–607; Rodríguez Amaya, 1948, pp. 238–239)." 424,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-09 19:35,2016-03-14 13:54,Villa romana de Talavera,"Ao realizar-se uma vala para a construção de um canal de irrigação ficaram visíveis pavimentos em opus signinum e muros. Também se registou abundante espólio cerâmico, do qual se destaca a terra sigillata hispânica e a cerâmica comum, sendo menos frequentes mas presentes lucernas, cerâmica de paredes finas, dolia e ânforas." 425,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-09 19:35,2016-03-14 13:54,"Sierra, La","Sítio insuficientemente caracterizado, conhecido pela dispersão à superfície de material de construção, cerâmica comum e de mesa." 427,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-09 19:40,2016-03-14 13:54,Huerta de Don Mateo,"Neste local existe uma estrutura tumular da Idade do Ferro, afetada por trabalhos agrícolas. Na Carta Arqueológica de Extremadura assinala-se também a existência de uma uilla romana, sem contudo ser apresentada qualquer descrição desta ocupação. A menos de 500m é registado outro sítio, designado como Carrascal de Arriba, onde se descreve uma área de 5 000m2 com uma grande dispersão de materiais à superfície, de ampla cronologia, não especificados. Considerando a proximidade dos locais e as transformações do solo decorrentes da atividade agrícola, é provável que se trate da mesma realidade arqueológica que se representa pelo centroide definido pelo polígono convexo que tem como vértices os diferentes pontos registados para os dois sítios na Carta Arqueológica de Extremadura." 428,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-09 19:45,2016-03-14 13:54,Villa del Conde I,"Numa pequena elevação junto a uma linha de água sobrevivem restos de construção (pavimentos, silhares de granito, cerâmica de construção) e ainda é visível um compartimento de planta rectangular pavimentado a opus signinum. Contudo o sítio encontra-se muito afetado pela erosão causada pelo curso de água. São abundantes os materiais arqueológicos à superfície, dos quais se destacam cerâmicas comuns e de mesa (paredes finas e terra sigillata), bem como moedas." 430,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-09 19:57,2016-03-14 13:55,Villa del Conde II,"Sítio reconhecido por uma área de dispersão de vestígios à superfície, pouco abundantes, entre os quais materiais de construção (opus signinum) e cerâmica de mesa datável do séc. I. A recolha de um significativo conjunto de mós de granito (reunidos por trabalhadores agrícolas e depositados junto às casa da quinta) pode indicar estar-se em presença de uma eventual área produtiva associada aos restantes pontos de ocupação identificados nas imediações (n.º 428 e 431)." 431,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-09 19:58,2016-03-14 13:55,Aldea del Conde,"O sítio arqueológico foi pela primeira vez identificado por F. G. Rodríguez Martín (1993, pp. 29–30), que dá conta de materiais visíveis à superfície, dos quais se destacam tubos de chumbo, objetos em osso, cerâmica comum, terra sigillata sudgálica, hispânica e africana. Refere ainda a existência de bronzes figurativos, integrados em coleção particular, que seriam provenientes do sítio. Nessa ocasião não observou restos significativos de construções. Em meados da década de 90 do séc. XX, técnicos do governo autónomo da Extremadura documentam a destruição do sítio arqueológico na sequência de trabalhos agrícolas, identificando abundante material de construção nos terrenos revolvidos (fragmentos de mosaico, placas de mármore, cerâmica de construção). Não é possível saber a que tipo de ocupação correspondem os vestígios observados, mas parecem apontar para um sítio de alguma relevância situado na fértil planície da ribeira de Enterín Verde. É possível que estivesse em articulação com os outros dois pontos de ocupação romana identificados no mesmo vale (n.º 428 e 430), testemunhando o topónimo a memória de um aglomerado populacional que aí teria existido até ao séc. XV (Diaz y Pérez, 1875, p. 20). A este conjunto poderá estar associada a antiga ermida de Santa María de la Ribera, que se situava no caminho “de Talavera a Lobón y la fábrica de su capilla da a entender no pequena antigüedad” (Solano de Figueroa, 2013, p. 40) e de onde serão provenientes duas epígrafes funerárias. O sítio é referido também como Villa del Conde III, considerando-se que o sítio designado como El Colorado (hidrónimo de um afluente da ribeira de Enterín Verde) por T. Cordero Ruiz (2013, p. 113) faz parte da mesma realidade arqueológica, sendo a localização proposta o centroide do polígono convexo definido pelas diferentes coordenadas publicadas." 434,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-11 10:29,2016-03-14 13:55,Villa de las Termas,"Sítio com ampla cronologia de ocupação, foi completamente arrasado por trabalhos agrícolas o que dificulta a interpretação dos vestígios conhecidos.F. G. Rodrígues Martín (1999, pp. 126–127) identifica-o como uma uilla de peristilo. Em torno do peristilo pavimentado a mosaico repartiam-se as divisões mais relevantes, sendo que a oeste se conservavam restos de um edifício termal. Um edifício de planta rectangular, em torno do qual se estende uma área de necrópole, é interpretado por Rodríguez Martín como tendo uma função religiosa, sendo conhecido localmente como ermida de Santo Isidro, e associado a uma peregrinação anual em época histórica (Rodríguez Martín, 1993, pp. 43–47). A presença de instrumentos em osso com marcas de fabrico leva o mesmo autor também a colocar a possibilidade de aí existir uma oficina local de produção deste tipo de artefactos (Rodríguez Martín e Jerez Linde, 1994, p. 534).Do sítio são conhecidos abundantes materiais arqueológicos, entre os quais elementos arquitectónicos e escultóricos em mármore que deixam antever alguma monumentalidade. Uma placa decorativa com um baixo relevo representando um unicórnio e uma estilização da árvore da vida, aponta estilisticamente para uma iconografia moçárabe de inspiração orientalizante, podendo ter uma cronologia que se estende do séc. VIII ao séc. X (Cruz Villalón, 1995).Não é claro que classificação atribuir ao sítio que alguns autores consideram ser um uicus (Jerez Linde, 1996). Certo é que se trata de um ponto importante de ocupação em época romana e que terá mantido essa relevância provavelmente até à conquista islâmica. Parece também digno de nota que o sítio arqueológico se situa na confluência do Guadajira com o Guadiana que, nesse ponto, marcam a fronteira administrativas entre os termos de Lobón, Talavera la Real e Valdelacalzada." 435,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-11 16:44,2016-03-14 13:55,Casas del Cerro de la Barca,"No local existe um túmulo orientalizante da Idade do Ferro. Na Carta Arqueológica de Extremadura assinala-se também a existência de uma uilla romana, sem contudo ser apresentada qualquer descrição desta ocupação. O sítio é referido como tendo ocupação alto imperial também por T. Cordero Ruiz (Cordero Ruiz, 2013, p. 113), e de “época romana” no Plan General de Ordenación Urbana de Badajoz. Assinale-se que o topónimo corresponde à utilização, até época contemporânea, dos vaus próximos no Guadiana como ponto de passagem com recurso a barcas (Duque Espino, 1995, p. 35)." 436,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-11 16:51,2016-03-14 13:55,El Campito,"Sítio insuficientemente caracterizado, reconhecido através de recolhas de materiais arqueológicos que integram colecções privadas (bronzes “celtibéricos”, uma cabeça de Sileno em terracota). À superfície são abundantes os materiais de cronologia pré-romana que levam J.G. Gorges e F.G Rodríguez Martín (2000, p. 131) a pensar num estabelecimento anterior ao séc.I com uma curta vida em época romana. Embora não visíveis, há notícia da existência de construções que terão sido reenterradas em sequência de trabalhos agrícolas." 438,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-11 16:54,2016-03-14 13:55,El Cuco,"Local de recolha de abundante material arqueológico, de uma ampla cronologia que se inicia no séc. VI a.C (Avila e Blanco, 2006, p. 107) e se entende até ao séc. IV d.C (Gorges e Rodríguez Martín, 2000, p. 129). Todos os achados resultam de circunstâncias fortuitas ou da atividade de detetoristas de metais, pelo que resulta difícil compreender o seu contexto e de que forma evoluiu a ocupação humana no local. Acresce o facto de esta área ter sido alvo de grandes transformações topográficas durante o séc. XX com a execução do Plan Badajoz e a construção da colónia de Guadajira.A ocupação de época romana é reconhecida através de restos de material de construção (estuques pintados, blocos de argamassa, silhares de granito), vidros, artefactos de bronze e cerâmica de mesa de larga cronologia (campaniense tipo B, cerâmica de paredes finas, terra sigillata sugdgálica e hispânica), bem como moedas baixo imperiais." 439,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-11 17:18,2016-03-14 12:22,El Pradillo,"Sítio insuficientemente caracterizado conhecido pela dispersão à superfície de material de construção, cerâmica comum e de mesa." 440,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-11 17:19,2016-03-14 12:23,La Orden,"Provavel pars urbana de uma uilla, classificada desta forma pela notícia de achados de fustes de colunas, fragmentos escultóricos em mármore e pela presença à superfície de restos de mosaicos. " 441,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-11 17:44,2016-03-14 12:23,Los Lomos,"São visíveis no local vários restos de construção, entre os quais estruturas hidráulicas, bem como elementos decorativos (fragmentos de escultura, mosaicos) que remetem para a existência da pars urbana de uma uilla. A cronologia proposta baseia-se nas tipologias de terra sigillata recolhidas à superfície (sudgálica, hispânica e africana)." 442,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-11 17:47,2016-03-14 12:27,El Molino,"Sítio muito destruído do qual são visíveis à superfície restos de elementos decorativos (mármores e mosaicos), uma mó de moinho em granito, bem como moedas e cerâmica de mesa. A cronologia proposta baseia-se na datação destes últimos materiais." 443,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-11 17:49,2016-03-14 12:27,Finca La Vega o La Balbina,"Restos da pars urbana de uma uilla, reconhecida pelo achamento em 1971 de um mosaico estudado por J.M. Álvarez Martínez (1995). O mosaico pavimentava um compartimento de planta subquadrangular do qual se conservavam restos de parede ornamentada a estuque pintado. Existem restos de outros compartimentos que fazem supor a existência que a uilla de peristilo, embora, para além do mosaico, não haver muito mais informação sobre o sítio, cuja cronologia é baseada na recolha de cerâmicas à superfície." 444,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-11 17:51,2016-03-14 12:28,Villa del Prado de Fuera,"Sítio muito destruído que terá sido alvo de escavações clandestinas. As remoções de terra revelaram abundantes restos de construção, nomeadamente pavimentos em opus signinum, silhares de granito, mosaicos e estuques pintados. A classificação como uilla faz-se em função destes restos construtivos." 445,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-11 17:53,2016-03-14 13:38,Cañada la Virgen II,"Sítio caracterizado pela dispersão de materiais arqueológicos e estruturas de época romana, não especificadas, na proximidade de um túmulo orientalizante da Idade do Ferro." 446,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-11 18:13,2016-03-14 13:38,Lobón,"Não há evidências de ocupação de época romana da povoação de Lobón, cujas primeiras referências históricas datam de época medieval cristã. A posição destacada de domínio da planície aluvial do Guadiana faz supor uma ocupação da Idade do Ferro, embora apenas sejam conhecidos achados descontextualizados que são insuficientes para atestar ou caracterizar essa suposta ocupação (J. M. Jerez Linde, 2011). Alguns autores consideram que este local poderá corresponder à fortaleza referida por Al-Idrīsī entre Badajoz e Mérida (Pachco Paniagua, 1991, pp. 37–46). É referido sistematicamente em fontes medievais e modernas como ponto de passagem e de referência na ligação viária entre Mérida e Badajoz.A passagem da via XII por Lobón é referida por F. Fernández Corrales (1987, pp. 52–55) e F. G. Rodríguez Martín (2008, pp. 424–427), chegando J.G. Gorges a considerar que se trata de um importante passo na via, por coincidir com um ponto de passagem a vau do Guadiana (Gorges, 2007, pp. 53–58)." 447,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-11 18:19,2016-03-14 13:39,Santa Olalla,"vestígios de um aqueducto, parcialmente destruído aquando da construção do canal de Lobón. Poderá estar relacionado com uma ocupação não identificada de caracter rural ou com o aglomerado populacional de Lobón (nº 446)." 448,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-11 18:23,2016-03-14 13:40,Villa de Torre Águila II,"A cerca de 1 km a NE da uilla de Torre Águila, este sítio caracteriza-se pela abundância de material de construção à superfície (cerâmica de construção, cerâmica comum e de mesa e de transporte). Há notícia do achamento de uma fíbula em bronze e contas de colar em vidro." 449,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-11 18:25,2016-03-14 13:40,Barbaño,"Trabalhos de construção revelaram a existência de estruturas de época romana, insuficientemente caracterizados. À superfície são visíveis fragmentos de cerâmica de construção, comum e de mesa." 450,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-11 18:27,2016-03-14 13:40,Villa de la Alcazaba,"Sítio conhecido através de matariais recolhidos à superfície, entre os quais se destaca a cerâmica de construção, cerâmica comum e de mesa (cerâmica de paredes finas e terra sigillata) e moedas de época baixo imperial. A identificação como villa deve-se à presença de restos de mosaicos." 451,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-11 18:28,2016-03-14 13:41,La Isla,"Sítio muito destruído por trabalhos agrícolas, onde ainda assim são visíveis restos de construção à superfície. Há notícia da existência de uma necrópole que não foi possível confirmar no terreno. Observam-se numerosos fragmentos de cerâmica de construção, elementos decorativos em mármore, cerâmica comum e de mesa. A cronologia proposta baseia-se na tipologia da cerâmica de mesa recolhida à superfície. " 452,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-11 18:33,2016-03-14 13:41,Los Torrejones,"Sítio muito destruído por trabalhos agrícolas, subsistindo apenas alguns restos de muros e materiais arqueológicos dispersos à superfície. A cronologia proposta baseia-se na cerâmica de mesa recolhida no local." 453,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-11 18:36,2016-03-14 13:41,Los Alisares,"Sítio identificado em prospecções no âmbito da Carta Arqueológica de Extremadura, onde se regista a presença de silhares de granito e um umbral de porta que indiciam a presença de um ou mais edifícios em época romana." 454,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-11 18:38,2016-03-14 13:42,Alisares I,"Sítio muito destruído onde não foram reconhecidas ruínas de edifícios que permitam a sua interpretação tipológica e funcional. Apenas são visíveis à superfície restos dispersos de material de construção (blocos de granito, argamassas e cerâmica de construção) e cerâmica comum e de mesa. A cronologia proposta baseia-se nestes últimos materiais recolhidos à superfície.Dada a proximidade física e o grau de destruição, considera-se que os sítios referidos por J.G. Gorges e F.G. Rodriguez Martín como Alisares I e III fazem parte da mesma realidade arqueológica." 456,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-11 18:41,2016-03-14 13:42,Ermita de Perales,"São numerosos os elementos arquitectónicos romanos observáveis em torno da ermida e integrados nas construções de época moderna. Principalmente a NW do actual edifício é visível uma área de dispersão de vestígios de época romana, dos quais se destacam placas em mármore, cerâmica de construção, comum e de mesa.Aquando da construção da auto-estrada Madrid-Lisboa em 1991 foi destruído o que seria um edifício religioso, eventualmente uma basílica. Foi possível recuperar um conjunto de elementos escultóricos em mármore, um sarcófago e uma epígrafe funerária datada do séc. VI (Franco Moreno, 2008, vols. 2, p. 32–36; Sádaba & Cruz, 2000, pp. 103–105).Pela natureza da informação disponível e considerando a destruição de que foi alvo não é possível saber se se trata de um local ocupado em continuidade desde o séc. I ao séc. VI e/ou que características teve ao longo dessa larga diacronia. Contudo, parece tratar-se de um local de relevância em época romana e trado-antiga, relevância que se prolongou por época medieval e moderna materializada na ermida da Virgem de Perales, onde a tradição religiosa emeritense localiza a uilla da família de Santa Eulália de Mérida (Cordero Ruiz, 2013, pp. 178–179).J. Fernández Corrales (1987, pp. 52–55) propõe que a via XII passasse por este local, identificando uma ponte de origem romana que não é referida por outros autores nem é visível atualmente. Tratando-se de uma área profundamente alterada pela construção da via rápida é possível que esta obra de arte tenha sido destruída." 457,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-11 18:42,2016-03-14 13:42,Cubillana de Abajo,"Sítio identificado na sequência de trabalhos agrícolas que puseram a descoberto uma grande quantidade de silhares de granito, restos de muros, estuques, cerâmica de construção, placas de mármore e um fuste de coluna no mesmo material. A presença de elementos decorativos determinou a sua classificação como uilla na Carta Arqueológica de Extremadura, embora não haja informação suficiente para contextualizar estes restos de construção. Situar-se-ia junto à via XII, de acordo com a proposta de traçado apresentada." 458,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-11 18:59,2016-03-14 13:43,Cubillana o Cerro del Turuñuelo,"Numa área de 2.000m2 identificam-se fragmentos de cerâmica de construção, comum e de mesa. O sítio terá sido reconhecido pela primeira vez no início do séc. XX aquando da construção do canal de Lobón, tendo sido recolhidos nessa ocasião diversos materiais arqueológicos dos quais se destacam um sarcófago em mármore e uma tessera em chumbo. Mais tarde, na década de 80 do mesmo século, trabalhos de prospeção levados a cabo por F. G. Rodríguez Martín e J.G. Gorges dão conta da presença de materiais de construção (entre os quais elementos placas decorativas em mármore e restos de mosaico), fragmentos de recipientes de vidro e de cerâmica (anforas, dolia, terra sigillata e cerâmica de paredes finas), bem como artefactos em metal. O sítio encontrava-se fortemente destruído pelas obras de construção da via rápida.Alguns autores (Cordero Ruiz, 2013; Mantas, 2012; F. Germán Rodríguez Martín, 2008; Roldán Hervás & Caballero Casado, 2014) localizam aqui a estação de Euandriana. Esta associação é fundamentada na distância a que o local se encontra de Mérida (9 milhas), considerando que, neste tramo, o Itinerário de Antonino apresenta a indicação de milhas tendo a capital provincial como caput viae. O sítio romano encontra-se nas imediações do complexo monumental funerário da Idade do Ferro conhecido como El Turuñuelo (F. J. Jiménez Ávila & Sánchez Barrero, 2001, pp. 337–338), o que é tido como indicador da centralidade e relevância do local ao longo de uma grande diacronia (F. Germán Rodríguez Martín, 2008, p. 420).T. Cordero Ruiz designa o sítio como Cubillana II (Cordero Ruiz, 2013, p. 182) e F. G. Rodríguez Martín como Floriana (F. Germán Rodríguez Martín, 1993, pp. 32–34, 1999, pp. 126–127), sendo a designação adoptada a da Carta Arqueológica de Extremadura. As coordenadas publicadas nas diferentes fontes não são coincidentes mas situam-se dentro da área de dispersão de vestígios registada no inventário do governo autonómico da Extremadura. O ponto escolhido para representar o sítio é o centróide definido pelo polígono convexo que tem as diferentes localizações propostas como vértices." 459,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-11 19:00,2016-03-14 13:44,Cubillana I,"A identificação deste local com o antigo mosteiro de Cauliana mencionado na obra Liber vitas sanctorum patrum emeretensium, texto datado do início do séc. VII, remonta a B. Moreno de Vargas (1633). Contudo, não existem indicadores claros de ocupação antiga que possam confirmar esta associação.Verificam-se elementos de construção dispersos (fustes de coluna e silhares almofadados) junto das construções atuais da quinta, sobretudo em redor da capela. F. G. Rodríguez Martín e J.G. Gorges terão observado à superfície escassos fragmentos de cerâmica de época romana, incluindo cerâmica de paredes finas e terra sigillata hispânica, vestígios que já não foram identificados em trabalhos de prospeção mais recentes. Segundo V. Navarro de Castillo, obras realizadas na ermida em 1695 teriam revelado objetos e estruturas de época romana, argumento que usa a favor da identificação do local com Euandriana (Navarro del Castillo, 1964). Esta associação parece difícil de sustentar face à fraca evidência de ocupação antiga no local." 466,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-11 19:24,2016-03-14 13:47,El Escobar,"Sítio identificado por J.G. Gorge e F. G. Rodríguez Martín a partir de vestígios visíveis à superfície, entre os quais se destacam cerâmica de construção, comum e de mesa. Com base nessas recolhas, estes autores propõe uma cronologia de ocupação alto imperial (Gorges & Rodríguez Martín, 2000, p. 116). Em 2001, na sequência de trabalhos agrícolas, foi descoberta uma cancela de altar, datável tipologicamente dos séc. VI a VIII (Cordero Ruiz, 2013, p. 184).O mau estado de conservação do sítio não permite tirar grandes conclusões sobre a sua tipologia, cronologia ou (des)continuidade(s) de ocupação. Deixa-se em aberto a possibilidade de se tratar de uma uilla, ou outro tipo de complexo edificado, com ampla diacronia de utilização, refuncionalizada em época tardo-antiga como edifício religioso, à semelhança dos sítios n.º 4 e 456." 467,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-11 21:11,2016-03-14 13:47,Puente del arroyo de Calamonte,"Ponte, com uma largura de 6 metros, que reutiliza elementos de época romana. Os trabalhos de reconstrução posteriores não permitem saber se a ponte actual substitui uma ponte romana pré-existente ou se se trata do reaproveitamento de materiais arqueológicos do sítio n.º 476 (Santa María). Ainda que não seja possível determinar a cronologia romana da obra de arte, mantém-se no conjunto de dados a tratar por estar no local de passagem desta linha de água de acordo com o traçado proposto." 468,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-11 21:12,2016-03-14 13:47,Las Rozas,"Sítio arqueológico escavado na sequência de trabalhos de emergência derivados da construção da A-66 (Autovía de la Plata). A primeira ocupação é caracterizada por um edifício de planta rectangular, associado a um forno, que em meados do séc.I é remodelado para adaptar a funções agro-pecuárias. Entre os séc.I e II o forno volta a se remodelado para a produção de tegulae. A esta fase correspondem um conjunto de construções de funcionalidade indeterminada.No início do séc.III todas as construções são abandonadas e o espaço é usado como necrópole de inumação.Verifica-se a existência de um extrato de abandono onde se documentam moedas e cerâmicas tardo antigas. Sobre esse extracto vai existir um forno de cal, datado da segunda metade do séc.IV e primeira metade do séc.V. Existe ainda nesta fase uma estrutura coberta onde se identificam vários elementos que levam os escavadores a interpretá-la como uma área preparatória da produção de cerâmica de construlão bem como um espaço de armazenagem de matérias primas e ferramentas." 474,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-19 09:48,2016-03-14 13:48,Torre Águila III,"Sítio insuficientemente caracterizado onde há notícia de sepulturas tardo-antigas destruídas por ocasião da construção de um canal de rega. À superfície são visíveis materiais de construção, incluíndo placas de mármore e de xisto. " 475,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-05-21 21:09,2016-03-13 19:29,Tanque dos Mouros,"A estrutura conhecida como Tanque dos Mouros faria parte de um amplo complexo hidráulico, composto por fontes, canais e, eventualmente, um aqueduto, que já não se conservam no terreno. Até ao sismo de 1531 era alimentado por duas fontes situadas a norte da estrutura: uma junto à cerca do Convento de Santo António dos Capuchos (IPA.00003829) e outra na barreira do baluarte de Santa Bárbara (IPA.00004803), ambas obstruídas nessa ocasião (Fonseca, 2003, p. 180). O tanque, cujas dimensões originais se estimam em 90x45(x3 a 5)m, escoava água para sul, através de canal que parece adivinhar-se na fotografia aérea, em direção à zona da Senhora dos Mártires (n.º 11). No canto SE da estrutura observam-se o que parecem ter sido duas câmaras, definidas pelos contrafortes, alimentadas pelos orifícios de escoamento, onde A.C Quintela, J.L. Cardoso e J.M Mascarenhas (1987, p. 138) levantam a hipótese de terem existido máquinas hidráulicas para a produção de força motriz. A possibilidade de se tratarem de “máquinas de elevação de água”, conforme propõe A. Carneiro (2011, vol. 1, p. 182), não parece sustentável dado que, da fachada sul do tanque em direção à Senhora dos Mártires, a distribuição pode ser feita eficazmente de forma gravítica. Aliás, se o objetivo do tanque fosse a alimentação dos complexos edificados existentes a sul, terá sido exactamente essa a razão da escolha de implantação do tanque neste local: situa-se sensivelmente a meia altura entre as fontes de alimentação e o ponto final de distribuição.A cronologia romana é atestada pela técnica de construção das paredes do tanque, constituídas por um núcleo de opus incertum paramentado com blocos de calcário. No terreno envolvente observa-se à superfície cerâmica comum e de construção de época romana. Não é possível saber até quando foi utilizado, mas a referência à obstrução das nascentes no sismo de 1531 faz pensar que pudesse manter a função hidráulica ainda no séc. XVI. Após o abandono como estrutura de armazenamento de água, terá sofrido várias destruições, a última e mais fatal delas, o amputamento de cerca de 1/3 do tanque a norte para o alargamento da EN 4 em 1963 (Espanca, 1975, p. 92).Dado o estado de conservação da estrutura e a ausência de trabalhos arqueológicos no local, todas as interpretações funcionais são meramente conjeturais. Contudo, é inegável que se trata de uma estrutura notável, cujas dimensões implicam o armazenamento e/ou aproveitamento de uma massa de água significativa que parece ultrapassar as necessidades de uma simples exploração agrícola do tipo uilla." 476,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-07-23 14:35,2016-03-14 13:49,Santa María,"Sítio identificado pela dispersão de materiais arqueológicos à superfícies, dos quais se destacam tegulae e outros não especificados que atestam a sua ocupação no alto império (Sanchez Barrero, 2010, p. 69).Poderá ser o local de proveniência dos materiais romanos reutilizados na ponte do arroio de Calamonte (n.º 467)." 477,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2015-08-04 19:07,2016-04-02 17:48,Evoramonte,"Na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição em Evoramonte encontra-se reutilizado um marco miliário como suporte da pia baptismal.Não se conhece o local original do monumento, sabendo-se apenas que a pia baptismal fará parte da parte da reforma que a igreja sofreu em 1568 (Espanca 1975, p. 228). Considerando que deverá ter sido transportado do sopé da colina onde se implanta a fortaleza medieval e moderna, foi cartografado aproximadamente sobre o traçado proposto para a via XII, no Rossio da Corredoura para onde se verificou a expansão urbana contemporânea da vila de Evoramonte, ladeando a EN 18.A fórmula epigráfica e cronologia são muito semelhantes à do marco miliário encontrado na Senhora dos Mártires (n.º11), e ainda às do reaproveitado na necrópole da Silveirona (IRCP673).A existência deste miliário é um dos argumentos usados pelos autores que defendem a localização de Dipo em Evoramonte: com efeito, este local encontra-se 18 milhas a oriente de Ebora (de acordo com o traçado proposto), o que não se afasta muito das 21 milhas indicadas no Itinerário de Antonino entre Ebora e Dipo, considerando uma leitura linear cumulativa de sentido W-E das indicações miliárias (Alarcão 2001, 2006, pp. 218–219, 1999, p. 73; Guerra 2010, p. 90; Mataloto 2010)." 481,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2016-04-07 09:03,2016-04-11 22:35,Castelo de Evoramonte,"Os trabalhos arqueológicos realizados em Evoramonte incidiram sobre a área de implantação da fortaleza medieval e moderna. Numa das encostas voltadas a SE, as escavações realizadas identificaram uma ocupação tardia da Idade do Ferro, datável do séc. II a.C. Os materiais de época romana são escassos e recolhidos em contextos de épocas posteriores, como é o caso de um numisma com a ceca de Dipo, identificado em níveis de ocupação medieval (Mataloto, Wiliams, Roque 2014). Sondagens de diagnóstico realizadas na envolvente do castelo registaram uma ocupação de época romana, genericamente datada do séc. I a.C. a II d.C., muito afetada pela construção do paço ducal após o terramoto de 1531 (Costa, Liberato 2008). Não é possível saber com rigor que tipo de ocupação terá existido em época romana no topo do cabeço de Evoramonte mas a relação com a passagem da via terá sido certamente de controlo visual, característica que determinou a vocação militar deste local desde, pelo menos, o início da nacionalidade." 485,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2016-07-03 15:33,2016-07-03 16:15,Rasca,"O sítio foi destruído pela construção da estrada de Setúbal para o Outão, no final do séc. XIX, mas A.I. Marques da Costa ainda observou no local um conjunto de cetárias em cujo interior observou conchas de várias espécies de moluscos, alguns dos quais associados à atividade tintureira, embora afirme supor que “a carne de todos este moluscos também era salgada nas cetárias, da mesma maneira que o peixe destinado a exportação” (1926, p. 176). Pouco mais se sabe que estes tanques seriam de dimensões inferiores aos da Comenda (n.º 207) tinham uma construção “menos cuidada e mais ligeira […] sendo as paredes forradas com uma mais delgada camada de argamassa que também nos parece signina” (Idem, ibidem).A localização proposta é inferida de acordo com a informação publicada." 487,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2016-07-06 12:13,2016-07-06 12:33,Ramalha,"Em 1976 o Centro de Arqueologia de Almada testemunhou a destruição, na sequência de obras de urbanização, de um sítio arqueológico do qual foi possível recuperar cerâmica de construção e alguns contentores cerâmicos dos quais se destaca um fragmento de cerâmica cinzenta estampilhada, datável do séc. VI ao séc. VII. As recolhas terão sido feitas próximo da Quinta e Capela de São João da Ramalha (IPA.00003858), monumento do qual à referências documentais desde o séc. XV mas que poderá ter uma origem mais antiga." 488,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2016-07-06 16:22,2016-07-07 09:57,Chegadinho,"Durante obras de saneamento básico realizadas em 1977, o Centro de Arqueologia de Almada recolheu um conjunto significativo de materiais arqueológicos de época romana, entre os quais cerâmica doméstica de uso comum, cerâmica de mesa (terra sigillata e cerâmica de paredes finas), lucernas, um fragmento de um recipiente em vidro polícromo e pesos de tear." 489,Universidade de Lisboa,Maria José de Almeida,2016-07-08 12:39,2016-07-08 12:44,"Lisboa - Rua do Passadiço, n.º 26 a 30","No âmbito do projeto de reabilitação de um edifício foram identificados testemunhos de ocupação romana, materializados num conjunto de estruturas construídas e depósitos cuja cronologia se estende do séc. I ao séc. IV. Embora estes vestígios se localizassem numa área superior ao perímetro do edifício a reabilitar, os objetivos preventivos da intervenção determinaram que apenas fosse escavada uma área de 67m2.Assim, é praticamente impossível tecer considerações sobre a funcionalidade dos edifícios postos parcialmente a descoberto. No entanto, a localização destes testemunhos face ao que se conhece da cidade de Olisipo colocam-nos na área suburbana, eventualmente de vocação agrícola, considerando a implantação no que seria uma encosta suave sobre o vale da ribeira de Valverde."